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[RP Privado] Icovellavna: A magnis maxima

Leonardodavinci


Leonardo achou curioso a ciência da Condessa acerca do disco e o fato de ela ter entregado o livro a Mantie para que enviasse a Raquel. O rapaz esperava poder manter o assunto em sigilo, pois não podia saber qual tipo de remetente o teria enviado aquele disco peculiar. Se a Condessa sabia de sua busca, então ela poderia ajudá-lo com mais informações ou será que ela mesmo não estaria envolvida? Quando ele enviara o pedido a Raquel, esperava que se decorresse muitas semanas antes que Mantie fosse capaz de encontrar aqueles registros específicos, mas se a Condessa a havia ajudado em tão pouco tempo, então ela só poderia ter conhecimento acerca de línguas rúnicas, talvez maior que o do próprio Leonardo.

Ele se debruçou sobre a mesa. Os livros sobre ela, abertos, expondo os manuscritos com uma porção de escritos em uma língua pouquíssimo conhecida naqueles tempos. Isso porque a muito tempo o latim e as versões mais modernas da língua e alfabeto derivado daquela língua haviam dominado a esfera de todos os documentos e literatura produzida pelos Reinos. Era bem provável que aquele estilo rúnico, já estivesse perdido a muito tempo, talvez fosse de alguma época em que não eram as ideias do Aristotelismo que dominavam o imaginário do povo e dos intelectuais. Aquelas inscrições abriam um mundo diferente e abriam muitas interrogações que iam além de seus significados estritos, mas também acerca do próprio estilo de vida e forma de pensar do povo que a adotara. Isso tornava aquele disco metálico ainda mais misterioso, alguém não só tinha conhecimento daquelas línguas antigas, mas as dominava a ponto de gerar com ela um enigma.

Desde que conhecera Bartolomeu, seu padrinho, passou todos anos que ali decorreram resolvendo enigmas, quando não a estímulo do próprio padrinho, era em busca de compreender seu papel e o papel de diversos outros personagens dentro de um jogo mui complexo, cujo as relações se espalhavam por todos os Reinos e indicavam a ação ativa de grandes poderosos ou pequenos homens ambiciosos. No entanto, Leonardo não tinha medo de jogar, ele era um lombardo e era isso que seu sangue itálico lhe indicava a fazer.

Quando tomou o livro em mãos, Leonardo não sabia o que encontraria e notou então que livro se revelava na verdade, uma mistura de muitos textos. Alguns destinados a traçar um histórico do povo lombardo na região sul do Império Germânico, trazia consigo também transcrições da escrita longobarda ou latinizações dela, o que permitia a Leonardo entender como funcionava a adaptação daquela língua ao latim. O real objetivo dele estava em algumas tabelas produzidas pelos monges que fazia parte daquele livro e que permitiam o manejo da língua. Os textos tinham centenas de anos, as páginas gastas, exigiam extremo cuidado. Um cuidado a mais era que o rapaz precisava entender quando exatamente aquele texto fora redigido e precisava tirar a prova das latinizações realizadas no texto, as origens clericais dos escritos aumentavam sua fiabilidade no uso que se faria do latim, assumiu algumas hipóteses e as usou como base para recriar a estrutura sintática daquela língua. Tal trabalho de comparação, lhe custou alguns dias, absorvido naqueles enigmas. No entanto, o conhecimento léxico do livro que detinha, o permitiu criar comparações com o presente no disco.

Ainda havia um detalhe a mais, o risco de que a mensagem transmitida pelo disco só fizesse sentido num determinado alinhamento muito específico. Isso lhe causou um severo problema, mas entendia que os alinhamentos tinham estágios e que ele queria desvendar. Com a possibilidade de acessar aquela língua através do longobardo, iniciou o processo de catalogação de cada uma das mensagens que surgiam, em cada estágio do alinhamento. Conforme alterava o alinhamento e percebia a formação de um sistema semelhante, anotava o resultado, para cada alinhamento, realizava uma nova anotação. Preencheu de início um pergaminho, depois outro e outros. Partiu então, para comparar as estruturas obtidas e tentar retirar dela alguma palavra que se encaixasse no sentido que eram atribuídas as mensagens do livro que lhe fora entregue por Raquel. Os dias decorriam, enquanto ele preenchia os pergaminhos, fazia anotações, na raiva rasgava os pergaminhos apenas para os reescrever novamente com uma nova hipótese e assim decorreu o processo de desmistificação das runas. Por fim, foi capaz de retirar dos discos, com uma palavra correspondendo a uma determinada linha, algumas palavras, as quais anotou separadamente em um pergaminho, tentando entender seu significado. Ele então, analisou as palavras: Palácio, Verdade Descansa, Mestres, Destinos, Verdade.

Agora tinha algo para entender, tratava-se de uma mensagem, certamente, elas pareciam assumir uma determinada ordenação, ele podia ver, mas não conseguia entender o significado das palavras. Enviou uma carta para Raquel, por meio de seu aprendiz Giorgio, através do qual ele a instruía quanto as suas descobertas e requisitava ajuda na ação seguinte. Adicionou na carta, a proposta de procurar a Condessa em pessoa, para que os ajudassem no enigma daquele disco.

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Sir_anton


Anton viu Raziel sair com Sepulcrum e falar com uma superioridade irritante. Anton só pensava no quão morto aquele homem estava.

