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[RP]A Fina Lâmina de Torre

Sir_anton


A Fina Lâmina de Torre
França,Dijón.1458
Era inverno na França,a neve tomava conta do campo,onde apenas três figuras eram vistas naquele cenário dominado pelo branco.A silhueta de um homem alto e robusto,coberto por uma capa negra se destacava,imovel com uma estátua observando os outros dois homens.Estes carregavam escudos e espadas de madeira e trocavam golpes naquele dia frio:
- Anton!Você abaixa muito a guarda quando vai atacar
A voz firme do pai fez com que o jovem Anton,com 16 anos,imediatamente começa-se a ser mais cuidadoso com sua guarda quando atacava seu irmão mais velho,Richard.
Ao manter a guarda alta,Anton acabava por perder velocidade nos ataques.
Por acaso o frio congelou seu musculos garoto? Você nunca o acertará assim!
E imediatamente,Anton voltou a focar no ataque,esquecendo de manter a guarda pela qual tiverá sido repreendido a pouco.Tentando desferir seu melhor ataque contra o adversário.Um ataque impulsivo,do qual Richard desviou,deixando Anton desviar atacando o ar,o mais velho acertou as costas de Anton com a espada de madeira.Cheio de raiva o jovem,tentou atacar o irmão,que o bateu novamente com a espada,agora na costela direita,fazendo Anton se desconcentrar devido a dor,Richard ainda empurrou o irmão para longe com um chute na altura do estomago:
- Agora você ja estaria morto duas vezes.
O comentário irrtou Anton,que se lançou com raiva contra o irmão,que habilmente desviou sua espada e respondeu acertando Anton na nuca.O jovem caiu no chão de cara na neve.
Neste momento um cavaleiro se aproximava,era dificil ver quem era em meio aquela neve.Mas sem nem desmontar o homem se dirigiu ao pai de Anton e Richard,Shokan:
- Dom Torre!Dom Torre!
Artur Shokan viu o nervosísmo do homem:
- Acalme-se.Respire.Agora,o que houve?
O homem começou a se recompôr,seguindo as instruções de Shokan:
-Meu...Meu senhor!É Lady Tuny...
Uma expressão temerosa tomou conta do rosto de Artur.Tão logo quanto puderam,o pai e filhos estavam de volta a casa.Há meses que a mãe de Anton,uma egipcia chamada Tuny sofria de turberculose.
Quando chegaram a casa,havia um silêncio total.Todos estavam calados,com expressões assombrosas em seus rostos.Anton entrou olhando para cada um,como se ja soubesse o que eles pensavam.Ao se aproximarem do quarto da mãe,a irmã caçula de Anton,Raquel estava lá,ao lado da cama onde a mãe estava deitada.Haviam médicos presentes.
Assim que entrou Anton se aproximou da cama.Segurou a mão de Tuny e ambos ficaram se olhando por alguns instantes,eles não precisavam desperdiçar seu tempo com palavras.Os dois já sabiam que era uma despedida.Tuny limitou-se a falar:
- Cuide dos seus irmãos.
Anton mexeu a cabeça positivamente.Anton foi o primeiro a sair do quarto,sua mãe ficou mais algum tempo falando com Richard,Raquel e seus outros irmãos.Aos poucos todos foram saindo.Deixando apenas Tuny e Shokan no quarto.
Algum tempo se passou,não deveriam ter sido mais do que trinta minutos,mas pareceram horas para Anton,que não parava de pensar em milhões de coisas.Artur saiu do quarto,calado.Seus olhos estavam diferentes.Eles pareciam sempre furiosos para Anton,mas desta vez era algo diferente,eram olhos tristes.Olhos de um homem duro que havia perdido a mulher que amava.Artur foi diretamente a primeira garrafa de qualquer coisa que encontrou.
Anton ja havia entendido o que havia acontecido.Um homem alto,na casa dos trinta anos se aproximou de onde Anton estava sentado sozinho.Era Charlie Hagfish,um ex-militar inglês,mordomo da familia e uma das maiores influências de Anton.
Jovem Lord?
Anton não respondeu Charlie,que se sentou em uma cadeira ao lado do jovem:
- Como você está se sentindo?
Anton não respondeu.
- Não quer falar? Tudo bem.Você só precisa ouvir.Sabe,eu também perdi minha mãe quando eu era jovem.Mais jovem do que você é agora.Ela estava doente também.O que importa é,eu também não queria falar.Eu também fiquei com raiva do mundo,assim como eu sei que você está agora.O ponto é:você precisar se livrar dessa raiva.A raiva é boa apenas se você saber direciona-la.E você não sabe isso ainda.
- Você pode me ensinar?-Anton perguntou fracamente.
- Não jovem lord,isto você tem que aprender sozinho.Mas sair dai e ir fazer alguma coisa seria um bom passo.
Anton seguiu o conselho de Charlie no outro dia.Ele e Richard estavam em uma taverna bebendo e conversando,quando Richard se retirou para usar a latrina,um jovem de uns dezessete anos ouvindo o sotaque de Anton comentou:
- Ah,um portugueses.
Anton não gostou da maneira como o jovem falou,e ele não parou por ai:
- Isto explica o mal cheiro na taverna.
- O que foi que você disse?-Perguntou Anton com raiva.
- Você está surdo por acaso?
Quando ele disse isso,Anton se levantou,e o jovem francês fez o mesmo.Os dois se aproximaram e se encararam:
- Qual o seu nome?
- É Otto Marcheaux,quer saber que nome falar para sua mamãezinha que lhe ofendeu?
No momento que Anton ouviu a palavra "mamãezinha" ligou a raiva que ficará do jovem com a raiva de perder sua mãe,falando sombriamente:
- É para saber que nome escrever na lápide!
Anton deu um soco no rosto do outro e eles começaram a brigar.Virando a mesa,derrubando cadeira e trocando golpes.Até que os presentes na taverna conseguiram separar os dois.Eles trocavam insultos até Anton propôr:
- Um duelo então!
- Basta falar onde e quando!
- Amanhã na praça da cidade,ao meio-dia.
- Então que seja.Amanhã,Meio-dia.

