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Aforas da Cidade do Porto - Paço dos Arcanjos

Emengardo


- Esperem, não me deixem para trás!

Emengardo estava desesperado. Tinha medo de descuidar das mulheres e depois sobrar tudo para ele. Tomou algumas armas e juntou-se a elas.

- Esta aqui é para ti, esta para ti e esta...vejamos...para ti!

Havia um verdadeiro arsenal de combate como espadas e punhais. Não questionou se as mulheres sabiam como empunhar, apenas preocupou-se em muni-las a fim de que se sentissem mais seguras. Mas ainda preocupava-se com Sissi, que estava em início de gravidez e não poderia exceder-se.

- Não temas, senhora Sissi! Já derrubei muitos homens sozinho, quase ao mesmo tempo! Senta e te aquieta, com sorte, são ladrões de galinha!

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Sissiedelweiss
Sissi olhou para Emergardo com gratidão. E disse:

-Emergardo, cuide de Celly e de todos. Só abra quando ouvir minha voz ou de Raphael. Na pior das hipóteses sabe a rota de fuga. Carlos o ajude, caso seja necessário
.

E olha para Celly e diz:

-Prima, me perdoe, mas tenho de ver o que está acontecendo. Volto logo. Fique calma, pois acho que não é algo ruim..

Com ajuda de Carlos, saí da biblioteca, passa em seu quarto e lá pega sua espada e a besta, arma pouco usada, mas útil em momentos de defesa rápida. Com isso, vai para a frente do casarão.

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Raphael.viana


Nas casernas, Raphael armou-se da melhor forma possível. Uma cota de malha e repetidas camadas de couro seriam sua proteção. Sorento trouxe-lhe uma espada. O mais novo dos rapazes parecia extremamente maduro para aquela situação.

-Então eles a encontraram... - pensou, tocando a sereia gravada no pomo. Havia perdido aquela espada meses atrás, quando fora emboscado, e agora ela voltava para a sua mão.

-Senhor, tenho medo de não sermos suficientes - Na verdade, Sorento estava apreensivo, mesmo que tivesse treinado todos os dias caso algo assim acontecesse.

Mas antes que Raphael pudesse responder, ou mesmo que pudesse ouvir outro soldado que passava, reclamando da cota de malha extremamente grande que haviam lhe deixado, ouviu soar uma trombeta.

-Senhor, eu conheço esta trombeta! - Sorento disse, surpreso.

-Sim, eu também. Vamos para os portões rápido. As ruínas terão de esperar.

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Baronete da Casa do Infantado
Celestis_pallas


- Sissi, enlouqueceste? Não tens amor por Raphael, tampouco, pelo rebento que carregas em teu ventre?

Tarde demais. Sissi bate a porta, deixando Celly com os empregados e Miguelzinho. Mesmo ladeada por pessoas confiáveis e próximas, sentia a falta de Lockee. Certamente, ele a protegeria como a própria vida caso estivesse junto à noiva.

Ajoelhou-se sobre o tapete, dramaticamente. Estava um pouco desconsolada por não poder fazer nada. Ouve-se uma trombeta. Celly recorda-se daquele som tão familiar, talvez tenha escutado em sua infância, mas não tinha certeza. Todos olham para a porta, depois, entreolham-se. Aquela lembrança era compartilhada pelos que ali estavam.

- A trombeta! - exclamou Celestis, levantando-se, como se o som tivesse imbuído-a de novo ânimo - Faz recordar-me dos tempos em que meu pai estava aqui...

A pensar que a menina ficou ainda mais triste, Emengardo repousa sua mão direita sobre seu ombro em sinal de apoio. De imediato, a filha do prior a retira educadamente e sorri ao pajem-soldado.

- Está tudo bem, Emengardo, está tudo bem! Foi uma lembrança feliz e vem como um alento à periclitante situação na qual estamos a passar!

Lembrou-se daquela besteira toda, quando Sissi a interpelou para falar na possibilidade de seu pai retornar da cova. De fato, seus costumes e sua sabedoria ainda ecoavam pelo Paço dos Arcanjos. Quem quer que fosse o inimigo teria o seu revés, pois as mãos dos soldados da Ordem de Azure pesariam sobre suas más intenções.

- Avante, soldados! Não esmoreçam! - bradou Celestis pelo vão da janela.

