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RP - Ah José, seu Rufia!

Manul


Mais um dia. Mais gritaria no velho mercado. Ah!, como é bom ouvir a população.

- Oh José! Anda cá meu magano! Se eu te apanho rufia, vais ver o que é almoçar por uma palhinha! - ouvia-se, de vez em quando, entre corredores daquele mercado agitado, ameaças e gritarias.

Já não havia um dia em que o José não fosse perseguido ou ameaçado. Nas tascas, era proibida a sua entrada, sob ameaça da vassoura, que considero bem mais perigosa que restantes armas, nas mãos de um taverneiro irritado. Por isso, lá ia andando pelo mercado, sempre com os seus truques na manga, roubando um pão ali, uma maçã acolá. Os padeiros até já nem se importavam quando viam as suas técnicas manhosas. E não havia lugar que não conhecesse entre aquele mercado. Enfim, dar com ele, quando se decidia esconder, era como encontrar uma agulha num palheiro, e ainda por cima, acabavamos por nos picarmos, por assim dizer.

Rapaz magrito, alto. Cara magra, olhos azuis, barba por fazer, cabelo castanho ondulado. Roupas velhas, rasgadas e muito usadas. Deambulava pela cidade, ora encontrava-se na igreja, a pedir esmola, ora dava uma volta ao mercado, acabando por sair sempre com pão na mão. Ah!, os que eles dariam para te apanharem, José!

As moças da vila impressionavam-se cada vez mais com ele. Então quando se decidia aparecer por baixo das varandas delas, cantando e encantando com sonetos e trovas de amor, as moças deliravam. Por altura da Primavera, vê-lo com flores pomposas e caras não era estranho. Saltava para as árvores estrategicamente colocadas por baixo das varandas das casas de gente importante (quem diria, plantadas pelo pai e avô, que em nada diferiam dele), de maneira a impressionar as jovens, deixando flores nos seus quartos. Ah!, o que os pais dessas moças comprometidas dariam para te apanharem, José!

Dormia numa cabana, construída por ele mesmo (numa combinação das suas técnicas aperfeiçoados com o pai e avô, carpinteiro e ferreiro, respectivamente). No entanto, aos poucos aquela cabana ia perdendo o seu tecto, e a chuva e o frio do Inverno não o deixavam dormir em paz. Ah!, o que as jardineiros davam para te apanhar, quando lhes estragavas os jardins do pomar, por causa dessa tua pequena caserna.

O que eles todos eles dariam para te apanhar. E pensar que um dia te apanharam mesmo! Oh rapaz, talvez se tivesses corrido mais um bocadinho, um bocadinho de nada... Talvez te tivesses escondido noutro lugar, sem ser o já conhecido barracão do pomar... Ah! Pouca sorte! Apanharam-te, para agrado de todos aqueles a quem destes dores de cabeça.

Um dia, após muito tempo na prisão, demais até, foi decretado que o jovem de 19 anos seria punido por todos os roubos e por todas as cortesias às belas damas. Foi então que decidiram, em plena praça, cortar a sua mão direita, um castigo cruel, horroroso mesmo. Mas nada de que aquele rapaz desenrascado não se safasse. E por fim safou-se mesmo. Aquando da sua punição, quando o iam buscar aos calabouços, deram com a porta aberta, o guarda inconsciente e as chaves no chão.

Mais ninguém ouviu falar no José. Dizem que se escondeu na floresta a norte, a floresta do gnomo, e sobreviveu, recorrendo às suas capacidades; outros dizem que mudou de país, vá-se lá pensar! Mas mais ninguém ouviu falar do José...


RP aberto a toda a comunidade. Participem e divirtam-se.
Manul


Fim da tarde. Sol, já só metade se via. A Taverna ia-se enchendo.

    - Taverneiro! - diz alto após um assobio - Venha mais uma caneca. Tenho a garganta seca, homem!
    - Ah, meu malandro! Mais cerveja? Tanta cerveja vai-te matar um dia!
    - Eh, talvez! Mas não hoje! Venha uma boa caldeirada aqui para a mesa também!
    - Caldeirada não tenho, mas tenho uma boa picanha, e Broa para acompanhar.
    - Broa? Bem, isso ainda vai pesar mais no meu "cachê".
    - "Cachê"? Ó homem, eu não digo? A cerveja faz-lhe mal!
    - Ah!, deixe lá! Venha a picanha e uma caneca. Deixo a Broa para a próxima.


