Iniciação na fé de Volupia

Dalur, posicionou-se ao lado do altar de mármore, ainda no meio da relva na segunda noite do mês. Na noite anterior, um sacrifício em honra aos deuses foi feita, e uma das convidadas inclinava a seguir na fé. Afinal o convite surtia efeito, e em breve desejava em construir um templo digno dos deuses que honrava.

As tochas foram acessas, e o luar escondeu-se naquela noiva, as nuvens negras encobriam os céus. Santarém ia adormecendo aos poucos, e o vento frio da noite ignorava o sobretudo que usava.

Uma noite magnífica, onde a sobrinha do sacerdote, Brezzy, iria entregar-se a uma nova vida, Livre das chagas morais que acorrentam a maioria dos habitantes portugueses, sim! Este era mesmo um grande dia. Com a hora marcada aproximando-se, o barão aguardou alguns instantes para que, tanto a sobrinha pudesse chegar, e para que também convidados pudessem assistir a cerimônia que ocorreria.

Brezzy arrumou-se bem tentando proteger-se do frio, mas sem descartar um sutil decote que ostentava fingindo que ele não estava ali. Encaminhou-se para Dalur com um sorriso nos lábios, cumprimentou-o e olhou em redor para ver se mais alguém testemunharia esse momento.

Novamente Kub se dirigia ao altar. Na noite anterior testemunhou um sacrifício aos deuses, hoje seria testemunha novamente. A nova religião já crescia, havia uma noviça: Brezzy seria iniciada.

Estava lá mais pelos amigos do que pela nova religião, mas não sentia incômodo em participar. Kub bebe um grande gole de uma garrafa que trazia consigo e se aproxima silenciosamente do sacerdote e da noviça.

Vendo que convidados se aproximavam, e que além da noviça, também vinha Kub e o próprio monarca de Portugal, o sacerdote estende as mãos e começa a falar.

- Caros amigos, e convidados. Reunidos estamos nesta noite, para acompanhar a imersão de Brezzy na fé dos deuses. Um passo de coragem é dado por esta mulher, e é esta coragem que nos é necessária a cada dia que vivemos, assim como Vérrios ensina-nos.

Voltando suas atenções aos convidados, lhes dirige a palavra

- Serão testemunhas, da declaração que esta mulher faz hoje, perante tanto os deuses como os homens?

Kub ve o sorriso em Brezzy.

Sim, sou testemunha.

Com as testemunhas assistindo, o barão prossegue com a cerimônia, mas não antes de perceber a chegada de Sparkx também. Sorrindo ao amigo que chegou, fixa seus olhos em Brezzy

- Esta cerimônia, marcará o ingresso em uma nova vida, onde deverás experimentar a liberdade, e serdes guiada pelos seus desejos, ao invés das regras que tentam impor-nos.

Um vento frio soprou sobre o local, agitando de leve o traje do sacerdote, viu também o cabelo da sobrinha ser agitado.

- É nos ensinado que precisamos ter coragem, e ousadia para desafiar aquilo que impede-nos de alcançar nosso pleno potencial. Nada vem de graça e sem esforço, é preciso lutar para verdadeiramente alcançarmos a liberdade. E neste processo, temos que cultivar nossas amizades que incentivam-nos a sermos livres, e afastar daquilo que quer nos prender e forçar atitudes contra nossa verdadeira vontade

Esperando um instante para que todos entendessem suas palavras, prosseguiu.

- Brezzy Mello, é de sua livre vontade que desejais converter-vos a uma nova vida? Entendendo que nenhuma regra mais a prenderá e apenas sua vontade a guiará neste caminho?