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--Eleazar_sayyid


Os soldados eram poucos se comparados aos números que alguma vez haviam alcançado em suas filas, apenas uma sombra do que uma vez haviam sido, mas ainda assim, em formação rigorosa e marcha cadenciada, era uma força a ser respeitada por qualquer um que se lhes cruzasse o caminho.

Avançavam a passo marcial pela estrada que levava ao Paço dos Arcanjos, na segunda fila dois homens levavam estandartes com a cruz prateada sobre fundo negro dos Azure. A medida que se aproximavam dos portões do Paço com certeza seriam avistados pelos guardas apostados nos muros então assim que os dois Arcanjos ficaram visíveis, Eleazar ordenou o toque do corno anunciando sua chegada.

Ao longe o som de ordens carregadas pela brisa noturna chegou aos ouvidos dos soldados, e pouco tempo depois os portões se abriam para recebê-los de volta à aquela que havia sido sua casa pelos últimos vinte anos.

Com as armaduras e elmos ocultos por uma negra capa, os soldados avançavam como uma sombra sobre a estrada em suas mãos levavam arcos e nas cinturas espadas, ao fundo um pequeno grupo que avançava montado se separou, disparando à galope pelo campo circundando o perímetro dos muros do Paço. A cada tanto um dos cavaleiros se detinha. Um cerco de batedores vigiavam a noite para além dos muros.

Avançaram pelo caminho da colina até que o centenar de homens, os últimos soldados da Ordem de Azure, houvessem cruzado o pórtico. Sua formação impecável, era uma só coluna de quatro homens lado a lado e Eleazar avançava caminhando diante deles.

Os homens do Paço observavam o retorno daqueles homens que dali haviam partido a tantos meses em direção a um destino incerto, e foi um dos antigos soldados escolhidos para auxiliar no treinamento dos novos guardas do Paço quem primeiro se aproximou. Era o Capitão da Guarda, homem hábil e honesto.

- A Ordem de Azure! - Exclamou surpreso. Com certeza muitos já os davam por mortos frente a um inimigo temível ou desaparecidos e desfeitos pelos quatro cantos do mundo conhecido.

Solene, Eleazar anunciou: - Trago notícias para a Casa dos Viana. Um patriarca partiu pelo bem de sua família, lutou nas sombras para mantê-los em segurança... - nesse momento avistou a Rafael e Sorento a descer em direção a eles, e Martim a seguir-los um pouco desajeitado diante da visão. Foi a eles a quem dirigiu suas seguintes palavras - E retorna dos mortos para estar com eles mais uma vez.

Buscou saudar a chegada de Rafael levando a mão ao peito e fazendo uma vênia, mas foi interrompido por este...
Raphael.viana


-Trago notícias para a Casa dos Viana. Um patriarca partiu pelo bem de sua família, lutou nas sombras para mantê-los em segurança... E retorna dos mortos para estar com eles mais uma vez.

Eleazar não teve tempo de fazer a vênia, pois recebeu de imediato um fraternal abraço.

-Bem vindos de volta, irmãos. Bons olhos o veem. O senhor meu tio vive? Que alegria! Se ele não lidera a hoste só posso crer que ele é a luz que nos espera nas ruínas do antigo templo, correto? Devo levar o resto da casa comigo para recebê-lo?

Logo, estava no caminho de volta para o Paço, para pegar um cavalo e correr até as ruínas, quando viu a esposa numa janela, muito bem armada. Sabia que nem grávida aquela mulher teria sossego.

-ESPOSA, GUARDA ESTA ARBALESTA! QUEM VEM TRAZ BOAS NOVAS!

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Baronete da Casa do Infantado
--Eleazar_sayyid


Recebido com um abraço fraternal, Eleazar ficou sem jeito por um momento. E então Raphael disse:

-Bem vindos de volta, irmãos. Bons olhos o veem. O senhor meu tio vive? Que alegria! Se ele não lidera a hoste só posso crer que ele é a luz que nos espera nas ruínas do antigo templo, correto? Devo levar o resto da casa comigo para recebê-lo?

Eleazar nada disse, apenas assentiu. Mas teria ele assentido apenas à primeira pergunta ou às demais também? A decisão final caberia aos Viana, e apenas a eles.