Oito cavaleiros. Oito era um bom número, provavelmente Raziel pensava que os três homens deixados para trás seriam idiotas o bastante para atacar. Acontece que eles eram.

Anton, Clemente e Aidan saltaram sobre seus cavalos e cavalgaram em perseguição. Mas eles não precisavam chegar muito perto. Não agora que tinham "lembrancinhas" de um velho italiano.

"Obrigado Bartolomeu." foram as palavras em que Anton pensou enquanto ele e seus dois companheiros levantavam seus arcabuzes mirando em três cavaleiros a frente. Anton fez questão de mirar em Raziel.

- Raziel!- Torre gritou e aguardou que o outro olha-se para trás.- Nunca vire as costas para mim!.

Três disparos, três cavaleiros no chão. Raziel entre eles, mas ainda haviam outros seis.

Anton, Clemente e Aidan começaram a recarregar os arcabuzes o mais rápido que podiam enquanto os inimigos se aproximavam de espadas nas mãos e fúria nos olhos.

- Esses arcabuzes são incriveis mesmo não é?- Clemente perguntava a Aidan enquanto ria.

- Te respondo em um minuto.-dizia o gigante irlandês terminando de preparar a arma para atirar denovo.

Não haviam mais de três metros entre os Torre e os cavaleiros de Raziel quando Anton e seus homens conseguiram atirar denovo. E aquela distância, era muito dificil errar. Restavam apenas três inimigos e não havia tempo para recarregar, mas não foi necessário. Os três cavaleiros restantes deram a volta e se colocaram a cavalgar rápidamente para longe dali.

Sepulcrum estava preso ao cavalo de um dos cavaleiros mortos e Raziel ainda respirava, Anton gostou disto. O cavalo caminhou lentamente até um ladrão de refém ferido que tentava se levantar do chão. Anton nem desmontou:

- Duas coisas. Primeiro: talvez você não tenha entendido na hora, talvez seja minha culpa por não deixar claro: Quando eu disse que eu que faria as perguntas eu também quis dizer que eu decidia se você podia sair ou não. E segundo: é uma grande falta de bons modos pegar o refém de outro homem.- Anton falou para seus homens - Peguem os dois. Vamos leva-los para algum lugar em que não hajam tantas intromissões.

- Posso deixar ele um pouco mais dócil?-Perguntava Aidan sobre Raziel.

- Eu até prefiro.

O irladês deu um forte chute na cabeça de Raziel deixando-o incosciente.

Porto

Anton nem precisou ser anunciado para Ulisses. Ele ja era "de casa". Ulisses estava em seu escritório da Destilaria Azevedo-Tavares, bebendo conhaque e lendo algum livro.

- Nunca imaginei você como um leitor.- Anton entrou no escritório e foi direto até uma garrafa de conhaque para servir um copo para si.

- E então? Descobriu algo?

Anton bebeu um gole do conhaque antes de responder.

- Tem dois porquinhos novos no seu abatedouro lá embaixo. Preciso conversar com eles, espero que não haja problema.

- O que é meu é seu, irmão.

- Você... Sabe algo sobre Raziel Merari?

- Era ele que queria falar com você?

- Ele foi um efeito surpresa. O nome soa familiar?

Ulisses ficou pensativo por alguns instantes.

- De fato sim. Mas não consigo me lembrar muito bem... Será que foram negócios? Matei alguém da família dele? Não.... Não, eu não consig...Espere, agora eu lembro. Eu o conheci, em uma festividade qualquer. Não nós falamos muito. Você deveria perguntar sobre ele com a pessoa que estava oferecendo a festa.

- E quem seria?

- A Condessa Vivian

- Ah que ótimo.-O sarcasmo era inevitável, a última coisa que Anton queria era envolver assuntos confidenciais e a Condessa. Mas parecia não haver alternativa. Mas talvez isto facilita-se as coisas, será que Mantie poderia ajudar?

Anton se encontrou na praça de Porto com sua amada e quando a viu, por um instante nem lembrou de que precisava de sua ajuda. Anton simplesmente foi a seu encontro e a beijou.

- Senti sua falta.

Após algum tempo aproveitando a companhia de Mantie, Anton entrou no assunto.

- Mantie eu odeio ter que pedir isto para você, mas eu preciso que você me ajuda em uma coisa.

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Mantie


Mantie estava toda nervosa e ansiosa, recebera uma missiva do Anton pedindo para se encontrarem na praça do Porto.
Apesar de estarem namorando e se encontrarem com frequência, ela sempre ficava nervosa a cada encontro. Talvez pelo fato que ele sempre se metia em encrencas, fizesse com que a moça perdesse o controle de sua habitual calma.

Ao vê-lo, o nervosismo se dissipou e ela o abraçou saudosa, beijando-o em seguida
Senti sua falta Disse Anton olhando bem nos olhos da namorada, que sorrindo disse-lhe o mesmo..
Após alguns minutos de juras, abraços e beijos, Anton olhou sério para Mantie e disse:
- Mantie eu odeio ter que pedir isto para você, mas eu preciso que você me ajude em uma coisa. o olhar sério e a maneira como ele falou aguçou a curiosidade de Mantie que disse - No que eu puder te ajudar meu amor, pode falar...
Sir_anton


- No que eu puder te ajudar meu amor, pode falar...

