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[RP] O Funeral de um Justo (Funeral de Abeth Saadi Altir)

Ltdamasceno
Recomendo-os ler esse trecho ao som dessa música:
https://www.youtube.com/watch?v=fe8qRj12OhY



Os acontecimentos a seguir ocorrem a partir do dia 30 de Junho de 1462...

O fatídico dia havia chegado, depois de deixarem Lisboa, Abeth havia piorado da Febre de Alexandria e desmaiou durante o retorno a Santarém. Damasceno procurou por médicos averroístas na cidade, mas recebeu a notícia que não havia nenhum que professasse a religião do Altíssimo. Decidiu que iria permanecer com irmão enquanto este estava acamado e acabaram por ficar em Santarém pela a noite. Damasceno não dormiu pensando no pior, orou ao Único em silêncio, buscando por orientação e sabedoria para lidar com o que fosse acontecer daquele dia em diante, mas a sensação que teve era de que o Único não lhe ouviria naquela noite. Algo sombrio havia acompanhado a caravana dos mouros e estava com eles ali, naquele quarto.

No dia seguinte Abeth já se sentia melhor, mas não falou quase nada o dia todo. Insistiu, porém, em viajar sem delongas de volta ao Condado de Coimbra. Ele pertencia ao Conselho da época e não desejava ficar mais tempo que o necessário fora do seu gabinete. Damasceno relutou, mas acabou por honrar o desejo do irmão em viajar assim que o sol raiasse.

Durante a viagem à Alcobaça, Abeth manteve o silêncio e Damasceno guiava a carroça entristecido e preocupado. Tempos depois, a sensação que Damasceno teve era de que o seu irmão sabia que iria morrer, mas não queria que a família chorasse por ele antes da hora. Por alguma razão Abeth quis arriscar a viagem para Alcobaça, talvez porque amasse o seu Condado e desejasse ser enterrado lá, ou talvez simplesmente não quisesse atrapalhar a viagem de seu irmão. Damasceno nunca soube qual dos dois motivos seriam a causa, mas sabia que ambas seriam decisões que seu irmão tomaria.

Quando chegaram em Alcobaça, o Patriarca foi até o mercado procurar por médicos averroístas, porém uma vez mais em vão. Quando finalmente decidiu cessar as suas buscas, um garoto correu ao seu encontrando dizendo:

- Meu senhor, meu senhor, sua cunhada mandou me dizer que vosso irmão está morrendo. Venha comigo, rápido. Damasceno sentiu a escuridão preencher o seu estômago e lhe tomar o ar dos pulmões, percebeu como as trevas gelavam o seu corpo e por alguns instantes sentiu a mesma agonia que seu irmão estava sentindo naquele momento. Quando o garoto começou a correr, Damasceno o seguiu sem dizer nada até chegarem na estalagem. Lá ele encontrou sua esposa Amy na entrada com um olhar triste, ele olhou para ela e esperou que ela lhe dissesse que era mentira, mas a mesma apenas tocou a face do marido, como uma tentativa de consolá-lo. O desespero do mouro parecia incontrolável quando ele entrou na estalagem e correu para o quarto onde estava o irmão, já moribundo.

Ao entrar, encontrou sua cunhada Talita tentando acalmar Abeth, ela estava sentada no canto esquerdo da cama, com a mão na testa dele. O Patriarca percebeu que seu irmão estava completamente suado e que já agonizava por conta da febre. Era tarde demais, o pior havia começado. Vendo o irmão daquela forma, a sensação que o mouro teve era de que seu coração não batia mais e que ao invés de sangue, apenas as trevas, frias e vazias circulavam pelo o seu corpo. - Pai...me perdoe...pois eu falhei. Balbuciou Damasceno, contendo as lágrimas enquanto se ajoelhava ao lado da cama do irmão e este buscava por segurar as suas mãos.