Com a saída de Raphael, Eleazar ordenou às tropas que guarnecessem os muros e lançando um olhar ao alto da colina viu a luz a brilhar como um farol, uma luz no despertar de uma nova era. Aquele momento era um momento dos Viana e não dos Azure, e por isso ele aguardou junto às tropas.
Sissiedelweiss
Sissi acompanhou toda a cena, com sua luneta. Ficou tranquila quando viu a bandeira Azure e Eleazer. Ao ver o marido se aproximar, a ruiva guarda o instrumento.

Ao ouvir a voz o marido e o que ele disse, Sissi ttanquilizou-se. Esperou o marido entrar na casa e fez a pergunta:

-Tio Yo está vivo, e nos espera nas ruínas, não é? Me espere, chamarei Celly.

Raphael apenas balançou a cabeça afirmativamente. Sissi foi até o quarto e guardou sua arbalesta, ficando apenas com a espada. Foi até a sua caixa de jóias, e abriu o fundo falso. Pegou o seu anel da ordem e colocou no dedo. A volta do tio e Prior tinha de tornar claro sua participação na Ordem. Lembrou-se da conversa com o pai, Querobim, que dissera que no momento certo, ela deveria se revelar. Esse parecia ser o momento.

Foi até a biblioteca, e bateu na porta.

-Está tudo bem. Celly e Emergardo, venham comigo. Carlos e Madalena, organizem a biblioteca. A Ordem Azure voltou ao Paço.

Nisso, Raphael se aproxima e pega a sua mão.

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Celestis_pallas


A princípio, Celestis fica feliz por Sissi estar bem. Deu-lhe um abraço ao receber a notícia e depois seguiu-os:

- Ah, a Ordem dos Azure. Nunca se preocupam com a discrição!

Sua prima portava um anel diferente. Quis perguntar-lhe, mas talvez fosse um presente de Raphael. Estranhamente, já o havia visto em algum lugar e fazia muitos anos. Poderia ser herança de família, cousa de ente falecido. Até mesmo de seu pai. Por mais que tentasse desviar o olhar, não conseguia tirar os olhos do tal anel.

Celly já tinha agradecido a Madalena e Carlos pela proteção. Durante o caminho, agradecia Emengardo, mas este notou que ela parecia distraída. Mesmo assim, seguiram conversa, de modo que aquilo em nada os atrapalhava. O corajoso e experiente soldado desconfiava que Yochanan estivesse junto àqueles homens, talvez tenha notado alguma movimentação atípica. Sissi e Raphael aparentavam uma felicidade incomum. Apenas Celestis seguia alheia ao que ocorria.

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Raphael.viana


Seguiram a pé, rumo a colina. Iam Raphael, Sissi e Celestis a pé, com Carlos e Sorento carregando tochas, a ladeá-los. Logo a luz dos archotes era apenas uma faísca comparada ao fogo que queimava nas ruínas do velho templo. E a medida que eles se aproximavam, o fogo que os guiava tornava-se mais vívido.

Ao chegarem no topo da colina, podia distinguir-se um vulto de homem sentada num grande cadeirão de pedra. Ao seu redor, ardiam acesas as duas piras cerimoniais, testemunha do templo antigo que em tempos memoriais se levantara majestosamente ali.

-Quem vem lá! - Chamou, mesmo que dentro de si soubesse a resposta. Queria ouvir a voz de seu segundo pai novamente.

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Baronete da Casa do Infantado
Yochanan


Sentado no cadeirão de pedra, Yochanan observava as chamas brilhando sobre o líquido combustível. Um farol de esperança na negrura de uma longa noite. Escutou o toque do corno e viu como o Paço fervilhava em agitação. Seus olhos voltaram para as chamas silenciosas e brilhantes. Sua visão perdeu-se naquelas labaredas e outras pareceram tomar seu lugar. A noite esfriara e escurecera, uma tonalidade entre o azul apagado e o cinzento cobria toda a existência como se uma pesada neblina houvesse descendido sobre a colina, dando-lhe uma aparência fantasmagórica. À sua volta as ruínas já não o eram, e belas estruturas se erguiam misteriosas, guardiãs de incontáveis segredos.

Um homem subia os degraus de uma longa escada de alva pedra e detalhes brônzeos. Os altos muros e torres do Paço, inexistentes, a vista do alto da colina se estendia por milhas sem fim. Os passos do homem ressoavam na pétrea escalinata ecoando no silêncio daquele espectro mundo.