Como sempre Anton se sentia sortudo por ter Mantie como namorada. Calmamente, ele a beijou denovo e acariciou seu rosto e então disse com relutância.

- Eu preciso que você descubra algumas coisas que sua mãe não vai querer falar. Mas você não pode me perguntar porquê.

Anton olhou nos olhos de Mantie por alguns instantes, para verificar se ela tinha entendido.

- Procure por qualquer coisa que fale sobre Raziel Merari, é o que eu acho mais provavel que ela tenha. Mas... eu acho que ela pode ter mais que isto. Se você encontrar algo sobre Azure ou Apolinário Celestino eu gostaria que me trouxesse.

Anton pôs a mão no queixo de Mantie e suavemente levantou seu rosto para olha-la nos olhos novamente.

- Ninguém pode saber, ninguém. Você entende isso?

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Beatrix_algrave


Beatrix caminhava pela Praça do Porto, acabara de chegar e o coche parara ali próximo, pois ela desejava passar pelo mercado e comprar algumas flores antes de se dirigir até a residência de sua querida afilhada Mantie e da condessa do Porto, sua amiga Vivian. Fazia tempo que não visitava os Viana.

Naquele belo dia de primavera, ela usava um vestido leve e luvas de renda. Carregava ao braço um lindo buquê de rosas brancas e amarelas. Seria seu presente para a afilhada junto com um pacote que trazia uma bela surpresa.

Ao longe a ruiva avistou uma linda jovem de madeixas loiras, acompanhada de um rapaz que ela conhecia vagamente mas não lembrava de onde. Eles conversavam próximos, e Beatrix resolveu se aproximar e cumprimentá-los.


- Mantie, querida, que surpresa agradável vê-la aqui. Estava mesmo indo visitá-la. E esse jovem, quem seria?

A baronesa-tecelã perguntou a afilhada e fez uma vênia a ambos. Obviamente ela estava ciente que interrompera a conversa, mas onde já se viu a madrinha não cumprimentar a afilhada?

A madrinha de Mantie era uma jovem senhora que aparentava uns trinta e três a trinta e quatro anos. Tinha cabelos ruivos e era um tanto sardenta. Seus olhos verdes brilhavam de felicidade ao ver a afilhada tão querida.

Após as apresentações, ela deixou as flores com Mantie e se despediu da afilhada e do rapaz que a acompanhava. Depois conversaria com calma Mantie quando estivesse na casa da jovem em visita.

Enquanto, se afastava rumo a sua carruagem, Beatrix não deixou de refletir sobre a impressão que tivera. Por um momento parecia que os dois haviam citado o nome Azure. Essa era a Ordem a qual ela havia pertencido, até que esta foi desfeita por conta do terrível Apolinário Celestino. Foi um momento difícil que Beatrix dificilmente esqueceria. Na ocasião ela perdeu seu mestre e muitos azures foram assassinados. Depois da morte de Apolinário Celestino, os poucos que restaram simplesmente se ocultaram nas sombras. E ali ficariam, até que talvez um dia fossem novamente necessários.

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Mantie


A ultima frase que Mantie escutou foi -
- Ninguém pode saber, ninguém. Você entende isso? O pedido era complicado, e ela nao entendera do porquê ser tão secreto. Da ultima vez que tentou ajudar alguém sem que sua mãe soubesse, havia sido a Raquel, com o mesmo pedido estranho e deu no que deu. Justamente a irmã de Anton, o que já considerava mais estranho ainda tanto mistério vir de ambos. Vívian havia pego Mantie na biblioteca e em troca ganhou um belo castigo, deixando-a ranzinza por vários dias.
A voz de Anton soava em sua mente enquanto ele a olhava bem dentro dos olhos a espera de uma resposta. Ela engoliu seco e decidida resolveu que iria ajudá-lo. No intimo ela torcia pra que tudo desse certo e sua mãe jamais viesse a saber o que ela estava fazendo algo às escondidas, para que não recebesse mais outro castigo por ajudar as pessoas que gostava.
De repente Mantie lembra de algo... essa palavra Azure não era estranha. Lembrou que muito antes do seu tio ser rei, ele tinha um envolvimento com um grupo do mesmo nome, seria isso que Anton queria saber?, será que eram o mesmo grupo? Não haveria em Portugal tantas pessoas com nomes parecidos e logo com Azure, o que não era um nome comum. Ela não se conteve, e disse para Anton:
- Talvez meu tio conheça Azure, antes dele ser rei soube da existência porque ele conhecia alguém assim. Não seria melhor procurá-lo em Lamego para saber de algo a respeito? - Mantie fica na esperança dele não procurar nada a respeito, para evitar um castigo.
De repente Mantie escuta uma voz conhecida e ao se virar, depara-se com sua madrinha que trazia flores e um lindo embrulho. Mantie sorri feliz enquanto abraça a ruiva mais linda que ela ja vira na vida. - Madrinha, quero que conheça Anton, o meu namorado. virando-se para Anton, ela faz as apresentações

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Raquel_


Chaves

Raquel abriu a porta quando ouviu alguém bater, e viu que era Giorgio, o aprendiz do Leonardo. Giorgio aparentava seriedade, olhando-a de alto a baixo, enquanto entregava uma carta para Raquel. Ela não se intimidou com o comportamento de Giorgio, e recebeu a carta, agradecendo.

