Afficher le menu
Information and comments (0)
<<   1, 2   >   >>

Info:
Unfortunately no additional information has been added for this RP.

O Rapto

Roberto_salgado


Estava já a escurecer quando Roberto e os seus dois irmãos se juntam na sala para combinarem os últimos preparativos. Naquela pequena e humilde sala, apenas à luz de uma vela e da pouca luz que ainda entrava pela janela, encontravam-se três conhecidos larápios, os irmãos Salgado. Porém, sempre assaltavam pequenas quintas ou casas vazias em que sabiam que seus moradores estavam em viagem, nunca antes fizeram um assalto demasiadamente elevado para que de facto houvesse verdadeiramente preocupação de os perseguirem.

Roberto, como irmão mais velho e cabeça da quadrilha, inicia a reunião.

- Está tudo preparado? Temos de ser rápidos e discretos!

- Sim, mas como fazemos para neutralizar o caseiro? - contrapõe o irmão do meio, Edmundo Salgado.

- Vamos tentar não encontrar o caseiro! Mas se ele aparecer, temos de apagá-lo! Em último caso, mas mesmo em último caso mata-mo-lo! - Nisto Roberto agarra o pomo cilíndrico da sua espada.

Eduardo, o irmão mais novo, estremece ao ouvir em morte.

- Eu disse: em último caso! Mas não quero fraquezas Eduardo! Estamos perante uma situação delicada demais! Vamos fazer o assalto das nossas vidas! Fazer o que mais ninguém fez até hoje! - Roberto vocifera - VAMOS ASSALTAR A MANSÃO DO VISCONDE!
--Eduardo_salgado


Eduardo era o irmão mais novo, nos seus 14 anos apenas, sentia-se forçado a crescer e entrar nos planos de roubos dos seus irmãos mais velhos. De estatura baixa e pele clara, magro e uns olhos tristes do que se tinha tornado a sua vida.

Obrigado a ajudar os irmãos nos seus trabalhos sujos, Eduardo nunca foi á escola, não sabia ler nem escrever e pouco ou nada falava, tinha uma doença estranha na fala que ninguém entendida, alguns pensavam certamente ser obra do diabo que amaldiçoou o jovem.

Naquela pequena sala, quieto e pasmo a ouvir o novo plano de roubo, o seu corpo tremia e sentia frio e arrepios por todo o corpo. Mal força tinha para segurar a pequena faca que tinha. Contudo não podia mostrar parte fraca junto dos irmãos.

Num tom tremido enquanto gagueja fala baixinho:
- Nóoos.... meee..mesmo matareee homem ... e se..seee guarda.. viiiir ? Euuu pri..ii..sãooo nãoo .. seer no..noo.noovoo !!!

Edmundo_salgado


Edmundo, mais forte que inteligente e mais crápula do que sensível, ouve atentamente o jovem irmão, não conseguindo conter uma gargalhada no final, deixando o irmão ainda mais desconfortável e envergonhado.

- Pára de falar enrolado! Nunca mais aprendes a falar! É a língua que é muito comprida? Se for cortamos já um bocado!

Edmundo dá outra gargalhada sonora, mas Roberto intervém com um murro na mesa. Não foi preciso qualquer palavra para que Edmundo cessasse de envergonhar o irmão mais novo e o tranquilizasse.

- Não irá aparecer guarda nenhum! Estamos a dizer-te que só lá vive o caseiro e esse é um bêbado de primeira, não perde um serão na taverna!

Edmundo olha pela janela e Roberto imita a acção.

- O Sol já está quase posto. Vamos meter as mãozinhas naquilo que deveria de ser nosso por direito! Esses ricos sempre a roubarem-nos, a explorarem-nos, a escravizarem-nos... Isso vai acabar! Não precisaremos mais de trabalhar!

Roberto olha para os irmãos e diz:

- Eduardo, pega nas cordas e no machado para arrombarmos a porta e vamos! Edmundo olha a tua espada e a tua adaga! Hoje mais do que nunca vamos precisar.

