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Interrupção de Atividades da Heráldica Portuguesa

Kokkas


Mas fazer chatagem à Coroa, e muito baixo golpe, mas minha pessoa já contava com isto, estranho para um certo grupo ou família, quando um Rei não seja da cor deles, trabalhem desta maneira vergonhosa de chatagem, era o que mais faltava aturar gente que funciona nesta maneira, simples, se não querem trabalhar se metam na rua, e tal chatagem à Coroa do Reino, seria bom analizar seu grau das intenções tais pessoas.
Não querem trabalhar, rua...

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Todos os homens morrem. Mas nem todos os homens de fato vivem.
Ludie
Ludie ouvia tudo e a cada hora ficava mais confusa com as explicações do Rei das Armas. A Sapa começa a achar que isso tudo é história da carochinha. Um bocado entediada, ergue a voz e calmamente faz se ouvir.

Caríssimo Yochanan, eu sempre respeitei a heráldica e sempre fui a favor dos vossos trabalhos. Numa altura onde meu filho, o Rei Mac paralisou a heráldica, fiquei a favor disso até um certo ponto. Desculpe- me, como eu não os desmereço, não sabia que outros os desmereciam.

Em outro ponto, concordo com as palavras da Auren e assino as palavras do meus marido. Acho essa atitude esdrúxula. Não concordo que esse poder deva ser oferecido a Heráldica. Acho sim que vocês devem ser reconhecidos, aplaudidos, prestam um trabalho grandioso ao nosso reino e deveras quase nunca reconhecido. Portanto, entendi perfeitamente a vossa explicação e sinto me um bocado perdida no fato de reivindicarem esse poder. Vocês não são meros desenhistas, não ficam rascunhando papeis e colorindo os. São pessoas escolhidas, talentosas para cuidar da nobreza. Enfim, se buscam reconhecimento, não acredito que será assim. Temos um novo rei, pode se sempre pedir uma audiência a ele, discutir estes pontos.


A Sapa respira e termina sua fala.

Bom peço imensas desculpas se falei em demasiado, e gostava de dizer ao senhor, como médica que meu marido não é surdo. A sua voz é mesmo assim, firme e austera, não tem dificuldades em passar suas idéias. Por vezes passa um ar de grito, mas é porque fala alto.
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Se o mundo é parecido com o que eu vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito... :p
Gwenhwyfar


De passagem pela Praça Pública, Gwen apercebeu-se de uma grande comoção. Movida pela curiosidade, aproximou-se e ouviu a troca de galhardetes.

Lá estão alhos a serem misturados com bugalhos, pensou. Mania de misturarem a esfera condal com a esfera real, que a Magna Carta fez tanta questão de separar.

Levemente entediada, ouviu os argumentos de um lado e de outro, e por fim perguntou, levemente confusa:

- Desculpem, mas estão a sugerir que nobres, que viram os seus títulos atribuídos pelo rei - estou ou outro qualquer que o trono não tem tido falta de candidatos, graças a Jah - pelos seus feitos à pátria, sejam julgados por outros que não os seus ilustres pares? Sugerem que este suposto tribunal heráldico se sobreponha aos julgamentos criminais? Que outros motivos levariam um nobre a ver retirado o seu título, que não actos criminosos?

Fez uma pausa e depois prosseguiu, pensativamente:

- Como estamos, se um nobre cometer um acto ilícito há poderes que podem julgá-los e despi-los dos seus títulos e terras; poderes esses previstos na Carta. Estão a dizer então que preferem que os Estatutos de uma instituição se sobreponha aos que estão previstos na Carta? Jah me ajude, terei ouvido bem?

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Gwenhwyfar


Uma dúvida acometeu Gwen naquele momento e em voz alta questionou:

- Já tentaram comunicar com a Coroa?

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Joceli


Joceli passando na praça e escutou uma gritaria, opa o que será que está acontecendo, essa voz não me é estranha.

Vou amarrar a pocotó num ramo de uma árvore e vou encontrar um muro, para apreciar o desenrolar do embrólio.

Começamos bem mais longo reinado.

Voltou-me um pensamento o que faz um tal falecido reizinho fazer as coisas as pressas.

caro yochanan, o rei tem o poder absoluto então ele que dá palavra final.
Como você disse a Heráldica Portuguesa não é condado.