O conteúdo da carta dizia que Leonardo conseguiu traduzir algumas palavras do disco, e que precisava de ajuda para entender o que significavam. Na ordem que estavam, ou seja, desde o disco mais externo até o mais próximo do centro, seriam: Palácio - verdade descansa - Mestres - destinos - verdade. Ao fim da carta, Leonardo propõe um encontro com a Condessa, já que ela forneceu o livro.

Assim que terminou de ler, pediu para que Giorgio desse um recado imediatamente: que Leonardo organizasse suas tarefas na prefeitura, e que à noite iriam para Porto, já que Raquel tinha pendências no Paço para resolver e Leonardo iria como escolta da conselheira. Agradeceu Giorgio, e ambos se despediram muito formalmente.

Ao fechar a porta, Raquel novamente a carta, e fixou os olhos nas palavras que tinham sido traduzidas: o disco tinha a ver ou com algum palácio condal, ou com o palácio real, talvez nem fosse de Portugal. A repetição da palavra verdade merecia uma atenção maior, a sequência parecia mostrar que algum tipo de verdade poderia estar relacionado com uma trajetória pessoal que se chamava de destino. Mesmo assim, era muito cedo tomar conclusões precipitadas por causa de poucas palavras, mas sabia que ela e Leonardo não seriam capazes de descobrirem sozinhos e elucidarem sobre o disco.

As horas passaram, e Raquel estava pronta para a viagem aguardando apenas a chegada de Leonardo. Ela ainda esperaria muito tempo, até Leonardo bater em sua porta, e, com ansiedade, os dois se reencontrarem após algum tempo sem se verem. Ambos se entrelaçaram em um abraço prolongado, e retribuíram o carinho com um beijo intenso. Foi difícil para Raquel interromper o momento íntimo, mas o compromisso falava alto. Perguntou para Leonardo se estava com o disco e o livro, e Leonardo afirmou que sim. Ele trouxera o Enfant Terrible do Solar, para que ambos viajassem mais rápido. E assim, tarde da noite, os dois saíram rumo em direção ao Porto mais uma vez.


Porto


Raquel combinou com Leonardo que ele estaria esperando na frente do Paço. Ela demorou por um tempo para resolver seus compromissos no conselho, e ao sair, avistou seu primo que aguardava por ela. Avisou que a Condessa não se encontrava no local, e saíram em direção à residência das Vianas. Uma breve caminhada definia a distância entre o Paço e a residência, e puderam caminhar tranquilamente com o disco a tiracolo e o livro, dentro de uma bolsa, sem serem importunados.
No grande portão de entrada da residência, três guardas permaneciam imóveis, protegendo a entrada. Ao chegarem no portão, Raquel solicitou aos guardas que anunciassem a chegada da conselheira, acompanhada do prefeito de Chaves, no que um deles se retirou até a residência para fazer o anúncio. Os dois aguardavam a permissão para entrarem.
Vivian


Porto

Mais de um terço de mês já havia se passado desde o último incidente da biblioteca, que era um lugar precioso não só pelos livros em si, mas pelo conhecimento que eles transmitiam e pelos segredos mais velados que envolviam a vida de Vivian e que somente seu irmão conhecia. Irredutível no que tange à educação da filha e para protegê-la desses segredos, ela aplicou-lhe o castigo merecido que perpetuava até os dias de hoje para que servisse de lição e, até então, Mantie não havia mais tentado entrar no local.

Era um fim de tarde primaveril e de tranqüilidade. Estando tudo em ordem no Conselho naquele dia, Vivian dirigiu-se para casa mais cedo do que o costume. A fim de se distrair enquanto não chegava a hora do jantar, foi cuidar de seu jardim. Tal atividade era quase uma meditação: era um ato de carinho e respeito pela natureza. As flores eram de vários tipos e cores, estavam desabrochadas e exalavam um perfume muito peculiar que agradava até o olfato mais exigente. Regando cuidadosamente um pequeno arbusto de alfazema, viu um guarda se aproximar e anunciar a chegada de visitantes.

- A conselheira Raquel e o prefeito flaviense Leonardo estão aqui? - ela se surpreendeu com a inesperada visita e do ponto onde ela se encontrava no jardim não era possível ser vista nem avistar os dois - Pode permitir a entrada dos dois. Já vou recebê-los.

Imediatamente, colocou o regador no chão, passou ambas as mãos no vestido com o propósito de ajeitá-lo e foi para o platô de entrada da casa.

- Sejam bem-vindos à minha propriedade. Que surpresa tê-los por aqui. Vamos entrar...

A Viana conduziu Raquel e Leonardo até a sala principal, apontando dois lugares confortáveis onde eles poderiam se sentar. No assento frente a eles, Vivian se sentou, pousando as mãos entrelaçadas no colo. A governanta sempre atenta já havia adentrado o local, servindo chá e biscoitinhos amanteigados aos convidados.

- Pois bem, o que os trazem aqui? - indagou curiosa.

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♛ Royal Princess of Portugal - Countess of Porto - Baroness of Póvoa de Varzim ♛
Raquel_


Porto

Após os cumprimentos iniciais, serem encaminhados para a sala principal e serem recebidos pela Condessa, Raquel tratou de falar sobre o motivo que os trouxeram até ali.

- Primeiramente Condessa, queremos agradecer a sua contribuição por ter deixado um dos seus livros à nossa disposição para uma pesquisa intrigante - Raquel retira da bolsa com devido cuidado o livro que Mantie havia encaminhado por intermediação de Charlie Hagfish e entrega em mãos.

