[RP]Uma mendiga sentada à porta do salão de festa.

Uma mocinha mal vestida, muito suja e de cabelos assanhados, senta-se à porta do salão onde há grandes festas e pede a aqueles senhores bem vestidos e a aquelas senhoras perfumadas uma esmolinha para sua sobrevivência.

A cada um dá uma desculpa, a cada um pede de forma diferente de modo a comover e aos senhores que aparentam estar mais preocupados com o futuro, oferece ler a mão de acordo com o que aprendeu com a Vó do nó que aprendeu diretamente com o povo cigano.

Passa alguém com alguma pressa, provavelmente atrasado para algum evento. Rosa grita:

- Uma esmolinha por amor de Jah! - E espera.

Rosinha sorri à senhora e tem a nítida impressão que conhece aqueles olhos. Guarda as moedas numa bolsinha escondida na capa e acena à senhora sem abrir mão do fato que ganhara:

- Jah lhe pague, senhora.

À sós com a roupa pensa logo na vergonha de expor a barriga magrela. E pensa se deve ir, se deve tentar uma barganha com outra roupa em alguma lojinha para fazer uma surpresa, ou se apenas vende para comprar coisas para seu sustento. Depois de muito pensar, sorri enigmática: "Vou fazer uma surpresa para esse povo rico que vai para festas."

- Hoje é promoção pois é um dia festivo, dam...senh...hm...cara pessoa. Por míseros 5 cz leio tudo o que eu puder ler na palma da vossa mão direita. É so estende-la. Mas é segredo, o conde de Coimbra não pode saber, pois ele me proibiu, desde já aviso que se ele souber a tua pele murchará e teu cabelo cairá. Entendido?

Rosinha cata as moedinhas que logo tilintam no seu alforje.

- Que Jah vos abençoe, senhora!

Rosa faz como ensinou a Vó do nó: demora um pouco, com a carinha enigmática, analisa a roupa, analisa a bolsa, observa se a mão tem calos, se as unhas são cuidadas, se a pessoa está ansiosa, se a mão treme, se a pessoa morde os lábios, se há tristeza no olhar e diz, devagar as coisas para ir analisando as reações da pessoa e mudar o rumo do que afirmava se a reação for ruim. Com o corpo e face escondido era mais difícil de interpretar as coisas. Rosinha fica um pouco nervosa.

- Bem, na linha da vida vejo uma vida longa. Vejo também pequenos acidentes domésticos, mas isso porque você deve ser uma pessoa muito alegre e esbarra nas coisas. Nada grave. Prevejo viagem para breve. A sua linha do amor é complicada. Sabe aquele ditado que diz que Jah escreve certo por linhas tortas? Aqui tá tudo torto nas linhas certas, não consigo ler, mas se der mais 2cz em honra aos pobres, minha vista pode clarear um pouco, se amor for uma coisa que interesse saber.

Rosa espera.

Pantera, apesar da situação e do nervoso miudinho, não disfarça uma gargalhada ao reconhecer Cientista no meio do alarido.
"Safado, agora Rosinha vai esquecer-se do que tem para me dizer".

Aguardando o regresso da mendiga, que se preparava para desenvolver um caso bélico com o vizinho de rua, Pantera prepara-se para lhe relembrar que acabou de lhe dar 3 cruzados de gorgeta, para além dos 7 pedidos.

E, perdida em pensamentos, acautela melhor a bolsa, não vá o diabo tecê-las.

Pantera Negra sentou-se ao lado de Rosa. A rapariga não exalava o melhor odor do mundo, mas o porco que chiava ao lado conseguia ganhar-lhe, abafando todos os cheiros da rua.

Pantera ouviu atentamente. A moça parecia meia perdida às vezes, mas já lhe dera provas de sua sabedoria e não duvidou. A cada palavra, acenava vigorosamente com a cabeça, em sinal de entendimento e aprovação.

No final, ouvira tudo o que queria ouvir e a moça fora bem certeira. O marido ainda era magro, mas com o bem que ela o tratava, podia não ser para sempre. E afinal, ela até sabia o nome da moça.