Só um ou dois condado pode ficar contra o rei, daí é outra história.
Kokkas


Gwenhwyfar wrote:


Uma dúvida acometeu Gwen naquele momento e em voz alta questionou:

-Já tentaram comunicar com a Coroa?


Kokkas de Monforte ao ouvir Gwenhwyfar resolve dizer e contem sua voz para não ficarem surdos:

-Simplesmente estranho e não comunicar primeiro com a Coroa, em vez de vir para a Praça fazer uma chatagem à Coroa, já para não falar dos erros grosseiros perante a Carta Magna.

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Todos os homens morrem. Mas nem todos os homens de fato vivem.




John_of_portugal
Parecem-me existir aqui várias confusões. Tentarei ser o mais directo possível na minha exposição para me alongar o menos possível.

Primeiro lugar, não compreendo de todo esta atitude da Heráldica. Se sentem falta de reconhecimento por parte da nobreza e da Coroa do Reino de Portugal, algo que até compreendo, poderiam ter requerido uma audiência com Sua Majestade Real que tenho confiança de que seriam recebidos de braços abertos e com todo o respeito e a Coroa tentaria, com certeza, sanar a situação da Heráldica, como tem tentado fazer com as outras instituições.

Segundo, de facto pode-se apontar a falha à Coroa do Reino de Portugal de não ter agradecido devidamente os serviços prestados pela Heráldica neste início de reinado, aqui faço o meu próprio mea culpa, como Príncipe Real. Na questão da Coroação levantada pelo Dom Yochanan de Viana, Mestre de Armas, em entrevista à KAP, a Heráldica não foi contactada por Sua Majestade Real ter optado por uma cerimónia religiosa aristotélica a realizar-se na Catedral do Reino de Portugal. De modo que a cerimónia, por se realizar naquele espaço e ser de cariz religioso, ficou a cargo da Igreja Aristotélica Portuguesa. A Heráldica presta muito bons serviços ao Reino, mas ainda não é santificada.

Terceiro, postos os dois pontos acima, não compreendo a relação deles com a necessidade de existência de um Tribunal Heráldico, nem a sua relação directa. Acaso pensa a Heráldica que a melhor forma de obter reconhecimento pelo seu trabalho é tendo o poder de castigar os nobres?

Quarto, vejo existir alguma confusão com o conceito de Heráldica, segundo todos os vocabulários, dicionários e livros que tenho no meu Paço em Avis Heráldica é a arte ou ciência de descrever e desenhar brasões. Ou seja, tem uma função bem definida e pouco relacionada com aquela longa e indefinida conceptualização feita pelo Dom Yochanan de Viana.

Quinto, em toda esta situação a Heráldica reclamou, demandou e exigiu que tanto os nobres, como a Coroa, deviam apressar-se e de imediato declarar o seu total apoio ao Tribunal Heráldico, se não a proclama-se a greve por tempo indefinido. Ora não foi explicado à nobreza, nem à Coroa, o que será esse Tribunal Heráldico, quais os seus poderes e funções. Ou seja, exigem que apoiemos algo, sem nos explicar o que é. Devo aqui proclamar também como Príncipe Real que vou fazer greve se não apoiarem o Tribunal Johnista Superior do Reino de Portugal, depois de todos terem apoiado eu explico o que é.

Sexto, para que não haja dúvidas. A Carta Magna pode ser pouco definida em em vários assuntos, mas nesta até é bastante clara, a Heráldica tem a gestão dos assuntos heráldicos - conceito qual já expliquei no ponto quarto - e a Corte dos Nobres, com a sua emanação jurídica, possuem mandato para a gestão dos assuntos nobiliárquicos. Assim sendo, qualquer Tribunal Heráldico a existir terá de respeitar a Carta Magna nestes pontos, se não terá de propôr e aguardar que se altere a lei superior do Reino de Portugal.

Setimo, o Dom Yochanan de Viana, disse uma pequena falácia demonstrativa de seu desconhecimento sobre a Carta Magna e o que ela define. Disse o Mestre de Armas que a Corte Real tem apenas funções consultivas, facto errado, se ler com atenção logo a seguir à palavra consultivas vem mais um pouco da frase que diz "e decisória". Ou seja, a Corte Real também decide sobre as matérias que lhe são levadas.