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"E eu testemunharei que não há ninguém digno de adoração, exceto o Único."
Talitasx


Talita estava cansada da viagem longa, a dias caminhava naquela carroça, o olhar mais abatido era o de seu amante Abeth que parecia cada vez mais pálido e distante, perguntou inúmeras vezes como se sentia e a resposta era sempre que estava bem, mas o seu olhar não mentia... Isso fez com que Talita Alertasse a todos sobre o estado de saúde do homem.
Chegando em Alcobaça, Talita que não saiu por nenhum momento de perto do seu amigo, oferecendo sempre agua, observava a aflição nos olhos do amante como se quisesse falar alguma coisa mais foi incapaz de compreender, apenas foi até a bacia com agua torceu o pano e colocou na testa de Abeth, enquanto segurava em sua mão, seus olhos encaravam como se dissesse adeus.
Notou um cheiro estranho no quarto, quando olhou para a porta logo viu seu Cunhado, cheirando algo que não dava para descrever como estrume ou cerveja, observou que estava sozinho logo deduziu que não achou ninguém para ajudar, e disse:
-Cunhado espero que a morte tenha a mesma presa de encontrar Abeth, assim como você teve de encontrar um curandeiro,- diz indignada com o sossego de seu cunhado

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Ltdamasceno


- Vaguei a cidade inteira em busca de um, mas não achei ninguém que soubesse cuidar de um averroísta. Disse ele olhando para a cunhada. - Se quiser ir tentar procurar por um, eu irei ficar aqui com ele e iniciar as orações. Completou o mouro, olhando para o irmão, notando que este segurava a sua mão com bastante força.

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"E eu testemunharei que não há ninguém digno de adoração, exceto o Único."
Talitasx


Ouviu as palavras de seu Cuh e acenou negativamente, não iria sair de perto de seu amigo ficaria ali, pois se um homem não conseguiu achar um curandeiro imagina uma moça pura, mas aproveitou o momento para deixar os dois sozinhos e saiu para descansar um pouco.

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Ltdamasceno


O Moribundo...

- Certo, eu vou precisar da sua ajuda para prepará-lo ao Único. Disse ele em tom triste, se aproximou de sua cunhada e disse. - Precisamos virar a sua face rumo ao oriente. E baixo sussurrou a Talita. - O que quer que aconteça, não chore alto demais, se for para ele partir, deverá ir em paz, acompanhado da glória que o manteve vivo. Está bem? Ao perceber o aceno de Talita e quando a face de seu irmão já contemplava o oriente, o patriarca tomou as palavras sagradas em tom gentil e calmo:

- La Ilaha Ila Allah, Averroís Rasul Allah. Recitou Damasceno pela a segunda vez em sua vida. - Não Há Nenhum Outro Deus Exceto O Único, Averroís É O Seu Mensageiro. Traduziu o patriarca, para que sua cunhada pudesse acompanhar. - Altíssimo e Verdadeiro, este que está a se aproximar de ti é Abeth Saadi Altir, meu irmão, filho de Mujahid Saadi Altir que foi e é teu servo assim como eu e meus filhos também somos. Meu irmão desde criança contemplou da tua glória e testemunhou para todos que quisessem ouvir sobre a tua verdade, ele honrou a Ti, da mesma forma que ele sempre se sentiu honrado pela a tua Graça. Concluiu ele, engolindo seco antes de continuar.

- Os que são fiéis, aqueles que praticam a caridade e que crêem que a palavra de Averróis é a Verdade do Único, serão presentados com o perdão do Altíssimo e a sua vida melhorará. Os que são infiéis, e que tentam impedir a cada dia a obra do Único, aqueles que seguem a Mentira, esses serão castigados. Fez uma pausa antes de continuar. - Oh, vós que sois um fiel servo! Se fizerdes triunfar a causa do Único, ele fazer-te-á triunfar, e vos guiará até ao Jardim das Delícias onde habita todos os teus antepassados. Fez uma nova pausa, agora orando em voz baixa. - Oh Leão de Córdova, aquele que apareceu a Averroís e trouxe a Revelação da Verdade, eu sou testemunha de que Abeth Saadi Altir honrou e exaltou a tua Verdade. Os seus olhos, ouvidos, bocas e mãos trabalharam durante a vida inteira ao serviço do Altíssimo. Peço-te, que segundo o juramento de Averroís, conceda-lhe o privilégio de adentrar no Jardim das Delícias e seja recebido com rios de água cristalina, rios de leite puro, rios de vinho nobre, assim como rios de mel purificado. Conceda-lhe os frutos desse jardim assim como a misericórdia e o perdão do Único. Damasceno lentamente se ajoelha em direção ao oriente e curva-se, tocando a sua cabeça ao solo. Naquele momento ele pensou em todos os seus familiares e antepassados que já morreram, prestou breves orações a cada um deles e deu graças ao Único por conceder-lhes o privilégio de compartilhar da sua glória.