Ao vê-lo surgir no alto da colina à sua frente, o Viana o reconheceu, apesar de jamais o haver conhecido exceto em delírios oníricos. Seus tempos eram outros e ainda assim, aquele lugar os unia. O homem estava envelhecido e avançava com dificuldade ajudado por um bastão de madeira branca e ponta de prata. Trajava uma túnica simples branca que lhe chegava à altura dos tornozelos, e um manto negro, com as bordas costuradas com fios de prata, ao estilo dos filósofos gregos, mas os dias das terras dos helenos ainda estavam longe pois aqueles eram os últimos dias de Enoque e da Cidade-ilha do Oeste.

Yochanan se levantou ante a chegada daquele homem e levou a mão esquerda ao peito fazendo uma vênia em sinal de respeito, e então viu os olhos cegos do homem, toldados pela idade já nada enxergavam, mas mesmo assim aquele homem se desenvolvia com total desenvoltura. E ele também levou a mão esquerda ao peito ao fazer uma vênia em direção ao Viana, e este viu em sua mão o brilho azul da safira solitária que repousava em seu dedo. Um imenso clarão fez da noite, dia, no oeste longínquo e todo o cenário de azulada tonalidade retraiu-se em direção às chamas das piras cerimoniais. Tudo desaparecera, voltando à escura noite. Com apenas uma palavra o ancião espectral foi o último a fundir-se com a noite. Ele disse: Aktê!

Como se jamais houvesse se levantado, de volta o Viana estava sentado de olhos fechados no cadeirão de pedra, quando ouviu seu sobrinho chamar: Quem vem lá!

O velho prior abriu os olhos e levantou-se. Segurava a espada com a destra, e a deixou pender ao seu lado. No movimento, a lâmina brilhou com a luz das chamas. Ele vestia o negro da Ordem, e em seu peito pendia o colar de prior dos Azure.

Ele deu um passo, entrava no espaço entre as duas piras, ali onde a luz era mais forte. Na mão esquerda, o inseparável anel com a safira solitária. O capuz ainda cobria a sua face, mas a barba grisalha assomava dentre a sombra. Ele se movia devagar, sem pressa e sem movimentos forçados, calmo e sereno. Ele disse jogando o capuz para trás: - Alguém que nunca partiu realmente. e havia jubilo em sua voz.

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Celestis_pallas


O que pensar diante de surpresa tão insólita? Celestis estava atônita, quase chocada com a aparição fantasmagórica. Era seu pai, definitivamente.

- O senhor escapou daquele caixão? Estava fechado! Depois, coberto por terra, sete palmos do chão! Como isso foi possível?

Poderia correr e abraçá-lo, mas a sua estupefação era maior do que a sua alegria. Como quem examina um ser espectral, rodeou-o, a fitá-lo com receio e curiosidade. Mas aquele perfume que ela conhecia tão bem, desde a infância, não deixou dúvidas: era seu pai.

- Pai, que surpresa! Eu não esperava por isso!

Finalmente correu e abraçou-o, feliz e aliviada. Quem dera todas as pessoas deste mundo pudessem ter mais de uma chance de reencontrar seus entes queridos. Queria tocar cada fio de seu cabelo, cada dobra de suas vestes. Queria mais do que ouvi-lo, senti-lo. Entretanto, afastou-se, como quem se sobressalta com uma terrível revelação da própria mente.

- Não, tu não és o meu pai!

Chocado, Emengardo quis intervir, mas Celly impediu que ele avançasse mais.

- Não, este não é o meu pai! Yochanan não abandonaria sua filha, por mais de uma vez, para perseguir um sonho tolo como o de ser um cavaleiro de ocultas missões! Teu santo graal é tua família, como podes nos abandonar desta maneira? Deserda-me, não me reconheças mais como filha! Foi um erro daquelas freiras deixarem-me num cesto, à soleira do casarão Viana para que me encontrassem! Se não fosse pela benevolência daquelas senhoras jamais saberias que tua amante trazia uma criança em seu ventre! Poderias dizer a toda a gente que estavam loucas e que eu era apenas uma criança desgarrada que tu adotaste. Mas não, reconheceste que corria sangue Viana em minhas veias, acolheu-me, criou-me e amou-me para, ainda criança, dar a entender que eu seria de qualquer maneira uma órfã, abandonada à própria sorte para que Raphael e os demais cuidassem de mim. E eles tinham obrigação, só porque tu desposaste minha sagrada mãe, falecida no parto? Só porque sou sangue do sangue deles? Serei clara: puseste-me no mundo, mas não quiseste a obrigação de ter um rebento a rodear-lhe as pernas por anos a fio!