Oitavo, peço ainda ao Dom Yochanan de Viana que páre por favor de minorizar o trabalho dos arautos, não fazem "desenhinhos bonitos", fazem brasões, simbolos da nobreza e das instituições. Isto em momento algum e por pessoa alguma foi tratado como uma função ou trabalho menor, sem ser nas próprias palavras do Mestre de Armas.

Nono, no referente ao pedido da Heráldica feita à Corte dos Nobres, ainda não houve muitos pronunciamentes dos nobres, por isso estava a esforçar-me para que mais membros da nobreza se pronunciassem sobre o pedido feito, para conseguir dar uma resposta mais satisfatória e consistente à Heráldica. Obviamente não posso obrigar os nobres a falarem na Corte dos Nobres, mas consegue-se algumas opiniões valiosas de houver a devida paciência. Ressalvo que a Corte dos Nobres não está habituada a lidar com imposições, mas com pedidos feitos devidamente e que serão respondidos a seu devido tempo.

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Kokkas


Tem um ditado; quem cala consente....

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Todos os homens morrem. Mas nem todos os homens de fato vivem.
Gwenhwyfar


Gwen suspirou, levemente desgostosa.

Será isto mais uma guerra de egos?, pensou enquanto continuava a aguardar a resposta do interpelado.

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Yochanan


Vossa Alteza - disse Yochanan fazendo uma mesura. - como decidistes fazer a vossa exposição em pontos, lhe responderei de igual modo.

Ele fez uma pausa antes de continuar.

Em Primeiro lugar não ficarei a discutir se, se houvêssemos feito isso ou aquilo o resultado final seria distinto. Como instituição colegiada que somos decidimos por esta via, e não outra.

Em Segundo lugar, independente de se a cerimônia seria de cariz religioso ou não, se seria organizada pela Igreja Aristotélica Portuguesa ou não, se seria organizada na Catedral do Reino, na Corte, ou no chiqueiro, a Coroa poderia ao menos ter respondido tal à Heráldica quando enviamos a referida consulta. É uma questão de respeito.

Ele fez uma breve pausa.

Em Terceiro lugar, o a função do Tribunal Heráldico longe está de ter como propósito o castigo dos nobres deste reino, e Vossa Alteza saberia disso se ao menos tivesse lido os Estatutos da Heráldica Portuguesa antes de cá vir. A função do Tribunal Heráldico é solucionar as disputas e garantir o cumprimento dos direitos e deveres do nobre português. Afinal como bem deves saber, consta dentre as prerrogativas do Conselho de Sintra a Remoção ou Redução dos Títulos Nobiliárquicos, e aos tribunais condais a condena pelos crimes estabelecidos em lei. Então de que forma poderia o Tribunal Heráldico ter palavra final em uma punição que não lhe compete completamente? No entanto devo parabenizar a senhorita Auren, que ainda tão jovem conseguiu entender a essência do Tribunal Heráldico. Um tribunal há muito previsto nos estatutos de Sintra, mas somente agora institucionalizado nos da Heráldica Portuguesa.

Em Quarto lugar, vejo a confusão em vossa pessoa e utiliza uma conceitualização que é apenas parcial e não incluí todas as facetas de uma Heráldica Nacional.
((OOC: aqui se me faz necessário fazer um adendo em ooc: o conceito moderno de Heráldica sim se viu reduzido em grande medida a causa da criação de outras instituições que cumprem funções que eram parte daquelas que realizava a Heráldica no período em que ocorre o jogo.))


Em Quinto lugar, se Vossa Alteza tivesse lido os Estatutos da Heráldica, não estaria fazendo esta pergunta, pois lá estão claramente expressos os poderes e funções do Tribunal Heráldico. Se nota aqui a clara falta de vontade por parte dos governantes deste reino em conhecer a Heráldica Portuguesa. Ou mesmo de uma instituição irmã como o Conselho de Sintra, conselho do qual Vossa Alteza foi presidente, ou da Corte dos Nobres, da qual Vossa Alteza faz parte.