Ao levantar-se, ele se aproximou do irmão, ajoelhou-se ao lado esquerdo da cama de modo que o irmão pudesse olhar para ele. Atrás de Damasceno havia uma pequena janela por onde passava os feixes de luz do sol. Os olhos de Abeth brilhavam ao refletir a luz, parecia que ele já se encontrava na presença do divino. Damasceno segurou a sua mão e disse:

- Lembre-se do bem que você trouxe a esse mundo e lembre-se de dizer isso ao Leão, lembre-se das palavras dele: "Eu sou como o meu servidor espera encontrar-Me". Nada tema meu irmão, sua missão aqui chegou ao fim. Ele fez uma pausa, tentando conter os olhos que começaram lacrimejar e o choro preso na garganta. - Irá agora reencontrar nossa família, diga a nosso pai que eu continuarei honrando a sua memória e eu também honrarei a tua. Jamais se preocupe conosco, pois cuidarei daqueles que você ama. Fez uma nova pausa buscando forças. - Eu amo você meu irmão. Abeth nada disse, mas o seu olhar parecia aliviado pelas as palavras do irmão. Damasceno beijou-lhe a testa e ficou ali a orar por ele em silêncio. Abeth que estava segurando a mão de Damasceno com força, lentamente passou a afrouxar, o ar dos seus pulmões saíram e não mais retornaram. O seu olhar ficou vidrado ao Oriente, como se admirasse uma paisagem atemporal. Quando isso aconteceu, Damasceno cessou as suas orações e observou o irmão que jazia morto. Naquele momento, só o que ele conseguia pensar é que nunca mais iria vê-lo nessa vida, o tempo iria passar e ele iria esquecer de como era o rosto e a voz do irmão. Ficariam apenas lembranças embasadas pelas Areias do Tempo.

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"E eu testemunharei que não há ninguém digno de adoração, exceto o Único."
Ltdamasceno


A Lavagem...

Damasceno em silêncio, fechou os olhos do irmão e disse em voz baixa: - Allahu Akbar (O Unico é Grande). Ele foi até a porta e a trancou, retornou para próximo do corpo do irmão e pediu ajuda da Talita para despi-lo. - Sei que você não estará vendo nenhuma novidade dele, mas por honra a tradição, poderia fechar os olhos até que eu o cubra com o lençol? Disse o mouro em tom sério.

Com a ajuda da cunhada, despiu o irmão. Colocou-o nos braços e repousou o seu corpo em cima de uma mesa baixa comprida. Após isso ele o cobriu com um lençol branco da cabeça aos pés. - Eu terei de lavá-lo, poderia esperar lá fora com a Amy enquanto eu faço isso? Se puder, avise a todos os nossos amigos de sua morte e peça-os a virem se despedir. Diz Damasceno a Talita. Ele estava arrasado, mas buscava não transparecer isso. Quando a cunhada saiu do quarto, ele buscou uma bacia com água e uma esponja, Voltou ao quarto e o trancou novamente.

Desceu o lençol que cobria o irmão até a altura do umbigo, mantendo-o coberto do umbigo até os pés. Dispôs a cabeça do irmão levantada com uma almofada e afastou os seus braços de perto do torso, molhou a esponja e passou a lavar os braços, mãos, axilas, pescoço e torso. Com um pano molhado, lavou suavemente o rosto, retirando qualquer impureza que estivesse ali. Virou o corpo de lado e lavou as costas e a nuca. Quando terminou, uma vez mais ele disse: - Allahu Akbar.

Colocou o corpo na posição original, buscou por um incenso e o ascendeu. Subiu o lençol da altura do umbigo até o rosto e então dirigiu-se aos pés. Levantou o lençol dos pés ao quadril, molhou a esponja, mas não conteve a tristeza e começou a chorar... Entre os soluços e as lágrimas, ele lavou os pés do irmão e as pernas até a altura do joelho. Lavou as partes íntimas e então cobriu o lençol até os pés. Largou a esponja na bacia e sentou no chão encostado na parede por alguns instantes. Buscou forças para suportar o fardo de que a seu irmão tão novo havia morrido. - Allahu Akbar. Ele disse mais uma vez.

Saiu do quarto, jogou fora a água suja da bacia e a encheu logo em seguida. Voltou até o quarto e o trancou novamente. Lavou as mãos e com dois dedos molhados, limpou os lábios e os dentes do defunto. Depois com os dedos, limpou as fossas nasais. Lavou os cabelos e a barba do irmão e por fim, colocou folhas de cânfora na água e o banhou novamente para retirar qualquer sujeira. O corpo assim permaneceria perfumado até o momento do enterro.