Após entregar o livro, Raquel retraiu as feições, aparentando mais seriedade, e prosseguiu com o assunto.

- Chegou em nossas mãos um interessante artefato, que sem a ajuda do seu livro, não conseguiríamos tirar nenhuma hipótese a respeito. Acontece que não sabemos o motivo por terem nos entregue este artefato, e também não sabemos quem foi o remetente. - Raquel olha para Leonardo, se encaram, e novamente volta a falar direcionando o olhar para Vivian - Leonardo crê que seu conhecimento em linguagem rúnica seja um bom auxílio, já que o que conseguimos desvendar do objeto foram poucas coisas, não havendo uma conclusão contundente de nossa parte.

Leonardo retira da bolsa o disco que ainda permanecia montado com todas as estruturas dos discos menores, exibindo a diagramação misteriosa para a Condessa.
--Eleazar_sayyid


Porto

Um coche portando as armas de Sua Majestade Yochanan avança a grande velocidade pelas ruas da capital nortenha para deter-se diante da residencia da Condessa do Porto.

De seu interior desce Eleazar, companheiro de longa data de sua majestade e amigo da família, vestindo as insignias de mensageiro do palácio ele oficializava sua presença e evitava muitas perguntas por parte dos criados. Ao ser interpelado pelos guardas ele anuncia:

- Tenho uma mensagem urgente para Sua Alteza a Princesa Real de parte de sua Majestade.

Após as formalidades usuais, já diante da Princesa Real, o mensageiro diz fazendo uma vênia:

- Vossa Alteza, Sua Majestade o Rei solicita a vossa presença urgente em sua residência de campo em Braga. Um coche nos aguarda para levar a senhora perante Sua Majestade.

Enquanto isso em outra parte da cidade, um grupo carregava um homem ferido para fora de um estabelecimento que havia aberto há pouco tempo na capital portuária, entrando em um coche negro e sem marcas, o grupo partiu para o norte. Raziel Merari deixava assim a cidade do Porto acompanhado por irmãos de sua ordem.
Fitzwilliamdarcy


Porto

Após ter sua casa invadida Fitzwilliam começara em Braga um silenciosa busca para encontrar os criminosos. Nada foi roubado durante a invasão porém quando os invasores foram capturados nos dia seguinte pelos Spada o que se revelou foi preocupante para o patriarca dos Marques Henriques.

Ao entardecer de um dia ensolarado cinco cavaleiros chegavam discretamente a "Destilaria Azevedo-Tavares", na povoação do Porto. Os homens desceram dos cavalos. Dois ficaram na Porta do estabelecimento e os outros três adentraram o lugar.

Era Fitzwilliam, Ricardo Geraldes e Alexander Ferreira.

O barão entrou no recinto e olhando para frente com Ricardo e Alexander atrás dele disse em alta voz.

- Desejo falar com Ulisses.

Um dos homens que estava na destilaria, mal encarado e com o rosto coberto por cicatrizes se levantou da mesa em que estava sentado jogando cartas. Disse o homem de forma intimidadora.

- Pois não vai. O chefe não quer ver ninguém hoje.

Fitzwilliam sem olhar para o homem respondeu-lhe sem se importar com seu jeito asqueroso.

- Ele vai querer me ver. Caso contrário eu trago aqui a Guarda Condal para leva-lo.

Visivelmente contrariado o homem mal encarado de cicatrizes encarou Fitz, que nem sequer olhou para ele, jogou as cartas na mesa e foi chamar Ulisses. Alexander não pôde evitar escapar um leve sorriso no rosto. Porém tão sutil que não foi possível ser notado.

Minutos depois Ulisses foi até Fitzwillaim e ficou olhando para ele em perfeito silêncio. O patriarca dos Marques Henriques ficou imóvel e com uma expressão imutável. Olhando com seriedade para frente. Ulisses ficou a certa distância dos três homens que chegaram a pouco em seu estabelecimento. Após alguns instantes de silêncio Ulisses finalmente dirigiu a palavra ao Barão.

- Se você veio até aqui é porque quer me dizer algo. Então fale.

Fitzwilliam olhou para o homem que olhe observava e então respondeu.

- Não enviaste homens para invadir e furtar minha casa para assim obteres informações a respeito de minha família? Pois bem. Aqui estou. Agora eu pergunto a ti. O que queres?

O barão falou num tom calmo, porém com seriedade absoluta.

- Ah, sim. Agora entendo. Deveria ter se apresentado logo barão.

Disse Ulisses fazendo expressão de quem o problema já teria resolvido. Ulisses caminhou em direção a sua sala esperando que Fitzwilliam o seguisse. E assim Fitzwilliam, Ricardo e Alexander seguiram Ulisses. Chegando lá o anfitrião foi direto até uma garrafa de vinho tinto seco e serviu duas taças. Deixou uma cheia sobre a mesinha e sinalizou para o Barão como se o oferecesse. Fitzwilliam suavemente fez um sinal com a mão rejeitando a bebida. Calmamente, Ulisses caminhou até sua poltrona e se sentou, bebeu um demorado e longo gole do vinho. Fitzwilliam permaneceu em pé e observava Ulisses.

- Então... De que falavamos mesmo? Ah sim! Os ladrões. Desculpe, é a primeira vez que tenho esse tipo de conversa... Ah, é o que eu recebo por contratar mão de obra barata.