Em Sexto lugar, me remito como Vossa Alteza o fez, ao ponto quarto. E reafirmo que os assuntos heráldicos e os nobiliárquicos estão intimamente ligados. Tão é assim que o Tribunal Heráldico não só prevê, como solicita em sua própria composição a participação da Corte dos Nobres durante o julgamento de um nobre em um caso dentre os classificados como casos referentes ao Nobiliárquico Português. Tal seria de vosso conhecimento se tivesse lido os Estatutos da Heráldica Portuguesa antes de aqui vir.

Ele então fez uma pausa um pouco mais longa e então disse:

Em Sétimo lugar, aqui teremos que descordar, pois apesar de sim, a Corte Real ter funções consultivas e decisória, no caso da Ratificação dos Estatutos das Instituições Reais, o cariz da Corte Real é apenas consultório. Uma vez que o referido artigo determina que a ratificação é uma opção exclusiva ao Monarca.


Ele então leu, colocando a ênfase da leitura na última parte.
Quote:
XVIII - Ratificar as alterações nos Estatutos das Instituições das Forças Armadas Portuguesas, da Real Chancelaria Portuguesa, do Supremo Tribunal de Justiça e da Heráldica Portuguesa, após consulta da Corte Real, prevalecendo a opção de ratificação exclusiva ao Monarca grifo meu


Deixou a copia da Carta Magna de lado e continuou,

Em Oitavo lugar, agradeço as palavras de Vossa Alteza, no entanto, não somos nós que minorizamos o trabalho dos arautos, e com essa frase apenas vocalizamos o que percebemos quando nos solicitam um trabalho, e até mesmo quando nos ignoram, ainda que não usem as palavras que nós decidimos usar, o sentido que percebemos é o mesmo.

E finalmente em nono lugar, acaso não teria sido uma mostra de respeito à Heráldica, que lhe fez uma solicitação com um prazo determinado, avisar que o prazo pedido foi pouco pelos motivos que fossem? Entendemos que deve ser uma tarefa árdua tirar os Nobres de suas croquetes para discutir algo que é ou ao menos deveria ser do interesse deles como são os direitos e deveres deles para com a sociedade portuguesa, à monarquia e à própria instituição nobiliárquica portuguesa. Obviamente não podes obrigar aos nobres a falarem na Corte dos Nobres, mas se não colocarmos um prazo para que se tenha uma resposta a um determinado assunto, então quantos reis deverão vir e partir antes que tenhamos uma resposta? Ou ao menos um aviso de "precisamos de mais tempo para discutir o assunto."

Após uma nova pausa, o Rei de Armas continuou,

- Como podes ver Vossa Alteza, não é poder que pedimos com este ato, é o reconhecimento que nos é devido, é uma posição da Corte dos Nobres que ficou em silêncio quando lhe foi pedida uma voz, é uma posição da Coroa para assegurar -nos que do mesmo modo como este evento trouxe aqui pessoas a reclamar por reclamar e que ao que parece jamais tiveram sequer o interesse de ler os Estatutos da Heráldica Portuguesa antes de aqui vir, o mesmo não ocorra quando o Tribunal Heráldico Português emita uma sentença. - concluiu.

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Kokkas


Bom pelo menos já entendeu alguma coisa mudando as ideias, Sr Yochanan, gostava continuar mas este assunto está encerrado, por minha pessoa, mas gostei destas suas ultimas palavras estamos sempre aprender, bom trabalho.

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Todos os homens morrem. Mas nem todos os homens de fato vivem.
John_of_portugal
Como já o disse publicamente eu estou em grande parte solidário com a Heráldica Portuguesa, não posso é concordar com terem iniciado conversações com a Coroa e a Corte dos Nobres iniciando uma greve. Quem quer falar de bem, não começa a conversa dando um murro nos outros intervenientes. Devo-lhe dizer que é esse o sentimento que vigora na Corte dos Nobres e na Coroa com esta atitude da Heráldica.