Aquela não era a primeira vez que Damasceno preparava o corpo de um ente querido. Quando o seu pai morreu, sua mãe realizou a lavagem do corpo dele e o ensinou como fazer. Pouco tempo depois foi a vez de sua mãe morrer e ele colocar em prática o que havia aprendido poucos meses antes. Damasceno vivia como um homem feliz, mas no fundo, sua vida era marcada pela a escuridão.

O mouro levou a mão ao bolso e retirou uma moeda de ouro, desceu o lençol e a colocou sob o peito de Abeth, deixando as mãos do defunto sob a moeda. - Pague uma bebida ao meu pai por mim e conte a ele sobre as nossas vitórias. Disse ele tentando sorrir.


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"E eu testemunharei que não há ninguém digno de adoração, exceto o Único."
Ltdamasceno


A Mortalha...

Damasceno saiu do quarto e dirigiu-se a Talita:

- Preciso que você proteja o quarto e não deixe ninguém entrar, irei ao mercado comprar mais lençóis para ele. Não irei demorar. E parte contando apenas com a compreensão de sua cunhada e algumas moedas no bolso. Ao chegar no mercado, ele passou a procurar pelos lençóis mais bracos, até que escolheu dois de tamanho médio e um terceiro que fosse maior do que os outros dois anteriores. Pagou o comerciante e este prontamente dobrou os três lençóis e entregou ao mouro. Este olhou bem para as mãos buscando se certificar que não estavam sujas antes de pegar nos lençóis, os recebe e agradece com um leve aceno com a cabeça. Cuidadosamente ele retorna para a estalagem levando os lençóis e tendo atenção para não sujá-los.

Chegando lá, ele entra no quarto sem dizer nada aos seus familiares e tranca a porta novamente. Respirou fundo enquanto olhava para a porta, ficando de costas ao corpo do irmão. Ele desejava se virar e encontrar Abeth de pé o recebendo com um abraço, mas quando ele finalmente virou o rosto, viu que o corpo ainda estava deitado, coberto do mesmo modo que havia deixado. Damasceno ficou ali a observar o corpo do irmão durante algum tempo, até que se libertou do transe e foi estender os lençóis sobre a cama. Ele estendeu as mortalhas uma sobre as outras e as perfumou com incenso. Foi até a mesa onde estava o corpo do irmão, o colocou nos braços e o repousou sobre as mortalhas.

Ele perfumou o corpo do irmão, que permanecia coberto com o lençol, usando um incenso. Por fim, dobrou uma extremidade da mortalha sobre o lado direito do corpo e a outra extremidade sobre o lado esquerdo, ele repetiu o processo com as outras duas mortalhas. Ao terminar e utilizando uma corda simples, amarrou as mortalhas no lugar, para que permanecessem envolta do defunto e assim ele deveria ficar até o momento de ser sepultado. Era uma tradição averroísta que ninguém pudesse ver o morto, exceto os parentes mais próximos, pois seriam os únicos puros o bastante para ver e tocar o defunto sem profanar o seu espírito. Damasceno entendia e respeitava aquela tradição.

- Allahu Akbar. Repetiu uma última vez, observando o corpo do irmão ao lembrar-se de seu pai e de sua mãe quando estavam daquela mesma forma. Foi até a porta do quarto, destrancou-a e disse aos que lá aguardavam. - Ele está pronto.

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"E eu testemunharei que não há ninguém digno de adoração, exceto o Único."
Jacatou


Jacatou entra na cerimónia em silêncio, respeitando a memoria do falecido e encosta-se a parece e assiste
--Aqil_nagi


Um cavalo de escura pelagem se deteve junto ao estabelecimento. O astro diurno lançava seus últimos raios sobre este mundo quando o homem ingressou e solicitou ao atendente que lhe indicasse em qual habitação estava o mercador mouro Damasceno. Subiu os degraus chegando com a porta já trancada. O jovem havia deixado este reino. - Ma'as salama, ibn Mujahid. - proferiu em voz baixa ao encontrar a porta daquele jeito sem prestar atenção em quem mais ali estivesse.