Fitzwilliam deixou a expressão ainda mais séria após a encenação de Ulisses.

- Não faça essa cara Dom Henriques. O que esperava? Que eu nega-se? Jura-se ser inocente? Não. Você veio até aqui, não irei insultar sua inteligência.

Ulisses virou o resto do vinho em um único gole

- Mas, que fique claro: Não tenho nada contra você, sua família ou sua escola. Foram negócios. Recebi uma bela soma por aquelas informações.

Fitzwilliam apesar de não demonstrar ficou curioso sobre o que Ulissse acabara de falar. Poderia ser uma mentira para ganhar tempo ou despistar a atenção e se livrar do barão. O fato é que Fitzwilliam era um homem super protetor e uma invasão a sua propriedade era algo muito sério para ele.

- Pois bem, Ulisses. Caso não queiras a Guarda Condal aqui, como também em teus negócios em Chaves e apodreceres numa cela debaixo da terra em algum lugar que nem eu mesmo saberei, quem dera tu é bom que me digas quem pagou a ti para obteres informações sobre minha família e os meus negócios.

- Desculpe, mas quem vai comandar a guarda quando eles forem? Um dos dois comandantes que eu não subornei? Consegue adivinhar quais são? Seria uma aposta divertida... Eu acho que eu iria ganhar. O que apostaremos? Ouro? Estabelecimentos? Você tem um belo navio... Mas independente de quem ganhasse ambos perderíamos um recurso muito mais valioso: tempo.

Ulisses fez uma pausa para observar o Barão, quase tentando ler sua mente.

Fitzwilliam olhava sério para Ulisses e pensava em como aquele homem poderia ser tão estúpido. O barão fora até pouco tempo Comandante Chefe do Exército Real Português, não haveriam subornos suficientes para impedir que um mandado de prisão fosse feito. E os militares ansiosos por usarem suas espadas iriam com gosto encerrar as atividades daquele criminoso. Fitzwilliam deixou que o homem concluísse, queria ver até onde iria a imaginação de Ulisses.

- Ou... Podemos resolver isto como dois cavalheiros. Veja quem me pagou...

Ulisses fez novamente uma pausa olhando para a porta da sala e para o espectador daquela conversa.

- Anton? Não esperava sua visita. Venha, pegue uma taça de vinho. Eu e o Barão estamos tendo uma conversa interessante. Junte-se a nós.

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Sir_anton


Anton havia chegado há pouco tempo na destilaria Azevedo-Tavares, e havia chegado com raiva e com curiosidade sobre o que teria acontecido ali.

Anton entrou acompanhado por Sir Aidan e por Clemente, haviam dois rapazes na porta da destilaria e estes ele não conhecia e aparentavam ser militares, não possuíam fardas mas suas vestimentas tinham algo rementente há soldados. Talvez de alguma milicía local? Não importava. Os homens de Ulisses dentro da destilaria nem falaram nada para Anton, eles não precisavam.

Quando chegou a sala de Ulisses, Anton viu uma reunião que julgava não haver outra tão improvável. Fitzwilliam Henriques e Ulisses. Apesar do desejo de questionar o Ulisses sobre perder Raziel, ele não pode resistir a assistir aquela conversa.

- Anton? Não esperava sua visita. Venha, pegue uma taça de vinho. Eu e o Barão estamos tendo uma conversa interessante. Junte-se a nós.

Anton ignorou Ulisses e dirigiu-se a Fitzwilliam.

- Barão Henriques, como tem passado? Devo dizer que não imaginava encontra-lo em tão sórdida companhia e tão repugnante local.

- Assim você me ofende Anton.-Comentou Ulisses com sarcasmo.

Fitzwilliam olhou para o lado e viu Anton na porta. O barão não demonstrou sua surpresa ao ver que o jovem Torre tinha envolvimento com aquele tipo de pessoas como Ulisses.

Ao que Anton dirigiu a palavra ao patriarca dos Henriques ele lhe respondeu.

- Sim, Anton. Vim em nome da integridade de minha casa e da honra de minha família.

Anton olhou para Ulisses de forma repreensiva.

- O que diabos você fez agora?

- Tentei roubar informações do Barão para vender para um sujeito mal-intencionado.-Ulisses respondeu com uma normalidade total e um sorriso simpático.

- Para quem?

- Alguém.

- Ulisses...

- Você sabe ser um grande estraga-prazeres.-Ulisses se levantou e se dirigiu até uma mesa, de onde tirou uma carta de uma gaveta - O homem que me pagou foi Galez Cardozzo, dúvido que ele seja o verdadeiro contratante afinal ele é o chefe de um grupo de mercenários, e francamente, não são dos melhores. Aqui está tudo que reuni sobre ele.

Anton pegou a carta e a guardou dentro do seu casaco.
- Isso fica comigo por enquanto.

O barão ficou descontente com a atitude do recém chegado, Anton poderia esperar por isso mas era necessário.Ele se dirigiu a porta pedindo para que Fitz se aproxima-se. Quando o Barão entendeu e o fez, Anton falou bastante baixo, garantindo que ninguém além dos dois ouviria.

