Afficher le menu
Information and comments (0)
<<   <   1, 2, 3, 4, 5, ..., 9, 10, 11   >   >>

A Casa da hera - Número 30

Aodh


Aodh olhava para a moça cuidando dos carneiros. A falta de contato social transmitira-lhe certa timidez. Esperava que ela percebesse sua presença, não conseguiria chama-la.
Acostumara-se a vir até aquele local, e observava Irises há algum tempo. Finalmente foi notado e percebeu que a moça estava desconfortável com sua presença ali, seus gestos na lida passaram a ser mais velozes e via que ela olhava disfarçadamente.

Terminado o trato com os animais, veio em sua direção. Aodh fez uma oração silenciosa, a pedir que a moça pudesse compreender e respeitar o motivo de sua insistente presença e não o despedisse com rudeza. Apesar de parecer gentil, sabia que entre as aparências e a realidade havia, por vezes, muita distância.

- Boa tarde, senhor. Há algo em que eu possa auxiliar? Está em minha propriedade, peço que diga o que veio fazer ou retire-se, não gosto de estranhos rondando minha casa.

- Boa tarde. Peço desculpas pelo inconveniente que possa causar, garanto-lhe que não represento ameaça alguma.
Sou Aodh, e venho em Paz,
disse, estendendo a mão para a moça.
Celinho


Celinho chegava para visitar a tiaaa quando de longe avista um homem com roupas sombrias e logo pensa: A tiaaa esta em perigo....
Quando nota que o homem estende a mao corre imaginando que fara mal a tiaa....Chega com carinha de malvadao e surrurra a tiaa sem tirar os olhos do sujeito: Conhece esse senhor tiaa?
Coloca-se a frente da tiaa e vai se afastando ....
O senhor de porte medio, cabelos compridos e olhos estranhos sorri ao ver o miudo tentar defender a tiaaa ....Celinho continua atento a qualquer movimento porem estava com muito medo....
Irises


Irises abaixou-se e sussurrou a Celinho: Não conheço, fica aqui atrás da tia!
Não estendeu a mão, mas fez um educado aceno de cabeça. O visitante não pareceu ofendido, limitou-se a recolher a mão estendida, com um quase imperceptível sorriso.

- Vens em Paz, mas com que finalidade? perguntou a moça.

Então Aodh contou um pouco de sua história, de como dedicara sua vida a conhecer a Natureza, em toda sua majestosa simplicidade. Disse que viera de terras muito distantes, sempre estudando e aprendendo. Que buscara um mestre, mas percebera que na presente existência seria o mestre de si mesmo, em busca de conhecer a si e perceber os milagres que o rodeavam.

Irises não sentiu receio, a voz do estranho era calma e suave. Enquanto ele falava, prestava atenção nos olhos que julgara estranhos, começava a pensar que eram incomuns. Não conseguia entender tudo o que ele dizia. Parecia que as pausas de seu discurso eram cheias de significados que a moça não conseguia alcançar.

Celinho, na pureza e objetividade comuns às crianças, perguntou:
- Então, por que está aqui na casa da tiaa? Se há natureza em toda parte... o rostinho desconfiado.
- Criança, existe nesta propriedade um lugar muito especial. Venho observando e percebo que ainda não se deram conta. Fica ali! E apontou para o final do pasto dos carneiros, uma área que estava coberta por vegetação espessa.

Não tinham entrado naquele pedaço de floresta ainda. Irises não deixava que Celinho fosse brincar lá, por receio que se machucasse. E também não se animara a tentar limpar o local, haviam grandes árvores e o mato chegava quase à altura de sua cintura!
Irises


- O que há de tão especial num pequeno pedaço de floresta? perguntou Irises;
- Asseguro-lhe que há um tesouro. Não um tesouro que se possa medir ou contar, nem que vá enriquecer com isso. Mas acredite que, se me permitir trabalhar ali por alguns dias, entenderá o que estou dizendo.

Os olhos de Celinho brilharam ao ouvir a palavra tesouro, logo animou-se e estava pronto para oferecer-se para ajudar quando Irises impediu que falasse e respondeu:
- Senhor Aodh, se quiser trabalhar no local, eu permitirei. Mas desde já asseguro-lhe que não há nada, se houvesse, o antigo proprietário já teria descoberto.
- Dama, as pessoas só conseguem enxergar o espelho do que há dentro de si mesmas. Permite que comece a trabalhar? Em nada lhe incomodarei, nada pedirei. É uma promessa que faço.