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Sir_anton


Anton acordou com uma sensação ruim no estômago naquela manhã.Não por algo que ele tivesse comido ou algum mal estar.Era apenas um "sintoma" do seu nervosismo.Anton ja havia lutado mil vezes com Richard,com Lockee,com seu pai.Mas nunca havia estado em um combate real.Em um em que sua vida estava em jogo.Ele estava nervoso.Estava muito nervoso mas não podia demonstrar isso.Não na frente de Richard.Não na frente do seu pai.Ele resolveu sair do quarto.Mas se deteteve antes de por a mão na maçaneta da porta.Respirou profundo tentando se acalmar.Quando decidiu novamente sair,a porta se abriu antes que ele toca-se na maçaneta.Diante dele estava parado Charlie Hagfish.Como sempre vestido como mordomo.Segurava em sua mão esquerda uma espada embainhada.Charlie olhou para o garoto e perguntou cordialmente:
- Vai a algum lugar jovem lord?
- Eu...Eu...Eu...-Anton começou a gaguejar.
- Você...Você...Você?-Hagfish fingiu gaguejar para brincar com o jovem.
O britânico entrou no quarto e se sentou na cama de Anton.
- Este é o dia!Seu primeiro duelo!Como está se sentido?
Anton levou algum tempo hesitando.
- Estou...Ansioso...Eu vou ganhar!
Hagfish notou a hesitação do garoto e falou irônicament:
- Quanta confiança!Anton,O Matador!-Ele riu e em seguida mudou para um tom sincero - Está nervoso?
- Não!-Anton respondeu instintivamente.
- Sério? Impressionante.Antes da minha primeira luta,eu estava borrando minhas calças.E na luta após essa.E na após aquela.E na após.Veja,eu sei que você está com medo.E isso é bom,significa que você não é um idiota que acha que é invencivel.Eu poderia passar horas te falando sobre homens que acharam que uma luta era um brincadeira,entraram totalmente confiantes e...Bem,nunca mais estiveram em outra luta.-Charlie desembainhou a espada que trazia-Mas decidi te falar sobre outra coisa.Sobre esta espada.Eu fiz ela quando eu sai da Inglaterra."Uma nova espada para uma nova vida" eu pensei.Eu não tenho a usado com tanta frequência.E espero que continue assim.Eu acredito que você fará bom uso dela.-Charlie entregou a espada para Anton.
- Charlie!Eu...É...Muito obrigado!Ela é linda!
- E afiada.
Charlie se levantou e saiu junto com Anton do quarto.Richard os esperava do lado de fora.Após uma rápida conversa entre os irmãos,os três partiram para o local marcado para o duelo.Assim que chegaram Anton se espantou com a multidão em volta.Para ele,parecia que a cidade inteira estava lá para assistir a luta.Mas seus olhos se fixaram em um espectador em especifico.Seu pai.Artur estava sentado em um barril junto a multidão.Anton viu Otto Marcheaux junto a multidão se gabando de sua habilidade com a espada.Deixou Richard e Charlie para trás e foi até o francês.
Um homem na casa dos 50 anos veio falar com Otto.Ele estava acompanhado por dois outros homens,estes mais jovens,e fortes.
- Otto,tome cuidado por favor.
- Não se preocupe pai!O português não tem chance.
Otto saiu de perto de seu pai e foi encontrar com Anton.No centro do que agora era um círculo formado pela multidão.
- Prêt à rejoindre maman?
Anton não respondeu.Apenas sacou sua espada,que Charlie havia le dado.Otto também sacou a sua e se iniciou o combate.