Calmamente, lá ia comendo e bebendo. Uma picanha suculenta, sim senhor. Como ele gostava. Mas não podia ser todos os dias, infelizmente. A caneca, cheia até cima, com espuma a transbordar. Fresquinha, tal e qual como gostava. O taverneiro já conhecia aquele rapazinho muito bem. Talvez bem demais. Era presença habitual, desde que começou a frequentar aquele sítio com o padrinho. Todos os dias, ao por do sol, entravam os dois para beber umas canecas. Manul, apenas com 13 anos naquela altura, já bebia. Um bom homem começa a beber cedo, dizia-lhe o padrinho. E saiam após longas conversas com amigos e forasteiros, ou viajantes.

    - Homem, *crunch*.. * crouff*.. , esta picanha *crunch* .. está uma delícia!
    - Carne de primeira senhor! De primeira! Olhe lá... Quer saber uma coisa? Fica aqui entre nós.
    - Diga lá homem!
    - Dizem que o José, o Rufia voltou. Acho que o viram na floresta, enquanto buscavam pinhas para acender uma fogueira.
    - Ha!Ha! Ha.. cof! coof! cof! -
    entala-se enquanto ri.
    - Óh homem, está bem?
    - 'Tou, estou óptimo.. O José voltou? Ah!, não pode! Ainda decidem cortar-lhe as duas mãos. Repare homem, já se faz tarde. Vou-me indo!
    - Passe bem homem!


E sai da taverna. Com uma picanha e umas quantas canecas bem entornadas, aquele rapaz já ia bem acompanhado. Pelo menos diziam as vizinhas, que ouviam o barulho tremendo que o jovem fazia, enquanto se deslocava.
Até dizem que cantava! No entanto, mal, rouco, uma desgraça!
Manul


Amanhecia na cidade de Braga. Os primeiros raios de Sol apareciam de Este, para sorte de Manul, que acordava todas as manhãs com o brilho nos seus olhos. E lá se levantava, cedo e ia à janela. Na rua passavam homens com escadas, que apressados, esperavam chegar a tempo de conseguir as melhores frutas do pomar. Mas naquela manhã, não eram escadas, mas sim machados, bastões e espadas erguidas. Alguns corriam, apressados, gritando pelo caminho que José havia aparecido no Bosque do Gnomo. Para surpresa de muitos, entre eles estavam gente de alta classe, que naquela manhã pareciam bárbaros, gritando e refilando, após saberem que José, outrora tormento para eles, tinha aparecido.
Apressado, Manul desceu as escadas. Queria mesmo confirmar o rumor ouvido na tasca, e tinha esperança de rever uma personagem lendária naquela cidade. Não tinha nada contra ele, e se pudesse, até o ajudava a fugir daqueles nobres, que mal uma espada sabiam empunhar. Moças, repletas de lembranças de José, corriam também. Burgueses, taverneiros e a restante plebe, ao ouvir tal barulheira, apareciam ás janelas e à rua, e seguiam uns atrás dos outros, sem saberem bem para onde iam. Mas assim que ouviam que José, o Rufia tinha aparecido, esqueciam qualquer outra coisa e punham-se numa marcha até ao bosque.
Levaram pouco tempo a chegar ao bosque. A pressa e correria de toda a multidão extinguiu-se e, parados em frente ao bosque imponente, olhavam maravilhados. Os raios de Sol atravessavam-no, e um brilho, uma espécie de magia, impunha-se. Aquele bosque resplandecia. No entanto, o bosque era traiçoeiro, e apenas aqueles que o conheciam bem conseguiam chegar ao outro lado, as montanhas a Norte. Caminhos de terra batida eram visíveis, embora terminassem abruptamente a meio do bosque, como se ninguém tivesse chegado mais longe.
Uma a uma, iam entrando, e a multidão ia-se desfazendo. Embora tentando mostrarem-se fortes, era possível ver um olhar de receio nos seus olhos. Se realmente fosse como dizia a lenda, então José já conheceria aquele bosque como a palma da sua mão, e seria fácil permanecer escondido, e esperar que toda aquela gente se perdesse. Ou então, bom arqueiro que era, seria fácil defender-se.