Compreendo que numa outra realidade a Heráldica tivesse outro tipo de funções, não como o Dom Yochanan Flavius Viana quer fazer parecer. Numa outra realidade a Nobreza e o Rei também teriam outro tipo de poderes, funções e capacidades administrativas. Todavia, a realidade em que vivemos é esta e nesta a Heráldica é entendida como a superior arte de elaborar os brasões e conservar a memória destas obras, enquanto os remanescentes assuntos nobiliárquicos são conferidos a outra instituição, no caso, a Corte dos Nobres e a sua emanação, o Conselho de Sintra. É esta separação que vigora na Carta Magna e por enquanto a temos de separar. Embora concorde com o Mestre de Armas quando afirma que existe uma íntima relação entre ambas. Assim sendo, qualquer formulação do Tribunal Heráldico para a resolução e questões nobiliárquicas terá de contemplar uma transferência de atribuições da Corte dos Nobres para a Heráldica Portuguesa.

Reconheço o meu erro em não ter avisado a Heráldica que a Corte dos Nobres necessitaria de mais tempo para deliberar sobre a matéria em causa. Pensei que estive implícito essa necessidade. Por isso peço desculpa. Contudo, não concordo que isso, como qualquer outra falta de resposta, seja apresentado como motivo para uma greve, se todas as instituições se comportassem da mesma forma, garanto-lhe que o Conselho de Sintra passaria a estar sistematicamente em greve.

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Beatrix_algrave


Beatrix chega na praça com seu tabardo de protesto e um grupo de pajens fazendo "cornetaço" e agitando estandartes e brasões de armas.

- Eeeeeeeeeu quero brasonar! Brasonar eu voooooooou!

Alguns pajens carregam cartazes de madeira pintados com mensagens de protesto.

Quote:
BRISURA não é palavrão, nem é coisa para passar no pão


Quote:
Um "Obrigado, ficou bom" não arranca pedaço


Quote:
Esmalte rosa non ecziste!


Quote:
Se quer um desenhinho peça ao seu sobrinho!


Quote:
De croquete a CN basta, quero é vê-los aqui na praça!


Quote:
Venham agregar conosco!


Algumas dessas frases estavam também desenhadas no tabardo de protesto. Um debate havia se iniciado ali na praça e a ideia da discussão não podia morrer. Precisava continuar envolvendo todos os interessados. Quer fossem a favor ou contra, que entendessem ou não as motivações dos arautos, era preciso chamar a atenção sobre o que se passava.

Na última seleção da Heráldica apenas um candidato havia se apresentado, não havia mais interesse da população pelas questões da Heráldica e uma instituição tão importante não poderia se deixar morrer assim.

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Ltdamasceno


O recém-eleito Conde de Coimbra, por intermédio de uma bela jovem que havia sido destacada para auxiliá-lo em suas funções, descobre a respeito de uma grande greve na Heráldica Portuguesa.

- A Heráldica Portuguesa? Em greve? A senhorita têm certeza? Perguntou o Conde.

- Sim meu senhor, um boato gigante circulou o país, uns diziam até que havia mulheres nuas a se manifestar. A moça se benze, mas notando a reação do Conde com aquela ação, ela para pela a metade.

- Bom, sendo assim, vamos até este lugar. Não consigo crer que a Heráldica esteja usando de estratégias tão interessantes para conseguir solucionar os seus problemas. Completou ele enquanto vestia a sua capa e depois enrolava um papel que escondeu em seu bolso.

Ao chegar no local da greve, notou a presença de ilustres nobres e cidadãos do reino e principalmente, uma multidão incessante a gritar e a barulhar exigindo os seus direitos. Alguns cartazes eram até criativos, mas o Conde pensava se aquilo havia de resolver o problema ou não. Decidiu não buscar por chamar atenção, mas ficou ali esperando as moças nuas aparecerem e o show pudesse finalmente começar.

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"E eu testemunharei que não há ninguém digno de adoração, exceto o Único."
Yochanan


Yochanan, Portugal Rei de Armas, se dirige novamente ao público, em suas mãos levava dois documentos. Abriu o primeiro deles e leu:

Quote:
Carta Aberta
À Corte dos Nobres, aos Nobres de Portugal e a todos os vassalos de Sua Majestade Real D. Pedro I de Portugal que estas palavras leia ou escute.

É com a esperança de que estas linhas cheguem ao maior número de almas que habitam este Reino de Portugal que as escrevo e as faço chegar à Redação da KAP Portugal para que seja por este meio publicado.