Os irmãos mais velhos tinham conseguido roubar aquelas duas espadas da casa do ferreiro, assim como o machado que usavam para partir aos pedaços a porta de entrada. O pequeno e magro Eduardo apenas se defendia com uma faca, uma vez que ele era rápido mas desastrado, não se dava bem com armas, por outro lado era o mais rápido a pegar nas coisas e a metê-las nos sacos.
--Eduardo_salgado


Ao ouvir o seu irmão apressasse a pegar nas cordas e no machado. Enrola os vários metros de corda e mete os à volta do seu pescoço, enquanto corre para pegar o machado, a corda vai se desenrolando e caindo corpo abaixo, Eduardo distraído como sempre nem nota e continua a dirigir-se apressadamente até ao machado, que estava junto da janela. Ao pegar no machado sente o seu pé direito a deslizar... escorregando em algo que estava no chão.. não conseguindo se equilibrar devido ao muito peso do machado cai ao chão.
Fica sentado no chão todo enrolado nas cordas e com o machado mesmo junto á sua cara olha para os irmãos.
Muito corado e de cabeça baixa resmunga:

- Cooii..isass difiiciiis êuuu faz..fazeeerr.. vo..vocees olhaar êeeeu.

Depresa se levanta e volta a enrolar a corda. Desta fez prede-a bem para não voltar a enrolar, pega no machado com força e passa á frente dos irmâos, é o primeiro a sair á porta. Numa clara tentativa de mostrar que não esta com medo e tentando assim ganhar algum respeito dos irmãos... até depois daquela vergonha..

- Vá..aa vaaamo..oos atra..tra...sadooss es..es..tamos !!!

Roberto_salgado


Roberto abana a cabeça em sinal de desaprovação ao ver o irmão desajeitado a fazer das dele.

- Não sei até que ponto será bom levá-lo! Agora não é trabalho limpinho como antes! Agora sabemos que há lá pessoas e é uma mansão, não sabemos que segurança pode ter sem sabermos. E já viste como ele é desajeitado?

- Não te preocupes. Ele vai ajudar-nos a demorar menos tempo e metemo-nos na "alheta" sem ninguém dar por nós! O Visconde não está lá, só está lá um velho bêbado e é se estiver! Se não tiver ido para a taverna. Vamos mas é embora. - tranquilizou-o Edmundo.

Os dois saiem e seguem Eduardo, rumo à Mansão de Nelas, a Mansão do Visconde de Mesquitela.
Juana.
erro
--Eduardo_salgado


Pelo caminho as peripécias foram surgindo, por muito que Eduardo tenta-se agradar e mostrar-se um homem forte e corajoso só fazia disparates. A mansão do Visconde ficava longe e a meio caminho passaram por uma floresta, escura e fria, levariam ainda horas a atravessa-la, por isso decidem parar um pouco para descansar o corpo e comer para recuperarem energias.

Eduardo pousa as cordas num ramo de uma arvore, encosta o machado na mesma e começa á procura de pequenos paus de madeira para fazer uma fogueira. Ao afastar-se dos irmãos para procurar os pequenos paus perde-se pela imensidão da floresta. Estava numa zona de arvores rasteiras, o chão coberto de folhas mortas e um cheiro intenso a humidade. Eduardo procura pela mais pequena luz que o possa guiar de novo ao acampamento onde estão os seus irmãos.

Fica quieto e sem falar tentando ouvir o mais pequenos barulho mas nada, estava totalmente perdido naquela floresta sombria. Ao caminhar sente os pés a afundar entre as folhas mortas ate tocar algo frio, sem perceber o que era continua a caminhar apressando o passo, naquele momento já todo o seu corpo estava frio e a tremer, de medo claro. Sem se aperceber do que estava no solo tropeça num rabo de arvore e cai numa pequena poça de lama e folhas já a apodrecer.

Fica imovel e sem saber como reagir. Sentia algo estranho no seu corpo quando de repente ouve um som Crok..crok ... Um sapo reconhece de imediato.

- ÉÉÉ saaapii..iinhooo ir..irmããoo Roo..oo..bertoo go..gosta muuuu..iito dee saaapii...inhoo noo es..espe..ee..too
Com um movimento rápido de mãos agarra o sapo e parte-lhe o pescoço. Coloca o animal já morto dentro de uma pequena mala que tinha á cintura e levanta-se rápido da poça.

Enquanto se tentava limpar e recompor começa a ouvir ao longe vozes, finalmente alguém se lembrou do pobre rapaz.