Anton avançou contra Otto colocando sua espada para frente,mas o oponente bloqueou o ataque e acertou uma joelhada no estômago de Anton que recuou pondo a mão esquerda sobre o local atingindo.Otto sorriu como se já tivesse vencido.Anton avançou novamente,desta vez que o francês bloqueou seu ataque ele tentou atacar denovo.E denovo.E denovo.Os seguiram em um intenso combate de ataque e bloqueia.Otto só estava conseguindo se defender a essa altura.Não conseguia realizar nenhum contra-ataque.Anton,por outro lado atacava cada vez com mais furia.O jovem Torre estava conseguindo quebrar a defesa de Marcheaux que resolveu recuar.Os dois se encararam por alguns instantes.Dessa vez foi Otto quem tomou a iniciativa para atacar.Anton conseguiu desviar o ataque com sua espada e contra-atacar enterrando a lâmina no peito de Otto.O sangue jorrou sobre Anton e Marcheaux caiu no chão sem vida.
-Nãaaao!Ooootto!-gritou o pai de Otto desesperado.O homem correu até o corpo de seu filho,o pegando em seu braços,confirmando sua morte.
Anton estava em outro mundo,olhando para suas mãos sujas de sangue.Após alguns instantes o jovem se deu conta do que tinha acontecidou.
- O que foi que eu fiz?-Anton estava apavorado olhando para suas mãos com o sangue de sua vitima.Ele havia deixado a espada cair no chão e recuava dando passos timidos para trás.
Jacques Marcheaux,o pai de Otto,se levantava deixando o corpo do seu filho.Assim como a adrenalina de Anton havia se tornado em medo e remorso.O desespero de um pai havia se tornado em odio e desejo de vingança.Ele sacou a própria espada e andou em direção ao rapaz.Os dois homens que o acompanhavam também sacaram espadas e forma em direção a Anton;Marcheaux ordenava furiosamente:
- Tuez cette petite souris!
Os dois avançaram contra o garoto ainda em choque.Richard se preparou para sacar sua espada,mas se deteteve ao ver seu pai indo em direção aos franceses:
- Foi um duelo justo.Seu filho perdeu.Agora,deixe o garoto!
- É claro que você defende seu pequeno assassino!
- Uma respiração ja foi cessada para sempre hoje.Não há razão para cessar mais três.-Artur pôs a mão sobre sua espada se preparando para saca-la.
- Seu filho mata o meu e agora você me ameaça?-Perguntou Marcheaux inconformado antes de ordenar aos seus guardas - Matem esse verme arrogante!
Artur sacou sua espada e ao ver que Richard fazia o mesmo gritou:
- Fique fora disso!Eu posso cuidar dos três como se estivesse cortando um bolo!
Richard relutante,embainhou novamente a espada e se limitou a ir socorrer Anton.
Os homens de Marcheaux se lançaram contra Artur.O primeiro desferiu um feroz ataque em vertical vindo de cima.Shokan bloqueou o ataque com sua espada e respondeu cortando o inimigo horizontalmente na altura do abdomen lhe infligindo uma grande dor e o desastabilizando enquanto se dirigia ao outro oponente.Este avançou tentando perfurar Shokan com a lâmina.O portugês bloqueou este ataque,e revidou,porém também foi bloqueado.Realizando outro golpe Artur fez um corte no rosto do inimigo que urrou de dor e atacou cheio de furia.O português bloqueou e respondeu cortando o inimigo do peito ao ombro.O inimigo se preparou para dar outro ataque mas Artur atravessou usa lâmina na jugular do oponente antes que ele consegui-se.O primeiro oponente,Tentou acertar Artur pelas costas,porém ele desviou e se ajoelhou atravessando a espada pelo lado do oponente.Com os dois guardas mortos,Artur se dirigiu para Marcheaux que veio contra ele cheio de raiva.Artur bloqueou seu ataques e respondeu com socos e coronhadas,sem usar a lâmina contra o velho.Conseguiu por fim desarmar o oponente.
- Vá para casa!Enterre seu filho.E esqueça este dia.Eu não pedirei outra vez.
Marcheaux se deixou cair no chão,impossibilitado de seguir lutando e Artur saiu caminhando calmamente.Pegou a espada que Anton havia derrubado e se aproximou do vilho.Lhe entregando a arma brutamente:
- Nunca largue sua espada garoto!
Anton pegou a espada desajeitadamente.Ainda assustado.Era hora de ir para casa.