No nono dia de junho de 1462 o Colégio Heráldico Português anunciou em Praça Pública a Interrupção por tempo indeterminado das atividades da Heráldica Portuguesa. Uma medida de força é verdade, mas com um objetivo claro e pontual com um propósito que se estende além das demandas do Colégio Heráldico Português. Foi e continua sendo um dos propósitos principais desta medida, o forçar aos nobres deste reino que tomam uma posição como os nobres que são. Que cumpram o papel que têm em nossa sociedade Res Parendo!

Que um titulo nobiliárquico seja ostentado com o orgulho devido, que cada um dos organismos que tratem do nobiliárquico receba o respeito devido não apenas dos nobres mas da sociedade como um todo. Que não só cada um dos nobres conheça seus direitos e deveres, mas que ensinem a aqueles que vos vão substituir no futuro o que significa ser um nobre neste Reino!

Onde ficou o orgulho de pertencer a uma linhagem? Onde estão os valores da família portuguesa? Onde estão os nobres quando o reino se vê ameaçado? Onde estão as vossas terras às quais lhes foram confiadas? Quais são as armas do teu feudo? Estes são algumas das perguntas que gostaria que cada nobre respondesse a si mesmo se puder.
A nobreza por meritocracia é o exemplo que educa pela ação, é a marca do civismo e a representação do que uma sociedade acredita ser o correto, o louvável, o meritório. Em sua maioria o plebeu sempre buscará imitar ao nobre, buscará alcançar um relance do ideal nobre, caberá ao nobre ensinar ao plebeu o seu lugar.

Durante os três meses que já dura a greve, a Coroa Portuguesa deteve o poder de terminá-la, desde o inicio com os arautos do Colégio Heráldico, a todos os que procuraram conversar conosco sobre este assunto, assumimos que enfrentaríamos as consequências Res Parendo desta atitude que tomamos. Uma atitude consciente, gerada pelo simples desejo de fazer mover a parte escura do Res Parendo Português, de mostrar ao povo deste reino que não existe apenas um caminho ou uma forma, mas que as demais são esquecidas. O medo impede a ação, o medo às consequências, o medo à opinião pública, o medo a “ficar mal”. É este mesmo medo que faz com que a palavra suplante a ação neste reino quando precisamente é a ação o que este reino infestado de oradores mais precisa.

Por muito tempo ficou previsto, esquecido, nos estatutos do Conselho de Sintra a existência de um Tribunal Heráldico, cuja decisão poderia ser utilizada como base para o rebaixamento ou a destituição do título de um nobre. Em todo este tempo, não vi em Sintra um único debate sobre o que seria esse tribunal e porque sua decisão teria tanto peso como para dar inicio à pior punição que Sintra pode determinar: A Destituição de um título nobiliárquico.

Ouvimos já longamente que Sintra não é um tribunal, que no Conselho não há juízes, e entretanto julgam o merecimento ou desmerecimento de um título. Adianto desde já que nada temos em contra do Conselho de Sintra ou daqueles que o compõem, é mais, consideramos ao Conselho como uma instituição irmã até mesmo porque houve um tempo em que o Colégio e o Conselho formavam um único organismo. “Que os nobres julguem que deve ser nobre” foi um dos argumentos da cisão do Colégio e do Conselho. Um argumento que deve ainda estar sendo utilizado na Corte dos Nobres em relação ao Tribunal Heráldico. E porque não seria, é um argumento válido é claro, mas então deixo a pergunta aos nobres de Portugal: O que é ser nobre?

Claramente terá o estatuto de nobre aquele que tenha um título nobiliárquico outorgado e aprovado por Sintra, ratificado e juramentado pela Coroa, com armas devidamente feitas pela Heráldica e com sua linhagem registrada. Esta pessoa aos olhos da lei seria um nobre, mas faz essa pessoa parte do ideal nobre de Portugal? Mas afinal quais são os ideais do Nobre Português? Será a valentia? Ou a erudição? O trabalho árduo? Ou a bolsa cheia de cruzados?

