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[RP] Morada dos sussurros

Fiandeiras


Depois da conversa de Beatrix com William, o jantar é servido. Como não teve tempo de preparar algo mais especial, Lindaura foi buscar algumas compotas e assim incrementar o jantar e a sobremesa. Uma bela peça de presunto defumado foi servido com queijos e vinhos da adega. E para a sobremesa maçãs carameladas com calda de pêssego. Foi um jantar maravilhoso. E William parecia feliz e satisfeito. Contou muitas aventuras e viagens que fez e isso divertiu a noite. Eduarda foi apresentada a ele, e William tratou com muita gentileza a pequena Casterwill. Depois que todos os demais foram se recolher ele pediu para falar novamente com Beatrix.

_________________
"Para tecer com fios de luz
A força que me conduz
Para olhar o mundo
Desnudando lá no fundo
Da caixa de costura
A minha alma guardada
Para tecer comigo
A minha própria caminhada"
--William_algrave


- Agora que foram todos dormir, gostaria de falar com você sobre o que aconteceu durante a partida de Nicole Casterwill.

William diz assim que os dois estão novamente no escritório de Beatrix, a portas fechadas.
--_beatrix_algrave


Beatrix acompanha o irmão, e já no escritório ouve as palavras dele.

- O que você soube a respeito? Soube dos assassinatos e que sequestraram nossa avó, certamente. Eu nunca me senti tão traída e enganada, Nicole nos enganou. Fui uma tola em ter confiado nela.

Beatrix disse, com muita raiva ao relembrar esses acontecimentos.

- E o prior estava lá, e permitiu que William Casterwill executasse esse plano terrível.

--William_algrave


- Sim, eu sei de tudo. Fiquei sabendo quando ainda estava na França. Mas não culpe o prior nem a Ordem, na verdade você devia ser grata, pois do contrário a carnificina seria total e não restaria nenhum Nunes depois disso. Mas você não deveria estar presente, nem sua prima Maria, nem o francês Benoit. Isso foi algo arriscado demais.

Ele diz e segura nos ombros da irmã, abraçando-a.

- Mas não lamente por eles, sei que foi traumático, mas nenhum dos que morreram teria feito nada por você, ou por nós. É preciso que você saiba que havia planos para te assassinar e isso não era um complô Casterwill, mas dos Nunes. Quando estávamos aqui, nossa avó Juliana, tencionava assassinar nosso pai e reaver a filha. Esse casamento planejado por ela mostrava bem como ela amava nossa mãe Ruth. Ela ia casa-la com um doente, degenerado que estuprou e assassinou a própria irmã.

Ele faz uma pausa, como se quisesse afastar de sua mente as imagens terríveis das atrocidades que seus parentes cometeram.

- Depois houve o que aquele primo, João Nunes tentou fazer a você. Ele e mais três iam abusar de você e te assassinar. Nisso eu sou grato a Nicole Casterwill, pois ela te salvou de algo terrível. Sua avó Juliana não fez absolutamente nada. Não digo que ela não possa ter se arrependido, mas aqueles Nunes, cometeram atrocidades demais. Não são dignos dos seus lamentos nem das suas lágrimas. Por eles eu não buscarei vingança.

Ele disse encarando Beatrix e segurando em seu queixo como se ela ainda fosse a pequena Bea que ele deixou no convento.

- Só porque alguém é do nosso mesmo sangue não faz desse alguém parte da nossa família. Precisa merecer. Nenhum deles fez por merecer, eram estranhos compartilhando o nosso sangue, apenas isso.

--_beatrix_algrave


Beatrix ouviu as palavras do irmão e não foi capaz de retrucar. A experiência fora chocante, mas ela não conhecia de fato os seus parentes. Eram estranhos que se apresentaram a ela e que nunca deram provas de que mereciam sua confiança. A exceção em tudo aquilo era Nicole, Madalena e Eduarda. Benoit também não parecia ser má pessoa, apenas um rapaz esquisito. A traição de Nicole contudo sim, a afetara, pois ela se fizera aliada, mas somente alguém ingenuo ao extremo não teria percebido as inclinações dela. Nicole sentia prazer em cometer atrocidades. Unindo os pedaços daquela história tudo se tornara confuso. O alvo de Nicole não era Beatrix, não era Maria. Não eram elas que estavam em dívida. Não foram elas que pagaram. Ao menos até ali. Mas seria ingenuidade pensar que ainda não havia risco.