Receosos, lá se espalhavam pelo bosque.
Manul


À medida que caminhavam, mais iam desaparecendo na floresta. A cada passo, mais se perdiam. Manul decide avançar. À medida que percorria o trilho, depara-se com uma sombra no topo de uma colina. Rápida, a sombra num instante desaparece no meio da florestação. Continuou o seu caminho, agora na direcção da colina, optando por um caminho enlameado, onde, a meio caminho, se deparou com um ambiente completamente diferente do anterior. Agora deparava-se com árvores muito velhas, enormes, de folhas castanhas, que praticamente bloqueavam o caminho e a luz do Sol, deixando um caminho escuro pela frente. O chão, coberto de lama, folhas e ramos oferecia resistência à sua passagem. No entanto, consegue passar e prossegue o seu caminho, num passo acelerado. Ao fim de um tempo de caminho, saído entre bruma, chega a um descampado,onde um portão numa fachada de uma colina da montanha podia ser visto. Nunca, em tempo algum tinha chegado tão longe, e até chegava a pensar que os seus olhos lhe pregavam partidas. Era um portão enorme e ferrugento. Entre passos inseguros, Manul avançou e aproximou-se. Agora mais próximo do que antes, conseguia ler a inscrição, embora pouco nítida, devido à ferrugem. Lá estava escrita uma data, "1134". Sem conseguir perceber, avança. Tenta empurrar o portão. Nada. Tenta outra vez. Nada, não mexe. Afasta-se e olha em seu redor. À sua volta apenas se via floresta e rocha. Perto da colina,via-se um caminho ascendente para a montanha e, desnorteado, opta por segui-lo. Tudo à sua volta é desconhecido para ele.
Vai percorrendo aquele caminho que parece não ter fim, até ser meio-dia. Sabia-o pois o Sol estava a meio da sua rotina diária (embora sem estudos, Manul era um rapaz curioso. Desde os seus doze anos andava sempre pela biblioteca do Castelo Templário). Por isso, decide parar. Encosta-se a uma parede e respira fundo. Daquele sítio consegue ver quase toda a cidade. Nunca tinha tido tal vista da cidade e cada vez estava mais maravilhado com o desconhecido. No entanto, a fome começava a deixá-lo sem forças e a cada momento desejava voltar para a cidade e ir a uma taverna. Poderia voltar àquele sítio mais tarde portanto decide descer a montanha e voltar à cidade. Levanta-se.
Determinado, começa a sua viagem de regresso.
Manul


    . . .


Após toda a viagem de regresso, chegara à cidade já ao fim da tarde. A fome apertava-lhe, e tinha muita sede. Nunca tinha lhe sabido tão bem atravessar o portão da cidade e caminhar para uma taverna para comer uma picanha suculenta, e beber umas enormes canecas de cerveja.
Avistou a taverna ao longe e entrou.
Imediatamente pediu ao taverneiro o prato do dia e sentou-se, cansado como estava. Comia com tanta vontade, que terminou a picanha antes de beber a sua primeira caneca de cerveja. Era um pedaço enorme de carne, o que espantou quem estava ao lado dele de tal forma, que perguntaram se já não comia há vários dias. "Ah, o rapaz é de sustento" respondia o taverneiro.
À medida que entardecia, a taverna ia ficando deserta de pessoas. Uma a uma abandonavam, com cara satisfeita. O taverneiro, surpreendido por não aparecer mais cedo, ia colocando questões.
    - Por onde andaste meu rapaz? Costumas aparecer por aqui mais... cedo.
    - Lembras-te daquele motim, hoje de manhã? - perguntou.
    - Ah, sim! Aqueles que perseguiam o... José - e soltou um riso abafado.
    - Exacto. Segui-os até ao bosque e continuei. Descobri um caminho, que me levou a uma das fachadas da montanha e encontrei um portão. - explicou, sempre a recordar todos os momentos - Estranhei tal situação!
    - Um portão? - interrogava estupefacto - Nos meus tempos de caçada, nunca avistei portões no bosque, nem na montanha.
    - O portão não aparentava ser recente. E tinha inscrições... uma delas era uma data: 1134 - referiu - Amanhã regresso lá.
    - Tem cuidado. Quem se perde por lá não costuma aparecer - insistia, preocupado com a novidade.
    - Terei. Ou só estás preocupado em perder um bom cliente? - olhou para o taverneiro com cara séria mas pouco depois começou a rir.
    - Estou preocupado, claro. Por quem me tomas? - dizia, indignado pela pergunta.
    - Acredito, bom homem! - e riu-se - Bem, vou-me pôr a caminho. Preciso de descansar.
    - Tem uma boa noite! - desejou o taverneiro aquando da saída do rapaz.

A noite não ia ser muito longa. O jovem estava extremamente cansado e assim que se deitasse adormeceria. O que não demorou muito. Assim que chegou à sua humilde casa, apressou-se a chegar à cama.
A casa não tinha muitas divisões: a padaria, que ocupava maior espaço, uma cozinha pequena, uma sala onde ficava a sua cama - por falta de espaço - e uma casa-de-banho, restritamente pequena. Já havia pensado antes em aumentar a casa, mas os seus campos, o seu sustento não permitiam tal remodelação.
Assim que chegou à pequena e cómoda cama e se deitou, adormeceu.