Ficou combinado que Aodh voltaria pela manhã. Que usaria a pequena passagem no muro para que pudesse entrar e sair sem incomodar. E prontificou-se a auxiliar na lida com os carneiros, alimentá-los e fazer as tosquias, uma vez que estaria próximo do redil.

Pediu apenas que o eximisse da tarefa de auxiliar nos abates, no que Irises concordou. Também ela não gostava dos dias de abate, entristecia-se.

Despediram-se de Aodh, que seguiu na direção oposta à da cidade. Celinho mal cabia em si de empolgação, chegando a perguntar se o tesouro não seria, por acaso, um cavalo perdido...

Irises estava curiosa. Sua intuição lhe dizia que podia confiar no homem, que não era um malfeitor, talvez apenas um pouco louco... Mas, quem de nós não é? pensou, enquanto desafiava Celinho para uma corrida até a casa!

_________________

When the night is overcome, you may rise to find the sun
Celinho


Celinho todo eufórico pula na frente da tiaa enquanto andam ate a casa dizendo: Pode ser um cavalinho num pode tiaa, já pensou um cavalinho?Vamos poder passear , usar ele para cuidar da terra.....nossaaaa tiaaa um cavalinho ai ai ai ..... Continuou pulando e balançando as mãozinhas todo feliz perdido na sua imaginação inocente quando a tiaaa Irises o desafia para uma corrida ate a casa. O pequeno arregala os olhos e sai em disparada ...Pocoto ..Pocoto...Pocoto dizia ele enquanto corria se imaginando montado em seu cavalinho imaginário...A tiaaa não sabia se corria ou achava graça do menino.....A tiaa chega primeiro e o miúdo logo diz: ahhh tiaa você só ganhou porque meu cavalinho esta cansado hoje .....Da um sorriso banguelo para a tiaaa segue ate a janela olhando para o local.
Aodh


No caminho até seu acampamento, Aodh tentava formar alguma opinião sobre as pessoas que acabara de conhecer.
Não era dificil: A moça aparentava um misto de coragem e força, mas seus olhos a denunciavam: tinha uma alma gentil, era, em seu íntimo, delicada. Teria de ter cuidados para não a magoar, ainda acreditava na boa índole das pessoas e não seria Aodh que tiraria de seus olhos esta pureza.

Celinho era um menino esperto e franco. Mantinha a inocência de sua pouca idade, mas sua atitude em defender a tia já denotava força de caráter. Riu-se ao lembrar do pequenino com olhos inquisidores e postando-se à frente da moça, com as perninhas bambeando de medo!

Qual seria o vínculo que os unia? Poderiam ser irmãos, mas o menino a chamara de tia. Enquanto estivera observando o movimento da casa não vira sinal dos pais do garotinho.

Certamente acabaria por saber. Afastou da mente a curiosidade, perniciosa para o momento.

Sabia apenas que gostaria muito de conviver com os habitantes da Casa da hera!
Celinho


Celinho se levanta antes do sol raiar ansioso para saber oque haveria de tao especial naquele pedacinho de terra inexplorado.....Acorda e sem nem mesmo lavar o rostinho corre para janela espreitar....Olha a estrada mas nada do homem misterioso aparecer....Ainda com a carinha amassada de sono e esfregando os olhinhos boceja esperando ...O sol já vem surgindo quando Celinho ouve a tiaaa se levantar e se preparar para mais um dia de afazeres...Corre ate a tiaa dizendo: Tiaaa bom diaa ...eiii tiaa o homem ainda não apareceu sera que ele vem mesmo heim heim tiaaa?...A tiaa sorri ao ver que Celinho ainda esta eufórico, abaixa-se para ficar na mesma altura que o miúdo e diz: Calma querido ele logo vem....agora vai lavar esse rostinho pois temos que tosquiar os carneirinhos hoje ..Celinho arregala os olhos e diz : Poxa vida verdade tiaaa eu tinha me esquecido .. Então corre lavar o rostinho e se preparar para ajudar a tiaa na lida com os animais.....
Irises


Celinho estava muito ansioso. Irises percebera que tinha andado a espiar pela janelinha da hera muito antes do raiar do sol. Também ela tinha pensado muito durante a noite, e resolvera não falar a ninguém sobre o ocorrido. Não que ambicionasse tesouros só para si e Celinho, mas para evitar que espalhasse a noticia e sua casa fosse alvo de curiosos. Falaria com Celinho logo pela manhã, a pedir segredo.