- Eu vou lhe entregar a carta mais tarde Barão, preciso falar algo com você primeiro. Você deveria ir embora agora, conhece O Cervo Azul? Eu te encontro lá no fim da tarde. Tenho que resolver alguns negócios antes.-Anton se afastou um pouco do Barão mas lembrou que faltava dizer algo muito importante e voltou - E assim que sair daqui você irá ser seguido. Não deixe que eles te vejam indo até o Cervo Azul.

Fitzwilliam quase sorriu ao ouvir o rapaz lhe avisando que seria seguido. O barão tinha ciência do que aquela visita a Ulisses poderia gerar enquanto estivesse na destilaria e no momento de sua saída.

-Não me faça perder mais tempo Torre. Tenho negócio sério a tratar. Eu estarei lá.- Fitz olhou nos olhos de Anton -Mas se não estiveres lá com esta informação...

Era um atraso para Fitzwilliam ainda ter de se dirigir a outro lugar para obter as informações. Porém ele ficara curioso no quê e com quem o namorado de sua afilhada estava se metendo.

O barão respirou fundo e se virou para Ulisses dirigindo-lhe a palavra:
- Pareces um homem de razoável inteligência Ulisses. Deixes a família e minha casa longe dos seus negócios. Só tens a perder.

Ulisses não falou nada, apenas abriu um sorriso simpático e amigável.

Fitzwilliam deu meia volta rumo a porta e ainda cumprimentou o jovem Torre antes de se retirar daquele lugar onde desejava não ter que voltar.

- Torre.-E saiu seguido pelos dois Spada que estavam com ele.


- Então -Disse Ulisses após Fitz sair -Vai contar o que sussurraram?

Anton caminhou até a mesinha com o vinho e serviu uma taça.

- Isso é segredo. E só conto meus segredos para pessoas que são boas em guardas coisas.

Ulisses entendeu o que Anton queria dizer, ele respirou fundo e falou:
- É... Me desculpe por isso. O Fernão desceu lá embaixo para dar uma olhada e o prisioneiro tinha... Sumido.

- Sumido? E os guardas?

- Dois mortos e os outros não sabiam dizer o que aconteceu.

- Acreditou neles?

- Não sei. Mas, por garantia. Cortei suas cabeças.

- Tipíco do Ulisses.

Anton bebeu o vinho e caminhou em direção a saída.

- Anton!?

- Sim...?

- Então... Nós estamos bem?

Anton olhou para Ulisses por algum tempo. Ele mesmo não sabia a resposta, Ulisses sempre tinha sido um psicopata mas era um psicopata confiável. E então respondeu enquanto saia.

- Estamos.

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Vivian


Porto

Sentada confortavelmente, Vivian bebia um gole de chá enquanto escutava com atenção às primeiras palavras de Raquel. De repente, ela viu o seu livro sendo tirado da bolsa da jovem, o que a deixou tranquila em ter o objeto de volta e igualmente curiosa pelo fato dele ter sido necessário.

- Uma pesquisa intrigante... De fato! - pensava.

Na seqüência, a revelação do aparecimento de um artefato entregue aos flavienses já lhe trouxe algumas respostas, principalmente pelas runas que continham nele. Os símbolos rúnicos eram uma linguagem milenar e um dos primeiros oráculos que surgiram no mundo. Vivian já tinha lidado com tal linguagem quando era bem mais jovem, motivo pelo qual se viu obrigada a aprendê-la. Entretanto, ela precisava ver o artefato para saber do que se tratava e tão logo Leonardo lhe mostrou.

No momento em que ela avistou o disco, seus olhos se encheram de entusiasmo e em sua cabeça vieram vagas lembranças. Ela sabia a utilidade daquele tipo de coisa e qual o propósito de ser criado, mas ainda não tinha informação suficiente para o caso específico dos Torre. Ela não entendia como tal artefato tinha ido parar com eles e isso a instigava. Assim, ela tomou o disco nas mãos para tentar ler os símbolos e disse olhando-o cuidadosamente enquanto tateava a superfície:

- "Recordai o Palácio dos Nove, onde os Magistri se reúnem no Grande Salão..."

Uma figura apareceu diante da porta da sala principal, o que interrompeu a Viana. Era Eleazar trazendo uma mensagem urgente de Sua Majestade.

- Ele solicita minha presença em Braga agora? - indagou.

Por um instante, Vivian havia ficado confusa e sem saber o que fazer. Ela estava com visitas em casa que queriam ajuda e, ao mesmo tempo, estava sendo chamada pelo irmão. Ela olhava para os dois jovens diante de si, olhava para Eleazar e tentava pensar rápido em uma solução. Ela sabia que tinha que ir a Braga porque, se não fosse por vontade própria, o rei a ordenaria que fosse e ela sabia também que não podia negar um pedido de Sua Majestade, mesmo sendo seu irmão. Além disso, devia ser mesmo algo importante devido à urgência. No entanto, ela também não poderia deixar os Torre ali e, sem saber se eles concordariam, Vivian levantou-se e disparou:

- Meus convidados irão comigo! Vamos todos a Braga! - respirou agitada e prosseguiu - Senhorita Raquel e Leonardo, espero que possam me acompanhar... Preciso saber um pouco mais do que vocês descobriram sobre isto... - apontou para o disco em suas mãos.


Na estrada entre Porto e Braga

Dentro do coche, Vivian ainda se sentia agitada, mas queria abstrair a agitação com um pouco de conversa, a fim de clarear suas idéias.

- Bom, vamos lá. Contem-me o que sabem sobre o disco.