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Sir_anton


O sol havia se erguido triunfante naquela manhã,como um rei que caminha até seu trono,onde fica,orgulhoso,pomposo,divino,observando seus servos viverem e morrerem à sua sombra.Sua luz banhava a cidade de Dijón,brilhando nos flocos de neves que ainda caíam.
Soaria erroneamente dizer que Anton havia acordado cedo aquele dia,a verdade é que ele não tinha dormido aquela noite.Cada vez que fechava os olhos,via o rosto sem vida de Otto Marcheaux,e em seguida,sua mãos sujas de sangue.De repente,tudo que Anton via era a cor vermelho,via sangue em todos os lados,no seu quarto,na sua casa,em suas mãos.Suas mãos,estas pareciam impossíveis de serem limpas,Anton havia as lavado denovo,denovo e denovo e eles ainda estavam machadas de sangue.

Locke,Filipe,Richard e a pequena Raquel,já estavam todos na mesa junto com seu pai,tomando seu desjejum antes de começar o dia.
Shokan havia notado a ausência de Anton,não era de seu costume não estar presente nas refeições em família tão estimadas por Shokan.Ele continuava no quarto,pensando sobre o que havia acontecido.

Inerte em seus pensamentos,Anton não percebeu o tempo passar.De repente a porta do seu quarto se abriu e Richard apareceu,carregando duas espadas de madeira.

- Você ao menos imagina a quanto tempo está ai?

Anton nem mesmo respondeu,ele sabia que Richard ia dizer o que tinha vindo dizer mesmo que Anton não falasse nada,então ele se manteu calado.

- Vamos lutar,eu e você!Ver se você melhorou!

- Não estou interessado.

Richard largou as espadas no chão mesmo.Ele não hesitou em fazer isto,como se já esperasse aquela respostas e foi apenas uma desculpa para falar com o irmão.

- Você tem que se recompôr Anton.Certo,você matou Otto...Mas ele pediu por isso.E se você não o matasse,ele mataria você.