- Eduardoooo seu medricas onde estas??? Se isto é uma tentativa para fugires eu propio mato-te!!!
Gritava Roberto muito chateado.

- Euuu aquiii !!! Nuum fugiiirrr!!!
Gritava Eduardo enquanto segue a voz do irmão mais velho.

Ao voltar para junto dos irmãos ainda sujo de terra e com algumas folhas presas na roupa vai disfarçando o acidente que teve. Começa a fazer a fogueira e tira de um saco um pão que divide com os irmãos.
Dirigindo-se para Roberto e mostrando o sapo que tinha apanhado diz com muito orgulho:

- Euu apaaa..aanhar sa..saa.aapo para tuu !!
Coloca de imediato um pau a todo o comprimento do animal e mete-o a assar na fogueira.
Depois que comerem e descansarem o corpo arrumam tudo e seguem viagem. Eduardo olha para os seus pertences e pensa se se esquece de algo... parecia estar tudo no saco.
Faz um movimento com os ombros e segue atrás dos irmãos.
Edmundo_salgado


Edmundo e os seus dois irmãos chegam ao portão da mansão. Já era noite.

- Eduardo, sobe o muro nós fazemos-te um apoio para o pé e subimos-te, depois é só fazeres força de braços e num instante estás lá dentro. Depois lá dentro vais procurar alguma coisa para atares bem a corda de força a nós subirmos pelo muro sem termos risco de cairmos por a corda desprender. Entendeste?

Nisto olha para Eduardo, para o seu pescoço, para as suas mãos, para o chão.... nada... nem sinal da corda.

- Eduardo!!! Onde está a cor...?!

Após o grito do impulsivo Edmundo, Roberto intervém e uma vez mais toma as "rédeas" da situação. Num gesto brusco tapa a boca do irmão e respira fundo deveras chateado. Por fim olha para Eduardo e com um olhar reprovador e assustador, repete a pergunta do irmão porém em surdina.

- Eduardo, onde está a corda que te pedimos para trazeres?

Edmundo tira a mão do irmão mais velho da sua boca e vira-se de costas ao mesmo tempo que pega numa pedra e manda-a mais longe possível numa tentativa de aliviar os nervos.
--Eduardo_salgado


Eduardo vinha muito alegre pelo caminho a assobiar musicas e saltando em todas as pequenas poças de água, como se de uma brincadeira tratasse. Ao chegar á mansão ouve o plano com atenção. Logo surge o grande problema.
O seu corpo volta ao tremer de costume o medo e a vergonha de se ter esquecido das tão importantes cordas !!!!
Cora rapidamente enquanto tenta acalmar os irmãos...

- Euu nuum saa..aaber !!!! Cooor..daaas de...de..desapaaaa..aareciii..ier !!

Encolhes os ombros e baixa a cabeça. A frustração era imensa.. não podia admitir o erro.. seria gozado e repreendido pelos irmãos. Olha á sua volta tentando encontrar uma solução ... Ao longe junto do portão principal vê uma pequena luz...

- Voo..00..cees fii.fiicar aqui !!! Eeeuu iir aaa..aalii.

Começa a correr em direção á luz. Ao se aproximar vê um pequeno banco junto ao portão, onde estava o caseiro... Com uma garrafa já vazia na mão, olhos serrados e bochechas bastantes coradas. Eduardo aproxima-se devagar e com um dedo toca no corpo do homem, bastante rechonchudo, sentia o cheiro a vinho à distancia. Ao ver que o homem estava a dormir profundamente leva a mão ao bolso do caseiro e retira as chaves da propriedade. Olhando para o conjunto de chaves vê 4 chaves, pensa de imediato que deverá ser uma da entrada principal, a outra das traseiras, onde os seus irmãos esperavam, uma da entrada principal e a quarta da cave.

- Iiirmâooos fiiii..ficaaar feliiiizesss cooom.. com.. eeeuu !!!

Começa a correr e volta para junto dos irmãos e mostras-lhes as chaves da propriedade.
Roberto_salgado


Roberto arregala os olhos. Por fim, com a sua seriedade e frontalidade habitual diz-lhe:

- Muito bem Eduardo! Acho que estás a começar a pensar como deve de ser!

- Até que enfim, começa a ter juízo nessa cabeça de martelo.