- Rosa, querida. Agradeço-vos profundamente as sábias palavras.

Levantou-se e olhou para todos os lados da rua. "Senhora de bem não fala com mendiga", pensou.
E sorrateiramente, com medo que alguém a visse, levou a mão à algibeira por baixo do fato peludo e deixou a bolsa de moedas com a mendiga.
Num tom maternal e sussurrado, acrescentou:

- Toma, filha. Tenho mais respeito por ti, que por todos os ladrões vestidos de cambraia fina que nos governam.

E saracoteando o rabo, entrou no salão de baile.

Lobo nao sabe bem que festa esta a decorrer no salao mas como nao perde oportunidade para beber umas canecas dirige-se a porta onde encontra uma jovem de aspecto muito mal tratado mas de semblante gracioso que o aborda.- Senhor tem uma moeda que me possa dispensar?
lobo olha para a jovem e apesar de nao o fazer, o seu ar humilde e gentil leva-o a dizer.
- Nao sou um lorde ou alguem abastado mas nao consigo ficar indiferente,deixa-me ver o que tenho nos bolsos!
retira umas moedas que encontra espalhadas no seu bolso e sem as contar mete-as na mao da mendiga.
- Aqui tem espero que a possa ajudar,agora vou ver o que se passa ali dentro e tentar me divertir,tenha uma boa noite!

- Com vossa licença, senhorita Rosita...

Apesar de falar muito bem o português, possuía um forte sotaque espanhol. Inclina-se até a menina de aparência rude e sussurra:

- Este ponto era meu! Quero decir... Esta zona!

Ao ver que enrolava-se ainda mais, decidiu falar às claras:

- Escuta... eu sempre veng0 cá tirar minhas cartitas... Toda la gente se consulta com Yo. Yo tiro mui bien mis cartitas! Agora usted vem aqui e pensas que vai tomar meu lugar? E com este porco? E com este outro porco? - referindo-se ao rapaz.

Fez-se um breve silêncio. Então a cigana, que tinha metade dos dentes da boca de ouro puro e o pulso esquerdo era tomado de pulseiras de prata pura, propôs:

- Hacemos un trato. Yo te ensino a tirar las cartitas e tambiém a enganar alguna gente. Non todos, porque gente honesta tiramos a cartita a sério. Gente que no vale nada nosotras enganamos e tiramos os cruzaditos! Tudo o que usted ganhar metade vem para mi bolsito. Tudo que yo ganhar metade vai para tu bolsito. E cuesto rapaz, yo no sei, yo o mandaria para lejos!

Terminou com uma sonora gargalhada.

Beatrix espera a Rosa despachar a cigana.

- Filho? Como assim filho?

Ela arregala o olho ao ouvir aquela história. Depois comenta.

- Fiz tantas roupas e nem fiz uma fantasia bonita para mim.

Se lamenta ao ouvir os sons vindos do baile.

Nota os planos que fazem para a cigana. Quanta concorrência por esmola. Trabalhar que é bom, ninguém quer, né José?

- Ele é o pai?

Pensa que o filho é a cara do pai, que criança mais feia.

Cleo já parecia bem nervosa com aquela garotinha insolente. Ah, se fosse sua neta - e bem tinha idade para ser - lhe dava um sopapo!

- Oiça aqui, niña, já estoy rabiosa! Yo te pongo una maldiçon! '

Seguia então em sua irritação, falando o bom portunhol:

- Piernas de sapito! Ojos de cabrita! Unhas de macaquito! Toda la Arca de Noé em peso, jogo-te nunca mais conseguir ganhar um cruzadito sequer!

Dito isso, pôs-se a fitar a jovem com um olhar ameaçador e maligno que ela treinava muito bem defronte o espelho antes de sair de sua tenda todas as manhãs.

- Ah é, é? Ah, é? Deixa Cientista soltar o porc.. digo, o nosso filho Júnior em você, dona cigana! Vais com essas perninhas daqui até a Espanha correndo! - com um brilho maligno no olhar: - Pega ela, Junior!!