- Eu sei disso.E tenho repetido para mim mesmo,mas tem uma coisa...

- E o que é?

- Eu,não conseguia dormir esta noite,então eu peguei a espada que Charlie me deu,queria praticar com ele e...Ela parecia ser mais leve do que antes.

- Dizem que fica mais leve a cada vez que você usa.

- E o que eu vou ter me tornado quando ela for leve como uma pena?

Richard não sabia o que dizer.Ele ja havia estado no exato lugar em que Anton estava agora,e sabia que aquilo iria passar.Mas que quando passasse,o antigo Anton não iria mais existir.Anton não tinha que lutar contra isto,ele tinha que aceitar que era um assassino,mas isso era algo que ele devia fazer sozinho.

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Sir_anton


A mansão dos Bertrand tinha um charme especial no inverno. A neve tomava conta do chao perfeitamente como um elegante tapete branco se estendendo até a imponente escada da entrada. Os empregos retiravam a neve onde se acumalava demais, deixando tudo simétrico e limpo.

A noite estava fria como qualquer outra noite de inverno, mas era uma noite importante, Matthieu Bertrand estava realizando uma baile em sua mansão para amigos e conhecidos. Ou esta era a maneira que a notícia circulava pelas ruas da cidade, na realidade era um baile para os associados de um misterioso grupo, Anton não sabia nada sobre isto mas seu pai fazia parte. Então lá estavam ele e seus irmãos Richard e Raquel acompanhando seu pai.

Assim que chegaram, Matthieu e seus dois filhos, Alícia e Hugo aguardavam por eles.

- Moussier Bertrand.

- Dom Torre.- ambos tinham um tom de respeito e cordialidade em suas vozes. - Eu aguardava a sua chegada.Por favor, entrem.

Shokan e Matthieu foram os primeiros a entrar. Richard e Alícia estavam noivos e fazia algum tempo que não se viam, e Anton eram amigo dos gemêos Bertrand. Os jovens ficaram algum tempo no pátio antes de entrarem.

Anton estava gostando daquela noite, era a primeira vez em dias que sangue e morte não eram as únicas coisas em seu pensamento. Mas a vida tem um senso de humor sádico e o péssimo habito de brincar com as pessoas.

Com todos os convidados sentados à mesa em seus lugares, Matthieu Bertrand decidiu dizer algumas palavras antes do banquete e levantar um brinde. Talvez se não estivessem todos desatentos, se não estivessem todos aproveitando aquela noite, toda a vida de Anton talvez fosse diferente, se talvez algúem tivesse notado que alguns guardas não estavam em seus postos, talvez se algúem tivesse notado as portas laterais do salão se abrindo lentamente, talvez se algúem tivesse notado o homem que entre as sombras se aproximava de Matthieu Bertrand com uma lâmina em suas mãos.

Os risos contentes deram lugar aos gritos de pavor e a confusão quando um homem máscarado apareceu pelas costas de Matthieu e cortou a garganta do anfitrião.

O assassino de Matthieu não estava sozinho, um grupo de homens máscarados com espadas e adagas em mãos entraram pelas portas laterais do salão e começaram a assassinar os convidados.

Após matar seu pai, o assassino puxou os cabelos de Alícia Bertrand e se preparou para golpear a garota com a adaga, porém com rápidos reflexos Alícia cravou seu garfo nas partes íntimas do agressor, fazendo-o a soltar pela dor. Aproveitando essa deixa ela e Hugo fugiram.

A família Torre também estava marcada para aquela noite, um assassino se aproximou rápidamente, porém Shokan o derrubou com um golpe e lutou contra um de seus parceiros antes dele conseguir levantar.

Enquanto o pai lutava, Richard pegou Raquel no colo com o braço esquerdo e sacou a espada com o direito.

- Siga-me Anton!

Anton ficou dividido, vendo que o pai enfrentava dois oponentes ao mesmo tempo, talvez ele devesse ficar e ajudar, talvez devesse ir com Richard, não havia tempo para pensar.