Afastou-se de todos e correu para dentro do casarão.

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Sissiedelweiss
Sissi estava muito surpresa.. Sempre desconfiou que o tio não houvesse morrido, mas vê-lo, era estranhamente espetacular...

Sissi agarrou o braço do marido.. esperou até que chegasse o momento dela e do marido de falar com tio.. Ao ver a prima se aproximar do pai, emocionou-se.. Mas logo, ficou estupefata com a reação de Celly.. Não sabia muito o que fazer...

Deu um passo a frente e falou:

-Tio, bons olhos são os que te vêem. Eu e Rapahael desconfiávamos que estava vivo.. mas nunca podia imaginar que isso fosse real.. Vou ir atrás de Celly, são muitas emoções fortes para ela..

Abraça o tio rapidamente e saí atrás de Celly..

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Raphael.viana


-O senhor volta ao seu lugar de direito. - disse ao ouvir o tio aparecer entre as piras, retornando para o silêncio enquanto Celestis dava as boas vindas ao pai. Mas nem aquilo ela fizera da maneira apropriada. A moça saiu correndo e Sissi foi atrás dela, após um breve cumprimento. Raphael então prosseguiu.

-Agradeço a Jah pela vista que traz a estes meus olhos. Estás vivo! - disse e abraçou o tio. - Estás um pouco mais velho, mas estás bem e vivo! - Com as mãos nos ombros de Yochanan, parecia ainda bestificado - Onde foste? Como escapaste? Como ficaste incógnito tanto tempo? Foste para a guerra, em disfarce? Eras tu em... SIM! Eras tu em Lisboa, senhor meu tio. Foste tu a matar os meus algozes! Só pode ter sido. Graças a Jah, estou bem e vivo, e graças a ti! Sentimos muito a tua falta e...

Percebeu que falava demais.

-Mas senhor meu tio, por favor. Acompanhe-nos de volta ao Paço. Trataremos de alimentá-lo e também a todos os Soldados de Azure que chegaram. Pedirei à minha esposa que ajude às cozinheiras, irei eu mesmo às cozinhas se preciso. De volta ao lar, vamos, vamos!

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Baronete da Casa do Infantado
Yochanan


Apesar de ter sido Raphael o primeiro a falar, foi Celestis, sua pequena Celestis, a primeira a se aproximar.

O senhor escapou daquele caixão? Estava fechado! Depois, coberto por terra, sete palmos do chão! Como isso foi possível? - falou a menina moça rodeando-o receosa até que exclamou: - Pai, que surpresa! Eu não esperava por isso!

Rodeou a filha em um abraço carinhoso e saudoso, mas então sobressaltada ela se afastou. - Não, tu não és o meu pai!

O afastamento súbito e as palavras que se seguiram deixaram o velho Viana sem ação ante as tempestivas palavras. Ela não entendia, mas como poderia, em seu afã por proteger-la, Yochanan havia terminado se afastando dela, e quando se deu por si, a menina já corria colina abaixo em direção à villa.

Ainda olhando o trajeto de sua pequena, ouviu as palavras de Sissi, e virou-se para ela. Havia algo diferente, uma sutileza diáfana e ele percebeu um toque diferente quando ela o abraçou brevemente. A Edelweiss havia florecido, foi a conclusão a qual o Viana chegou ao ver-la partir atrás da prima.

Então foi a vez de Raphael vir junto a si.

- Perguntas sem importância meu sobrinho. - Respondeu ante as perguntas de Raphael, fazendo um gesto com a mão para reforçar suas palavras. - Não esperava que minha filha estivesse aqui hoje, esta não é forma de retornar à ela. Temo que lhe tenha causado um grande descontento. Ou talvez tenha sido melhor assim. Nossos caminhos por vezes não respondem aos nossos planos, lembre-se disso meu sobrinho. - Sincerou-se Yochanan embainhando a espada, olhava agora para cima, para as estrelas do firmamento. E as palavras de Raphael lhe trouxeram de regresso. - Sim, sim. Comamos. Mas não incomode a vossa esposa, tenho certeza que estaremos bem, não há necessidade de pressa nesta noite. - E descendo a colina ao lado de Raphael lhe perguntou sobre os assuntos do Paço e de sua vida desde o casamento.

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