Rosa ameaça soltar a corda do porco que faz barulhos ameaçadores. Mas espera que o doutorzinho dê conta disso, já que ele conhece mais o jeito de lidar com o bicho. O jeito então é se desfazer de mais um pouco de sua guarnição, e enfia um bom pedaço de pão dormido na boca da cigana para que ela fique de boca cheia e não atrapalhe sua consulta a Espirito.

- Pois não senhora, obrigada pelas moedas, senhora. Dá-me tua mão direita por favor.

Lobo que acabara de sair da festa encontra rosa na entrada e diz-lhe._ como estas rosa? tudo bem?
Ao que ela responde.-Estou bem senhor lobo,as pessoas foram generosas comigo hoje,incluindo voçe!
Lobo admirado exclama.- Entao aquela menina suja que estava á porta eras tu? desculpa mas nao te reconheci,vejo que entretanto ou choveu ou tomou uma banhoca!Lobo que ao ver aproximar-se um homem,olha para a folha de parra ainda na mão e lembra-se de lhe pregar uma partida.- Amigo, estao a fazer um jogo la dentro,passo a explicar. quem sai fica a porta a espera de alguem que entre para lhe recitar um pequeno poema sobre algum objecto ou coisa que tenha retirado lá de dentro.apos isso, entrega-se o objecto ou algo que tenha trazido e a pessoa que entra vai passando a quem encontra.
Por dentro lobo ri-se pois ele nem imagina o que lhe irá parar ás maos.
- Entao o que tem para mim caro senhor lobo. Diz o homem ao que lobo responde.
_vou começar pelo pequeno poema.

Meu epitáfio Morta... serei árvore, serei tronco, serei fronde e minhas raízes enlaçadas às pedras de meu berço são as cordas que brotam de uma lira. Enfeitei de folhas verdes a pedra de meu túmulo num simbolismo de vida vegetal.

- o que tenho para lhe entregar é esta folha amarrotada!
o homem olhou estupfacto para a folha e diz.
- So isso? levar uma folha para dentro e recitar um poema?ok se estao a fazer isso lá dentro tambem o farei.
o homem entra e lobo diz a rosa que olha para aquilo com ar de quem nao percebeu nada.
- Nem te digo onde andou aquela folha a maior parte da noite. eheheheheh
de seguida poe a mao ao bolso e da mais 5 crz a rosa,deseja-lhe boa noite e cambaleia para casa a pensar nas figuras que o homem deve andar a fazer,a tentar passar a folha e todos a fugirem.

Com um naco de pão na boca e um porco desvairado a correr atrás de si, Cigana Cleomar sequer acreditava que o seu feitiço tinha virado contra a feiticeira! Corria do porco e não podia nem gritar, pois ainda tinha o pão à boca e o desespero era tamanho que ela sequer cogitara retirá-lo dos beiços!

- Ustedes me pagam, me pagam! - pensava.

Foi aí que teve a ideia de atirar o pão ao porquinho. O animal cheirou a comida e então a Cigana pôde fugir tranquilamente, a ocultar-se em meio às sombras da madrugada. Logo o dia raiava, mas aí, já estaria sob sua tenda.

- Vingança, é tudo o que Yo más quiero!

- Três é muita miserabilidade, e eu não sou forreta. Que vá quinze, assim dá um pão para cada um, mais ou menos, já que o bebê deve comer menos que os dois.

Ela diz e vai separando as moedinhas. E despeja na mão da Rosa.

Espirito está atordoada com tanta confusão, mas divertida com a mesma, que ate se esquece de dar sua mão para ser lida, quando repara que Rosinha está esperando impaciente.

Oh!! Desculpe, está abstraída!! Tome aqui está minha mão, mas ... quer a direita ou a esquerda?? Coloca as 2 mãos á disposição de Rosinha.

São mãos simples senhora, de quem trabalha e não ostenta riquezas. Diga me, encontrarei meu príncipe?! Diz com seus olhões verdes brilhantes reluzentes, cheios de esperança olhando para a Rosinha.