- Vamos! Ele sabe se cuidar!

Acreditando que era a melhor opção, Anton seguiu o irmão até o escritório de Bertrand. A decoração para o baile estava arruínada, agora o salão estava totalmente bagunçada, com pessoas correndo assustadas buscando uma saída, apenas para descobrir que as portas estavam trancadas pelo lado de fora.

Quando chegaram no escritório Raquel se escondeu embaixo de uma mesa como Richard indicou.

- Proteja ela!- Richard entregou uma adaga para Anton enquanto falava - Eu preciso ir ajudar nosso pai e encontrar a Alícia. Não saiam daqui!

Anton se escondeu junto com a irmã, olhando para a adaga, pensando que aquilo não podia estar acontecendo. Mas as coisas estavam prestes a piorar.

Um dos assassinos entrou no escritório, e após a uma rápida busca, pode visualizar os dois jovens irmãos.

- Parece que encontrei dois coelhinhos!

O homem trazia uma espada na mão e se dirigiu aos irmãos.

Anton se levantou com a adaga em mãos e atacou o inimigo. Anton atacou várias vezes mas o oponente conseguiu desviar ou bloquear todos os ataques. Anton acabou sendo desarmado e levemente ferido. Sem sua adaga, pegou um castiçal com o qual atacou o adversário, que parou o ataque, deu uma joelhada no estômago de Anton e o derrubou no chão.

O assassino se dirigiu a Raquel primeiro para executa-la, Anton aproveitando este momento para alcançar a adaga e atacar o inimigo. Apulhando seu pescoço com a lâmina. E após acerta-lo a primeira vez, apunhalou-o de novo, de novo e de novo e seguir apunhalando sem parar. Anton atacou com uma raiva enorme, o inimigo já estava morto, mas ele seguia golpeando enquanto o sangue jorrava para todos os lados pintando de vermelho vivo o escritório de Bertrand.

Quando finalmente parou de apunhalar o inimigo, Anton se levantou e observou o que tinha feito. Ele estava coberto de sangue e ao olhar para irmã, pode ver um certo medo nos olhos de Raquel.

As portas do escritório se abriram e Anton se preparou para atacar, mas então viu seu pai do outro lado.

- Esse sangue...é seu?!

- Não.- Anton sinalizou o corpo no chão com a cabeça após responder.

Shokan foi até Raquel e pegou ela no colo com um dos braços.

- Otimo.Vamos embora.

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Sir_anton


No caminho de volta para casa, Anton pensava nos eventos daquela noite. Novamente suas mãos estavam sujas de sangue e ele não sabia se isso o horrorizava ou o orgulhava. Ele via o que tinha feito de uma forma diferente, talvez não fosse questão de orgulho nem de repulsa. Talvez fosse apenas necessário. Sua irmã estava viva porque alguém estava morto. E se a vida fosse uma balança? Pesando vidas e mortes. E se matar para viver equilibra-se a balança? As coisas pareciam mais complicadas agora. Ou talvez mais simples.

A carruagem em que estavam parou bruscamente quando chegaram em casa.

Após se limparem e trocarem de roupas Shokan, Charlie e Richard se reuniram em frente a lareira e esperaram por Anton.

- Você se saiu bem esta noite.-As palavras do pai soaram estranhas. Anton ainda pensava se aquilo era o certo e o pai o parabenizava.- Talvez seja hora de termos uma conversa - Continuou o pai - Nossa família faz parte de uma associação.

- Uma associação?

- Sim, uma associação de pensadores, invetores, artistas e pessoas que valorizam novas idéias. Não temos nenhum tipo de nome, mas como não seguimos a religião aristotélica a igreja costuma nos rotular como hereges.

- Hereges? Novas idéias? Qual o ponto disso?

- Eu vou chegar lá se me permitir-Anton voltou a ouvir o pai e tentar assimilar tudo que dizia- Há muitos grupos como o nosso pela Europa. Inicialmente, todos eram pacíficos, quase clubes para os associados. Mas diplomacia tem limite, como você verá. Nós temos muitos inimigos. Alguns bem na nossa porta, aqui em Dijón. E chegou a hora de você se juntar a luta. A causa.