Aquilo que aconteceu com Maria, Juliana poderia ter evitado, mas ela nunca se importou.

- O que eu devo fazer então? Esquecer, seguir em frente?
--William_algrave


- Não, não deve esquecer, pois ainda estamos em perigo. Ainda acredito que esteja mais segura aqui. Deve continuar tomando cuidado, mas não deve buscar vingança pelos Nunes que morreram naquele cais. Há outras coisas para você se preocupar e eu preciso que mantenha sua atenção nisso. Entre para a Ordem, torne-se útil, contribua com aqueles que te ajudaram, e proteja aqueles que valem a pena.

William ficou pensativo.

- Não sei se é bom que continue aqui, tão perto do solar dos Casterwill. Sempre haverá um Casterwill guardando aquele lugar. Contudo, às vezes o melhor é manter os inimigos por perto, sob vigilância. Fique atenta.
--_beatrix_algrave


Beatrix ouviu as palavras de William em silêncio, lembrava muito bem do solar e das suas masmorras. Ela foi até a estante, pegou a garrafa de Whisky e serviu uma dose para si e outra para o irmão. Bebeu um pouco e em seguida perguntou.

- Quando você pretende partir, Gui? Vai para o Porto ver a minha prima Maria e depois vai deixar Portugal?
--William_algrave


William aceitou o whisky oferecido pela irmã e também bebeu um gole antes de continuar.

- Faz tempo que não ouço me chamarem assim.

Ele comentou e sorriu. Em seguida respondeu a pergunta dela.

- Não, eu não vou embora, ainda, pretendo ir até lá, conhecê-la, mas depois voltarei aqui, ainda tenho assuntos a tratar em Portugal, assuntos comerciais que fazem parte da minha aliança com os franceses. Isso envolveria uma aliança de casamento, mas não gostei do pretendente que me apresentaram. Sou bastante exigente no que se refere à minha irmã.

Ele comenta procurando aliviar o clima tenso que a conversa teve em seu início. William se serve de mais whisky e toma outra dose. Depois se dirige novamente a Beatrix.

- Antes de partir vou conversar com aquele rapaz, o militar que estava com você à beira do rio. Se ele for mesmo respeitável e tiver metade da habilidade que acha que tem, talvez seja melhor ter mais um aliado com quem possamos contar no futuro, do que mais inimigos que já temos de sobra.

William depositou o copo sobre a mesa, e olhou para Beatrix. Ele parecia cansado e mal conteve um bocejo.

- Desculpe, irmã, mas minha viagem foi cansativa. Não podia no entanto dormir, sem que pudesse esclarecer essas coisas com você.
--_beatrix_algrave


Beatrix fez uma careta quando ouviu falar em pretendente francês, tudo que ela não queria eram casamentos arranjados, e não estava realmente disposta a fazer um sacrifício do tipo. Felizmente seu irmão foi sensato em não expô-la a essa situação.

- Que bom, então ainda teremos um tempo juntos. Senti sua falta e queria que ficasse ao menos por alguns dias. Sei que é ocupado, mas há tanto para conversarmos.

Beatrix comentou ao saber que o irmão não partiria imediatamente. Durante o restante da conversa ela notou como ele estava cansado. A respeito dos comentários sobre Fitz ela respondeu.

- Eu direi a ele, assim que nos encontrarmos. Os dois hão de se entender, e você verá que ele não me deseja mal algum.

Em seguida ela comentou, diante das evidentes mostras de cansaço do irmão.

- Vamos nos recolher então, Gui. Também estou cansada. Laurinda preparou um quarto para você. Todas ficaram muito felizes em te ver.

Ela diz sorrindo, e depois de acompanhar o irmão até o quarto de hóspedes e desejar-lhe uma boa noite, também vai se recolher.

--William_algrave


Na manhã seguinte, William Casterwill acordou cedo, tomou seu desjejum com a irmã.