Manul


A noite depressa se tornou dia, algo solarengo mas húmido, como se pudesse chover a qualquer momento, podendo deitar por terra as hipóteses de se pôr a caminho naquele dia. Na rua as pessoas deslocavam-se rápido. Talvez pensassem também que iria chover.
Ligeiramente, Manul abriu os olhos, pois o Sol reluzia, como em qualquer dia solarengo. Espreguiçou-se e abriu a janela. Na noite anterior estava tão cansado que não teve tempo para trocar de roupa, antes de adormecer. Procurou nas suas gavetas e tirou uma camisola espessa - embora solarengo, a floresta era coberta por uma sombra, tornando o lugar frio - e umas botas, pois os seus sapatos não iriam ajudar ao terreno montanhoso.
Com um olhar determinado e um sorriso discreto, desceu à padaria - vivia numa casa de dois andares, embora o segundo andar fosse extremamente pequeno - e não preocupou em abrir as janelas, já que não iria estar por casa. Deslocou-se à despensa e pegou num saco velho, repleto de remendos e colocou-o em cima do balcão. Foi pegando em pães e colocando-os no saco.
Ao fechar o saco, hesitou. Parou um bocado para pensar. Depois voltou-se e subiu as escadas de relance. Foi à cama onde passou a noite e procurou debaixo. Foi apalpando com as mãos e de repente parou. De baixo da cama tirou um livro. Ao abrir viam-se as suas páginas nuas, completamente brancas. Voltou a baixar-se e tirou um frasco negro, tapado, e uma pena de escrever. Olhou e esboçou um sorriso. Depois desceu as escadas e colocou os objectos no mesmo saco, onde tinha colocado os pães.
Ao sair da casa, foi abordado.
    - 'Tás de viagem rapaz? - falou uma voz áspera.
Era o taverneiro. Tinha uma expressão alegre e um sorriso rasgado. Não tinha as suas habituais roupas e, com as botas que trazia, parecia que iria escalar.
    - Sr. Afonso? O que faz aqui? E a taverna? - perguntou admirado.
    - A taverna... - suspirou - vou fechá-la durante um tempo. Preciso de espairecer. E agradou-me a ideia que falaste ontem.
    - Ideia? - perguntou, mesmo imaginando a resposta.
    - A de viajar até à montanha - disse - Preciso de apanhar ar, entendes?
    - Acho que sim - disse, algo inseguro.
    - Vamos? - e sorriu.
    - Claro! - respondeu - Será bom ter companhia.

E partiram, caminhando calmamente, para a zona Norte da cidade, para o Bosque.
Manul


Por entre vegetação densa avançaram. Carregados, como se fossem deixar a cidade, avançaram. Aos poucos iam desaparecendo na floresta, sem deixar um rasto que pudesse encontrá-los. Avançaram.
    . . .

O dia continuou. A viagem prolongara-se até ser de noite, e com tal escuridão não regressariam. Seria já bastante tarde, talvez dez horas da noite, quando pararam numa clareira, junto à entrada para a montanha. Do saco que levava, Manul tirou o livro, a pena e a tinta. E escreveu.

Diário de bordo wrote:

    Primeiro dia de viagem - Domingo, 17 de Janeiro de 1458

    Partimos hoje de manhã da cidade. Saímos pelo Portão Norte e entramos no Bosque. Até agora a viagem correu bem, sem perigos. Certamente uma das viagens mais seguras que vou fazer daqui para a frente.

    Devem ser por volta das dez horas da noite. Está tudo muito escuro por aqui. Mas a temperatura é constante. Não está muito frio - como seria de esperar - mas também não está um calor agradável. O ambiente é bastante húmido, mas não me preocupo.

    Mas o que mais me intriga, devo dizer, foi a sombra que avistamos por volta do meio-dia, quando o Sol já ia alto. Avistamos aquela sombra no mesmo local que a tinha visto ontem. Exactamente no mesmo local, o que me realmente intrigou. Alguém anda também por aqui, pela floresta, e tenho um bom palpite de quem seja.

    Mas até agora tudo bem, a viagem correu bem. Depois de deixarmos a cidade e entrarmos no Bosque, prosseguimos pelo caminho que encontrei da outra vez. Continuamos e, depois de ultrapassarmos alguma vegetação, encontramos o portão, o portão que encontrei ontem. Tal e qual como o vi no início. O Sr.Afonso ficou muito intrigado, pois não se lembrava de tal portão. Talvez ele não caçasse por esta zona, ou então, por acaso, talvez nunca tenha passado por ali. Mas de facto, o portão estava lá.