Eduardo fica com cara triste por ver que o seu irmão do meio continua rabugento, como sempre. Uma vez na vida queria ouvir o seu irmão a agradecer-lhe ou a elogiar, ou se isso fosse muito, pelo menos a não o insultar ou humilhar. Fica cabisbaixo enquanto Roberto lhe rapa as chaves da mão.

- Ora bem... esta deve ser deste portão das traseiras!

Coloca a chave com as ranhuras idênticas à da fechadura e roda ouvindo um pequeno *click*.

- Já está! Agora vamos seguir o plano! Eduardo vais à frente. Vês se vês alguém, algum cão ou outra segurança e depois voltas para aqui e avisas-nos que é seguro! Tu és o mais pequeno, rápido e mais magro... é mais dificil te verem a ti do que nos verem a nós que somos corpolentos. Se te vires aflito grita por socorro.

- Grita por socorro, mas não esperes por ele! - Edmundo solta uma gargalhada.

*ZÁS TRÁS*

Roberto dá um grande murro na cabeça do irmão do meio. Era tal o respeito e autoridade que davam ao seu irmão mais velho que faziam tudo o que ele mandava e respeitava todas as suas decisões e acções, por mais dolorosas que fossem, nunca reclamavam!

- Aiii desculpa. - Desculpa-se Edmundo enquanto fica agarrado à cabeça.
--Eduardo_salgado


Ao ouvir as palavras estranhamente positivas do irmão mais velho Eduardo sorri e endireita o corpo, fazendo pose de homem.

Seguindo á frente pé ante pé observa tudo á sua volta. Não vê ninguém... vira-se para traz e faz um sinal com a mão para os irmãos entrarem.

Necasboy
[erro]
_________________
Edmundo_salgado


Os três irmãos estavam já a terminar o serviço, já tinham limpo as pratas da cozinha, já tinham tirado as tapeçarias francesas das paredes da sala, até as taças e medalhas da estante já estavam nos sacos dos irmãos.

Entretanto, Edmundo encontra a porta que leva ao piso inferior onde se situa a forja.

- Ei rapazes!! O Visconde dedica os seus tempos livres ao trabalho na forja! Vamos ver se tem lá alguma arma boa para nós! Estas espadas que roubamos não são de grande categoria, bastará um confronto e suspeito que longo se destruirão...

Juana.


Juana estava de viagem pelo norte, acompanhando o seu tio e alguns amigos. O seu marido, Necas de Camões não pôde acompanhar na viagem pois como capitão do porto de Leiria tinha de ficar a cumprir as suas responsabilidades. Antes de sair de Leiria, Necas fez-lhe um pedido muito especial e deu-lhe umas chaves da sua mansão em Nelas... O pedido era simples. Trazer uma caixa que tinha guardado debaixo da cama no maior quarto da casa... Não deveria ser difícil… Pensava Juana.

Como não queria atrasar a viagem dos seus amigos pediu para eles seguirem caminho, encontravam-se no Porto, não era longe, meio-dia de caminho. Ficaria então sozinha com o seu belo cavalo, Maggos.
Ao chegar junto da mansão vê um homem dormir num banco, Juana reconheceu de imediato o cheiro a vinho...O seu marido já lhe tinha contado a história sobre o senhor Manuel, caseiro naquela casa desde os 14 anos de idade. Era um bom homem, calmo e simpático, mas com a idade acabou por cair no vício da bebida (o que o deixava muitos dias mais a dormir que acordado).

Aproximando-se devagar para não assustar o homem tenta acordá-lo. - Senhor Manuel... Diz na sua doce voz esperando o homem acordar... Mas nada... - Senhor Manuel!!!!! Diz gritando.. tinha perdido a paciência. Ainda assim o homem pouco se mexeu virando apenas para o outro lado. Juana começa a abana-lo mas logo desiste... aquele cheiro a vinho incomodava-a bastante, sente se obrigada a pegar num paninho que tinha consigo e levar ao nariz, não conseguindo respirar aquele ar. - Senhor Manuel!!!! Grita uma última vez..

_________________
Juana.
erro
See the RP information <<   1, 2   >   >>
Copyright © JDWorks, Corbeaunoir & Elissa Ka | Update notes | Support us | 2008 - 2024
Special thanks to our amazing translators : Dunpeal (EN, PT), Eriti (IT), Azureus (FI)