Quais são os parâmetros que fazem que Sintra, representante da Corte dos Nobres neste aspecto, julgue o mérito daquele que busca o título? Quero que percebam com isso que o problema não é de Sintra, mas vai muito mais profundo que Sintra, e até mesmo que a Corte dos Nobres. É um problema de definição, e para definir é necessária a ação. Para que quando digam que Fulano ou Beltrano é Conde Disso ou Duque Daquilo os pais digam a seus filhos que admirem a esses homens e mulheres da Nobreza Portuguesa pois eles são os mais elevados dentre os Portugueses. Que um dia um campesino ou um artesão possam dizer com orgulho que tem a honra de servir e trabalhar nas terras de um Nobre Português!

Meu lugar como Portugal Rei de Armas, está como sempre esteve, nas mãos do Rei, minha consciência está limpa nas mãos do Senhor. Com estas palavras não busco ofender ninguém, apenas abrir-lhes os olhos para uma verdade.

Onde ficaram os Protocolos e as Precedências? Onde repousa o respeito? Onde jazem os grande feitos nobres, que deveriam ser imortalizados nas armas de seu portador? Onde dorme o Orgulho do Nobre Português?

Se leram, ou ouviram, até aqui, os congratulo pois deves ser parte de alguns poucos, e devem estar a se perguntar por que ainda nada disse do Colégio Heráldico, para perceberem que já disse muitas coisas. A função primordial das armas de qualquer nobre é identificá-lo, é ressaltá-lo, é louvar sua linhagem e aclamar seus feitos que o elevaram à posição que agora detém! A mesma função cumpre as armas de uma família, e quão intimamente ligadas estão estas com a das pessoas que pertencem a essa linhagem, até pareceriam as mesmas, ou assim deveria ser.

Acaso ó Nobre Português já sabes ao menos onde está o vosso feudo? Qual foi a última vez que por lá colocastes os pés? Sabes ao menos qual é a tua linhagem? Quantos filhos ou netos tens? E qual deles será o teu herdeiro? E sabe ele o significado de ser nobre neste reino ou acaso o sabe algum de nós? O que os fazem tão distintos e distinguidos? Não busco ofender-lhes, gostaria realmente que tomem um momento para pensá-lo e afirmá-lo ainda que a vocês mesmos.

A Heráldica é uma instituição que serve ante tudo à nobreza, guarda em seus armoriais e cadastros as armas e linhagens, reserva para a posteridade a memória daqueles que foram uma vez grandes, e que sendo Nobres, lideraram, ensinaram, governaram e construíram a grandeza de um reino! Mas como pode uma instituição servi-los quando não se conhece o que é ser um nobre português?

No dia de domingo passado Sua Alteza Real o Príncipe, nos fez chegar o ultimato da Coroa, estabelecendo que ou o Colégio Heráldico se retrata, acabando com a greve e pedindo desculpas à Coroa e à Corte dos Nobres, ou seus membros serão demitidos e acusados de Alta Traição pela Coroa.

Devo congratular à Sua Alteza Real, quem não mediu esforços em uma atitude conciliadora, mas que acima de tudo soube o momento de vergar-se quando seu suserano assim lhe demandou.

A proposta foi debatida pelo Colégio, e todos estiveram de acordo em que não nos arrependemos dos nossos atos, da medida tomada ou mesmo da forma em que foi feita, apenas lamentamos o longo tempo decorrido para que a ação ocorresse. Esperamos sinceramente que esta leve à sua contraparte em Res Parendo, pois para isso vivemos neste mundo. Este ato teve um propósito, e ainda que tarde em ser alcançado, queremos crer que este é apenas o inicio da revitalização do ideal português.

A decisão do Colégio é unanime, arcaremos com as consequências de nossos atos.
Longa Vida ao Rei e ao Reino de Portugal!


Sem Mais,
Despeço-me,
Vosso servidor,




O segundo documento ele leu para os que ali estavam e depois o afixaria junto ao anuncio oficial da interrupção das atividades.

Heraldica Portuguesa wrote:



Decisão do Colégio Heráldico Português

Mediante o presente comunicado, o Colégio Heráldico Português recusa a proposta feita pela Coroa Portuguesa para a solução da interrupção das atividades desta casa.

Redigido e assinado no gabinete do Portugal Rei de Armas, no Palácio dos Arautos na Vila de Sintra, aos Doze dias de Setembro de MCDLXII


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