Os dois passaram o dia juntos, passeando por Alcácer e conversando. Treinaram espada, arco-e-flecha e quando anoiteceu, fizeram um recital de música na Morada dos Sussurros. William entregou a Beatrix e as fiandeiras alguns dos presentes que trouxera e que não entregara por ter simplesmente esquecido.

No segundo dia os irmãos cavalgaram e Beatrix mostrou a William onde ficava o tenebroso solar dos Casterwill. Mesmo assim foi um dia feliz em que não tocaram em nenhum assunto desagradável.

Depois de mais dois dias bastante agradáveis, William despediu-se de Beatrix prometendo voltar em breve.

Pouco tempo depois Beatrix recebeu uma carta do Barão do Cruzeiro, requerendo sua presença para tratar de uma possível encomenda de quadros. Isso faria com que Beatrix ficasse três dias fora, enquanto o irmão continuava viajando e resolvendo seus negócios em Portugal. Entre esses negócios estaria uma visita especial a Maria Madalena no Porto.
--_beatrix_algrave


Beatrix estava verdadeiramente atarefada. Tinha muito que providenciar antes de sua partida para Alexandria. A viagem surgira por conta de suas aulas com Mestre Gennaro. O prior insistiu que ela deveria aprender com um famoso mestre de Alexandria as técnicas de tecelagem de tecidos finos e raros.

Mestre Gennaro se tornara mais insuportável diante da perspectiva da viagem. Seriam quase dois meses de uma companhia que ele abominava.

Ainda por cima, Beatrix precisava dar conta de entregar alguns quadros ao barão antes de partir.

Quando ela recebeu o mensageiro, estava terminando um dos quadros. Ela usava um avental para não sujar o vestido de tinta, e os cabelos estavam presos e cobertos por um lenço para evitar que fossem impregnados pelo cheiro de aguarrás.

Ela parou o que estava fazendo e foi receber a carta. Reconheceu o selo de Fitz. Ao lê-la sua expressão foi mudando a medida que lia, mas era uma expressão de alegria, pois não recebia notícias de Fitz a alguns dias.

Não que ele não lhe desse atenção, pois ela sabia que era um homem ocupado. Ele morava em Santarém e eram dois dias de viagem, sempre que desejava vê-la. Portanto, não podia reclamar de pouca atenção, pois ele lhe fizera várias visitas nos últimos dois meses, sendo uma delas na Heráldica Portuguesa.

Era um convite para acompanhá-lo ao baile de noivado do irmão, o senhor Samuel, que iria casar-se em breve.

O tom da carta mostrava inicialmente um certo desdém que a irritou, mas depois havia vários elogios a sua pessoa.

Seria certamente um prazer rever Fitz, então, ela resolveu aceitar o convite e escreveu-lhe uma resposta.

Citation:
Caro senhor Fitzwilliamdarcy,

Aceito o vosso convite. Já tens então uma acompanhante e não precisas mais chamar "qualquer moça por aí", mesmo por que tens fama de exigente. Chegarei às 16:00 na Base do Exército Real Português, e de lá poderemos seguir ao evento.
Será uma ótima oportunidade de dançarmos. Vá treinando os seus passos.

Até breve. Beijos e saudades, Beatrix Algrave Nunes


Lacrou a carta com seu selo pessoal e enviou através do mensageiro. Em seguida voltou às suas tarefas.



Fiandeiras


O atelier seguia os seus trabalhos, e durante longos três meses Beatrix teve aulas com mestre Gennaro e se absteve de festas e de diversões. Apenas por três vezes quebrou essa regra a contragosto do mestre. Até que finalmente, os meses findaram e a viagem que ela faria para a longínqua Alexandria teve lugar.

O atelier continuou com suas atividades, no entanto, graças ao trabalho das fiandeiras. Durante esse tempo os sussurros da casa se quedaram e nada excepcional aconteceu.

Até o retorno de Beatrix...

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"Para tecer com fios de luz
A força que me conduz
Para olhar o mundo
Desnudando lá no fundo
Da caixa de costura
A minha alma guardada
Para tecer comigo
A minha própria caminhada"
Miho90
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