Mas naquele preciso momento a porta se abriu e a figura alta envolta em negras vestes que pareceriam familiares ao mouro, talvez de uma viajem passada, fazendo uma vênia e levando a mão ao coração, aos lábios e a frente antes de estendê-la em direção ao mouro ao chegar ao ponto mais baixo da vênia , ele disse a Damasceno. - As salaam alaykum Smiyet Sidi. Meu senhor lhe envia seus sinceros pêsames. Ao andaluz as vezes ainda lhe surpreendiam algumas das coisas que seu senhor podia fazer. Ainda que pensasse que não deveria afinal ele havia se formado em Bayt Ghyr Marwf, a Casa dos Desconhecidos.

– Meu nome é Aqil Nagi, meu senhor solicitou que me colocasse aos vossos serviços nestes tempos de tristeza. – completou já recuperado da vênia. Seus olhos escuros como sua tez morena, observavam o mouro com atenção. Então em um movimento sutil e fluído retirou de suas vestes um embrulho. Dentro havia um livro de grande raridade e utilidade para o mouro e seus sonhos. Junto havia uma nota que dizia em uma caligrafia fina e clara
Quote:
A morte é apenas o inicio de um novo caminho. O vosso também acaba de começar.


Colocou-se assim o andaluz aos serviços do mouro naquele dia.


Beatrix_algrave


Atendendo ao convite enviado e que felizmente achou seu paradeiro, Beatrix comparece a cerimônia fúnebre do irmão do Senhor Damasceno, o Senhor Abeth Saadi Altir. Ela estava acompanhada por Fitzwilliam Darcy Henriques.

Independente das diferenças de crenças que professavam, a ruiva atendeu prontamente o convite, pois na morte todos somos iguais e as diferenças tornam-se ridículas. A dor para aqueles que ficam também é igual independente de crenças, pois mesmo para aquelas que aceitam o ciclo da morte com naturalidade a saudade sempre se faz presente.

Ela chegou em uma carruagem e desceu em trajes escuros de seu próprio luto, pela perda da irmã e do pai. Fitzwilliam Darcy Henriques ajudou-a a descer e eles seguiram juntos até o local da cerimônia fúnebre.

Beatrix cumprimentou com uma vênia os presentes e dirigindo-se a família desejou respeitosamente suas condolências.

- Meus pêsames.

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Talitasx


Talita voltou e observou toda a cerimônia que seu Cuh realizava, se chocou com tudo que viu... Morte de Abeth... mas sabia que fez tudo que podia para ajudar seu amigo, e foi se sentar no banco mais próximo... antes que desmoronasse em meio as lembranças que seriam eternas... porem as lagrimas escorreram e Talita ficou ali sentada, se lamentando...Enquanto notava as pessoas chegando.

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Designer
Benjamim Designer deixou a reclusão que se dispôs já há alguns meses - com o objetivo de aprofundar-se nos estudos - assim que soube da morte do velho amigo Abeth. Depois de rápida viagem, chega até o local do velório já tomado de amigos e familiares do morto e num momento de silêncio, decidiu deixar algumas palavras que confortem a "passagem" do falecido.



Grande amigo, de copo, boas conversas e debates políticos. Como pude me ausentar tanto assim e não conviver consigo nestes teus últimos momentos? Sinto remorso por isso e também por não estar a par de seu estado de saúde. Fui egoísta, minha reclusão acabou por me fazer esquecer do mundo lá fora e só quando deixamos te ter algo precioso, como a tua amizade, é que passamos a sentir falta, como estou agora. Perdão!

Prometo tentar não fazer mais destas e quando chegar a minha hora de prestar contas como o "Altíssimo", pode me procurar e se queixar de meu desleixo pessoalmente, mas, porém, todavia, deixe já pago ai encima umas "jolas" para quando eu chegar, pois tomaremos bastante tempo para por os assuntos em dia e não vai dar para ser de "garganta seca".

Me solidarizo com a dor desta grande e unida família que sei que deve estar a sofrer muito. Mas confortem-se, este é o destino traçado para todos, cabe a nós saber aproveitar o máximo possível este tempo - curto ou logo - que temos aqui neste plano e nisso, acho que o amigo Abeth, pela quantidade de amigos, pelo fato de ser uma pessoa bem quista, que nunca presenciei alguém falar algo de mau, posso afirmar que teve seu tempo - curto, é verdade - bem aproveitado.

Vá em paz amigo!

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Toddy.blackburn


As horas arrastavam-se lentamente desde que recebeu a notícia, mais cedo. A última vez que falara com o amigo tinha sido antes do mesmo viajar em direção ao sul. A conversa havia sido amistosa como sempre. A taverna, cheia naquela noite, era toda risos e alegria. Agora, o amigo estava ali, inerte, morto.