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♛ Royal Princess of Portugal - Countess of Porto - Baroness of Póvoa de Varzim ♛
Fitzwilliamdarcy


Porto

A tarde estava se findando. Fitzwilliam e os Spada discretamente cavalgavam a trote pelo Porto. Quem os via imaginava serem apenas mais um grupo armado de comerciantes estrangeiros. Após algumas voltas pela praça da povoação do Porto era hora de ir ao encontro de Anton. Eles haviam combinado de se encontrarem no fim da tarde na taverna O Cervo Azul.

Um jovem a cavalo cruzava velozmente as ruas do Porto. O cavalo ofegante dirigia-se para o centro da povoação. Era Filipe Oliveira, o mais jovem aprendiz dos Spada avistara Fitzwilliam e os quatro Spada que com ele se dirigiam para o encontro com o Torre.

Filipe era um rapaz de aproximadamente dezoito anos. Irmão homem mais novo dos Oliveira, ele era teimoso, impetuoso e ansioso por uma aventura. Ao se aproximar do grupo dos Spada o rapaz ofegante cumpriu sua missão.

- Mestre!

Respirou fundo Filipe.

- Eu trago uma mensagem! Pouco depois que o senhor partiu de Braga um novo ataque foi iniciado. Um grupo de homens armados tentou invadir a vossa casa. Eduardo me enviou o mais rápido possível. Não sei como estão lá.

O barão franziu a testa.

- Isso está a ficar cada vez mais sério. Tens ideia de quem atacou? Quantos eram? Temos de voltar para Braga sem demora.

Filipe tentou responder.

- Não mestre, sai logo que a luta...

Fitz o interrompeu.

- Vá a Taverna O Cervo Azul e deixe recado ao taverneiro de que avise ao senhor Anton Torre que o barão Fitzwilliam não comparecerá. Apenas isso. Depois se hospede em alguma estalagem e então amanhã cedo volte para Braga. Precisaremos de todos.

Filipe coçou a cabeça.

- Mestre, eu não poderia ir convosco? Eu gostaria de voltar ainda hoje.

- Não, fique, seu cavalo está cansado e tens de ter certeza que a mensagem chegará a Anton. Nós partiremos agora.

Disse Fitz com impaciência. Filipe não ousou questionar uma segunda vez, até porque não teria tal oportunidade o barão mal acabara de falar partiu a toda velocidade com seu grupo rumo a Braga.



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Leonardodavinci


Leonardo não deixou de notar a reação de Vivian ao tomar o disco nas mãos. A expressão dela e seus gestos, não revelavam surpresa ou descoberta, mas reconhecimento. A e condessa parecia entender do que se tratava o mistério. Ele de certa forma já esperava que a condessa dispusesse de mais informações do que ele, mas não de que reconheceria o artefato em si. Parecia familiarizada com aquele objeto e Leonardo chegou a cogitar se aquele enigma não era obra dela.

Leonardo fitou o mensageiro do rei, uma estranha figura, que parecia estar completamente atenta a todos os movimentos realizados no salão. Era um homem misterioso de fato e evitara o contato visual com o rapaz ao transmitir a mensagem para Vivian. Leonardo observou com atenção o ambiente a sua volta, toda a decoração era de bom gosto, bem organizada e valorizava os aspectos mais interessantes da arquitetura da sala. No entanto, algo o incomodou, parecia que havia algum tipo de padrão na decoração, como se ela tivesse sido montada para repassar alguma imagem em um determinado ângulo. Não quis ser indelicado para testar aquela hipótese, apenas se limitou a pensar que os Viana tinham algum tipo de atração por coisas misteriosas e que eram mais familiarizados com elas do que ele poderia ter imaginado.

Diante do convite da condessa para ir a Braga, não quis fazer uma desfeita e curioso que estava para saber o que a condessa poderia saber, Leonardo seguiu com a prima no coche que ia em direção a Braga. A condessa diante dele, lançou uma indagação acerca do que ele sabia do disco. Embora, Leonardo então explicou com calma, esperando que a condessa então, falasse em seguida.

- Bem, o disco me foi entregue de maneira misteriosa, não sei quem foi o remetente, apenas me apareceu um dia, dentro de uma caixa, envolto em linho. Diante dessa situação estranha, aceitei como uma espécie de desafio e foi o que me trouxe aqui para indagar acerca dele. O disco é composto por outros 7 discos no seu interior e parece funcionar com base em algum mecanismo complexo, algo que o permite rotacionar diante de um determinado alinhamento e controlado pelos pinos que ficam nas bordas. Os círculos carregam uma mensagem que parece se "desbloquear" conforme a pessoa o interpreta. É a primeira vez que vejo um sistema criptográfico de base mecânica e tenho que dizer que a habilidade do artesão que o produziu e da mente que o idealizou é de fato espantosa. Entenda, que eu trabalho com mecanismos complexos, é o que faço e mesmo assim, ainda não entendo com precisão qual a base do funcionamento desse disco. - Leonardo mostrou no disco, as palavras que havia interpretado - Observe. "Palácio"..aqui..."Verdade Descansa"...aqui e aqui..."Mestres".."Destinos" e novamente "Verdade", nesse ponto. Existem lacunas, na mensagem, que infelizmente a minha investigação ainda não desvendou, mas acredito, que você possa me ajudar a conectar o que falta.

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