Tinham trabalho a fazer, na tosquia. Celinho gostava de ajudar e o trabalho era leve, assim manteria-se ocupado. A moça preocupava-se que a ansiedade pudesse fazer-lhe mal.

Pediu a ele que fosse na frente, para separar as ferramentas, enquanto preparava uma surpresa:
Concluia um conjuntinho de roupas para ele, iniciado no dia seguinte ao batismo. Calças, camisa e botas, azuis! Faltavam alguns poucos acabamentos, precisava deste tempo para terminar e deixar sobre o banco favorito de Celinho, um toco meio tortinho, que o menino sempre arrastava para perto do fogão.
Arrumou as peças, cuidadosamente dobradas, o tecido já perfumado com água de lavanda, e seguiu para o trabalho.

Estava também um pouco curiosa por saber ao certo do que falou o estranho Aodh. Volta e meia estava olhando para o lugar misterioso, percebia que Celinho também. Se estivesse sozinha poderia ir até lá investigar, pensou. Mas a presença de Celinho não permitia, certamente que insistiria em acompanhá-la e não seria nada prudente. O instinto de proteção àquele pequenino foi bem mais forte que a curiosidade, e continou trabalhando, o mais normalmente possível!
Celinho


Celinho enquanto trabalhava com a tiaa não tirava os olhinhos do local....O dia se findava e o sol já dava lugar a lua, mas nada do homem misterioso aparcer...
Celinho ajuda a recolher as ferramentas...um pouco triste segue com a tiaa para casa sempre olhando para traz ....mais nada ....o homem não aparecera.
Chegaram e Celinho em silencio guarda as ferramentas e segue tomar seu banho....nem reclamou.. talvez devido a expectativa de saber o motivo da não aparição do tal homem....Quanto termina vai direto para a cozinha e se surpreende ao ver as roupinhas que a tia fez com tanto carinho ...ali dobradas e com cheirinho de lavanda.......Por um momento esquece tudo e pula de alegria ....abraca a tiaaa bem fortão veste a roupinha e desfila para tia todo feliz......Para ...faz uma pose e diz sorrindo banguelo...to bonito tiaaaaa?...A tiaaa sorri e diz: ta uma belezinha...ate parece um hominho.. .. Então o rapazinho ...que agora tem roupas apresentáveis....Agradece a tiaa enquanto passa por sua cabecinha os momentos difíceis que vivera nas ruas...Tiaaa você 'e mesmo um anjo da guarda para mim,,,nesse momento uma lagrima escorre de emoção e felicidade...enxuga sem a tiaa perceber e vai para a janelinha olhar a estrada...
Aodh


Aodh iniciara suas atividades bem antes do inicio da manhã. Entrara pela pequena passagem no muro, conforme lhe fora indicado.

Seria um trabalho meticuloso, e precisava inventariar as árvores existentes, verificar suas condições. Só depois começaria a abrir um trecho, para passagem. Seria preciso traçar um caminho por entre as ervas consideradas sagradas, por suas propriedades mágicas ou medicinais, respeitando sempre a flora. Evitaria assim a retirada de qualquer planta que pudesse alterar a harmonia do lugar. Limpou cuidadosamente o pé de um freixo, local que escolhera para as pausas em seu trabalho.

Não havia pressa, planejava concluir até o equinócio da Primavera.

Bem no inicio da manhã viu Celinho e Irises chegarem ao redil, iniciando a tosquia. Sempre que os podia avistar, procurava atentar para verificar se precisavam de auxilio, mas tudo corria bem, os carneiros estavam tranquilos e seus “anfitriões” trabalhavam calmamente e com alegria.

Não considerando que sua presença pudesse ser necessária, continuou sua lida. Anotava mentalmente as espécies que ia encontrando, marcava com a foice as plantas que necessitaria retirar, bem poucas.

Quando a luz diminuiu, ficou impossibilitado de continuar a seleção que fazia. A moça e o garotinho já tinham se recolhido, a fumaça do jantar sendo preparado subia pela chaminé e as janelas estavam fracamente iluminadas, uma luz amarela e quente. Antes de retornar ao acampamento fez uma oração de proteção e de agradecimento, pedindo que fossem abençoados aquele lugar e as pessoas que nele habitavam.
Irises


Celinho tinha ficado decepcionado. Depois da água do banho arranjada, simplesmente tirou a roupinha e entrou, distraido em seus pensamentos.
Banho tomado, a moça perguntou se não queria aquecer-se junto ao fogo, prestando atenção no rostinho do menino quando aproximou-se para buscar seu banco.
A reação de alegria foi imediata e Irises sorriu ao perceber que o pequeno estava muito feliz! Seu sorriso "banguelinha" e olhinhos brilhantes !
- to bonito tiaaaaa?...
- Lindo! Uma belezinha! Até parece um "hominho" !!