Para ocasião tão solene, o último adeus a um grande homem e amigo, Toddy vestia o manto templário, branco com a cruz vermelha bordada no peito e espada atada a cintura.

Com passos lentos dirigiu-se ao local onde Damasceno estava.

-Meus pêsames, meu velho amigo. Nada que eu diga irá atenuar sua dor, mas saiba que Abeth jamais nos deixará. Sempre viverá em nossos corações.

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"Non nobis Domine, non nobis, sed nomine Tuo da gloriam"
Ltdamasceno


Damasceno ao abrir a porta, nota a chegada de Jacatou e o cumprimenta com um aceno de cabeça, em seguida viu um homem a prestar-lhe uma vênia e o mouro retribui curvando mais a cabeça do que o corpo, surpreso, por ter lhe saudado de acordo com seus costumes. - Wa Alaikum Salaam. Respondeu Damasceno ao notar do que se tratava. Após receber o livro e ler a nota, disse: - És bem-vindo em minha casa e em meus domínios Aqil Nagi, vosso senhor é um homem generoso e um amigo fiel. Serás tratado por mim como se fosse o próprio cá em pessoa. Damasceno recebeu o enviado permitindo-lhe entrar e se acomodar onde desejasse. Quando este entrou, o mouro tratou de recolher o livro e o guardou em um local onde os demais olhos não pudessem achar. Ao notar a chegada de mais pessoas, vai até a porta recebê-los.

- Salaam Aleikum senhorita Algrave. Disse prestando uma vênia, também curvando mais a cabeça do que o corpo. Gentilmente, tomou e beijou uma das mãos da dama e completou. - Vossa presença nos honra, obrigado por comparecer. Dirigindo-se agora a Fitzwilliam, disse. - Uma agradável surpresa revê-lo senhor William, agradeço por comparecer num momento tão delicado para nós. O mouro estendeu a mão a Fitz, esperando que este o cumprimente.

- Amigo Designer, muito me alegra a tua vinda para honrar-nos. Espero, entretanto, que ninguém mais precise ir a presença do Único para nos reencontrarmos. Disse buscando sorrir um pouco com aquilo. - Entre e fique a vontade.

Notou agora a chegada de seu amigo Toddy Blackburn e Damasceno o recebeu com um largo sorriso. - Obrigado por vir meu velho amigo, a tua presença e a certeza de que tantos amigos rodeavam o meu irmão, já alivia um pouco a dor. Disse e estendeu a mão a cumprimentar o amigo. - Sinta-se a vontade, irei buscar algo para que todos possam beber. Damasceno pediu licença aos presentes e saiu do quarto. Buscou ir ao encontro da dona da estalagem, pediu-lhe para comprar três barris de cerveja e dois tonéis de vinho, pediu também que tudo fosse servido em seu quarto durante o funeral e acrescentasse todas as despesas na conta. Sabia que ali não era o local mais apropriado para um funeral averroísta, mas estava disposto a pagar para que o local não fosse profanado.

Após falar com a dona da estalagem e notando o anoitecer, ele chamou um garoto na rua e disse-lhe: - Queres ganhar 5cz? O menino responde: - Sim xhôr Conde, u qui poçu fazê? Damasceno aponta para o outro lado da rua e diz. - Vê aquela carroça e aquele homem próximo a ela? O garoto acenou positivamente com a cabeça. - Aqui está os seus 5 cruzados, vá até ele e diga-lhe que está anoitecendo, pode ficar frio e eles irão precisar de mais cobertores. Consegue fazer isso? O garoto respondeu: - Sim sinhó! E correu atravessando a rua rumo ao homem que vigiava as carroças. Damasceno ficou acompanhando o percurso do garoto até o homem, vê que o menino aponta de volta para ele e o homem sem dizer nada acorda o segundo cidadão, que estava a dormir dentro de uma das carroças. O primeiro parte rumo ao mercado e o garoto acena a Damasceno se despedindo. O mouro agora retornava ao seu quarto pensativo...

Realmente, aquele noite parecia que ia esfriar.

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"E eu testemunharei que não há ninguém digno de adoração, exceto o Único."
Pedro


Pedro após receber uma missiva sobre o falecimento de um ilustre cidadão, desloca-se ao devido local para prestar o seu devido respeito.

Ao chegar ao local, entra silenciosamente e observa os costumes fúnebres que era a primeira vez que assistia.
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