O dia após aquele foi mais calmo, Anton levou seu tempo para refletir sobre tudo. Ele não via o rosto do homem que matou. Não conseguia lembrar. Quando pensava nele tudo que via era a pequena Raquel brincando na neve. "A balança está equilibrada.". A frase se repetia na cabeça de Anton durante aquela noite chuvosa que "aproveitava" nas ruas de Dijón.

Anton e Richard estavam usando capas negras e escondidos em um beco qualquer. Aguardando seu parceiro Gaudet retornar.

Quando outro homem de negro se juntou a eles Anton soube que era a hora.

- Ele já está saindo da taverna. Quatro guardas no máximo. Armados com espadas. Um deles é jovem demais para ter barba. Não será dificil.

- Eu e você distraímos os guardas e Anton mata ele.-Richard falava com o mesmo tom de seu pai. Inquestionável. Como o líder que um dia seria.

Quatro homens escoltavam Ludovic LaRue Bouthillier que estava alcoolizado. Era um homem grande, gordo e espalhafatoso.

Richard e Gaudet surgigam da escuridão atacando os guardas, acompanhados pelo som da chuva. Bouthillier ao perceber o ataque, correu por sua vida, ele cambaleava um pouco e era totalmente atrapalhado. Um desastrre com pernas.

Anton o aguardava. Oculto no beco, como um caçador furtivo aguardando por sua presa. Quando Bouthillier alcançou o beco, Anton saiu das sombras com uma faca na mão. Uma. Duas. Três forma as vezes que a lâmina entrou na carne da vitima.

Enquanto a vida de Bouthillier vazava em forma de sangue, seu assassino o confessou em baixo tom:

- Torre lhe envia lembranças mousier Bouthillier.

Após tirar a vida do homem, Anton vasculhou rápidamente seu corpo a procura de algo.

- Encontrou?- Richard perguntava enquanto ele e Gaudet cruzavam seu caminho com o de Anton que saia do beco.

- Bem aqui.- Anton segurava na mão direita um pequeno livro de capa marrom.

Ludovico LaRue Bouthillier era um contador de Dom Rosendo Herrera. Um nobre espanhól, muito aristotélico e inimigo dos Torre.

Herrera era muito cuidadoso com seu dinheiro, então havia enviado seu contador Bouthillier para ajudar a administrar os gastos e também para ficar de olho em um de seus empregados: Ramiro Rosales.

Rosales havia chegado há algumas semanas a Dijón onde havia criado a Companhia Comercial do Suzon em parceria com Jean-François Choffard. A companhia poderia estar sendo bastante lucrativa, mas era apenas uma fachada. Rosales e Choffard eram inimigos de Torre e Bertrand e haviam sido os arquitetos do ataque a mansão Bertrand.

Agora, Shokan sabia que eles não enviariam seus próprios soldados para fazerem isto. Um pequeno exército de espanhóis desembarcando em Dijón chamaria muita atenção. Eles deviam ter contratado mercenários franceses, e se assim fosse Bouthillier teria o pagamento aos mercenários registrado, afinal Herrera confiava sua vida a seus homens. Mas não seu dinheiro.

Após ler o livro rápidamente Richard falou:

- Vejam só. Recentemente a Companhia Comercial do Suzon pagou dois mil ducados a Christophe Pomeroy pelo uso de seus armazéns para estocar produtos.

- Pomeroy é?-Perguntou Patrice Gaudet desconfiado Ele trabalhava como tecelão até ser preso por assassinato. Ele seria executado mas escapou da cadeia, depois disso ele se tornou mercenário. Ele se entregou a guarda dois anos atrás, mas invés de ordenar sua execução o juiz decidiu que ele deveria ficar preso por seis meses.

- Suborno?

- O que você acha?

- Se assim for-Observou Anton - Então ele deve ter executado o ataque.

- Vamos voltar e informar meu pai. Ele dirá se vamos atrás de Pomeroy ou não.

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