Ficou ali observando o desfile, Celinho ora fazia carinha de mau, ora imitava os gestos dos moços adultos.
Irises ria, contente em poder ter proporcionado alegria a Celinho, que fez questão de tomar a ceia vestido como estava. Previdente, a moça colocou-lhe um pedaço de pano sobre o colo, e terminada a refeição a roupa estava intacta!

-Celinho, dormes aqui hoje? Amanhã tenho de ir à vila, vender as lãs que conseguimos hoje e comprar alimentos.E hoje não há estrelinhas, a noite está nublada.
Celinho queria dormir com a roupa nova, Irises não permitiu, e dizendo que preferia que estivesse bem vestido e bonito para o passeio à vila, conseguiu convencer o garoto.

Depois de ver que estava bem acomodado, acendeu mais um lampião perto da roda e pos-se a fiar, preparar os novelos. A monotonia dos gestos, o barulho da roda, convites a divagar. Pela janelinha da hera podia ver uma estrela, única naquele céu enevoado.
Celinho


Celinho acorda de madrugada e percebe que a tiaa adormeceu sobre a roda de fiar

Levanta-se e vai ate a tiaa ...Da uma cutucadinha leve para não assusta-la

" Tiaa tiaaaa....acorda....vem dormir na cama vem..."

Leva a tiaa sonolenta ate o quarto...espera ela se deitar e a cobre....da um beijinho em sua testa, sorri e sai devagarinho indo dormir também.....Pois logo cedinho sabe que terão muitos afazeres.
Irises


Ainda estava escuro quando Irises despertou. Não se lembrava do momento em que terminara de lidar com as lãs, mas estavam prontos os novelos.

Teve pena de acordar Celinho, que dormia tranquilamente. O tempo estava frio e nublado, e planejava retornar antes de o pequeno acordar.

Aprontou-se e recolheu o material que levaria para o mercado, comeu um pedaço de pão e deixou para Celinho um pão, as frutas que gostava e o último pedaço de queijo.
Pretendia vender as lãs e comprar alimentos mais gostosos, variar o cardápio!

Saiu silenciosamente, deixando a porta bem encostada.
Celinho


Celinho acorda com o canto dos pássaros....levanta-se e percebe que a tiaa não se encontra na casa.....Fica triste por um momento, mas logo um sorrisinho sapeca toma-lhe conta do rostinho....

Hummm....vou aproveitar para ver oque de tao secreto tem naquele matinho...

Celinho sai cuidadosamente ...olhando para os lados certificando-se que passara desapercebido.....Vai chegando pertinho, tao pertinho que da para ouvir os passos do homem...Para tenta observar através dos matinhos porem não consegue , os matinhos são maiores que ele.... Nesse momento Celinho ouve o homem murmurar algo mas não entende. decide voltar para casa pois a tia já esta por voltar....Corre ate a entrada da propriedade e sobe numa arvore esperando a tiaa chegar e ainda muito curioso sobre aquele homem .
Aodh


Vendo o traquinas aproximar-se, Aodh começou a entoar cânticos. Não que o quisesse afastar, apenas não permitir que se aproximasse mais, zelando pela segurança do garoto.
Tinha visto a moça sair muito cedo, certamente que desconhecia a visita improvisada do pequenino.

Gostara de Celinho. Tinha pouco contato com crianças, achava que a maioria delas era mimada e sem modos. Celinho era diferente, a esperteza das ruas misturada com espírito gentil e nobre, faziam dele uma criança diferente das outras. Lembrou seus dias de infância, e pensava que, na idade de Celinho, devia ser algo parecido. "Força e pureza no olhar, ao mesmo tempo" - Era o que sua finada mãe costumava dizer sobre ele.

Viu o menino afastar-se, pensou em chama-lo mas teve uma idéiamelhor: Encontrara um pedaço de madeira, que começou a entalhar com habilidade.

Faria um presente para Celinho!
See the RP information <<   <   1, 2, 3, 4, 5, ..., 9, 10, 11   >   >>
Copyright © JDWorks, Corbeaunoir & Elissa Ka | Update notes | Support us | 2008 - 2024
Special thanks to our amazing translators : Dunpeal (EN, PT), Eriti (IT), Azureus (FI)