    Não sei bem onde estamos acampados. Aliás, o plano não era ficar muito tempo por aqui, mas o Sr. Afonso trouxe duas tendas, e cobertores. Por isso ficamos por mais uns dias. Falei-lhe que não tinha muitos mantimentos e que em breve terminariam. Mas ele garantiu que sabia caçar muito bem e que tinha trazido o seu arco. Também trago o meu. Ando sempre com ele às costas. Vai ser útil.

    Precisava de um mapa. Assim assinalaria - embora não muito correctamente- o local onde estamos. Mas fica para uma próxima, acho.

    Bem, amanhã é um novo dia. O Sr.Afonso já deve dormir. E eu vou fazer o mesmo. Termino o dia por aqui.


Manul



Após percorrem a floresta, acabaram por acampar, num campo aberto e verdejante. A preocupação era notável na cara de Manul. Já haviam verificado a zona e esperavam estar seguros durante a noite.
    . . .

Depois deste dia comprido e cansativo, Manul chegou, por fim, à sua tenda - emprestada, na realidade - e tira do saco o livro, que agora já não estava em branco, e escreveu mais um pouco.

Quote:


    Segundo dia de viagem - Segunda, 18 de Janeiro de 1458


    Segundo dia. Levantamo-nos relativamente cedo. Ainda por cima não conseguia dormir com os barulhos na floresta... Corujas, arbustos a mexer. Estes preocuparam-me. Como não estava vento, não era muito normal que se mexessem como ontem. Acordei com um barulho destes e levantei-me. Quando saí da tenda, o arbusto abanou outra vez, como se alguém tivesse saído a correr. Depois disso, não dormi mais.

    Outra coisa que me preocupou foi a novidade que o Sr. Afonso me deu por volta do meio-dia. Disse-me que tinha encontrado pegadas de lince perto do local onde acampamos. Disse-me também que tinha encontrado, por mais estranho que pareça, pegadas humanas. "Tinha pés grandes", disse o Sr. Afonso. Ri-me bastante com esta intervenção. Mas isso não escondia a preocupação. Anteontem e ontem vi aquela sombra, hoje vi umas pegadas, alguém grande, com uns pés daqueles, quase que dou como certo.

    Arrumamos as tendas após termos comido algo pela manhã. O Sr. Afonso queria carne, e por isso foi à caça. Mais tarde apareceu com um veado às costas. E ainda garantiu que o ia preparar da melhor forma. E assim o fez. Estava bom.

    Pouco depois do meio-dia, partimos. Seguimos pela floresta, mas sempre próximos à montanha. E descobri também que o Sr. Afonso trazia um mapa com ele. Sempre preparado, sem dúvida! O que é bom. Estava mesmo a precisar de um mapa. Quando descobrir onde estamos, marcarei a localização, ou perto desta, assim como o caminho percorrido.

    À medida que avançamos fico mais maravilhado. Lá para o meio da tarde avistamos um lince jovem. Uma visão impressionante: grande porte, pelagem castanha-amarelada com pintas negras, orelhas aguçadas com pêlo nas suas extremidades e um olhar selvagem. Foi rápido a desaparecer, mas consegui gravar esta imagem na memória... e tão cedo não a vou esquecer.

    Chegamos ao fim da tarde ao sítio onde ficaremos o resto da noite. Antes de montarmos as tendas, subi à montanha por uma passagem muito inclinada. De lá avistava o pôr-do-sol. Mais uma visão espectacular. Fiquei lá até ele desaparecer de vez, a Oeste. Voltei para o descampado e montamos as tendas e acendemos uma fogueira. Mais uma vez, o Sr. Afonso preparou uma boa carne. Esta estava sem dúvida melhor que a do meio-dia, sinal que o Sr. Afonso tinha caçado carne mais tenra. Talvez não tivesse tido tanta sorte ao meio-dia.

    Estou exausto. Talvez tenha sido de ter acordado tão cedo. Amanhã volto as estas páginas para escrever sobre o dia. Vou descansar.



Manul


Quote:


    Terceiro dia de viagem - Terça, 19 de Janeiro de 1458

    Ao contrário do dia de ontem, hoje dormi muito melhor. Talvez tenha sido de não ter havido barulho, ou se o houve, estava cansado demais para acordar com ele. Acordei já ia o sol a meia altura, a caminho do seu ponto máximo. Já ia portanto a meio da manhã. Pelo que reparei, o Sr. Afonso já devia estar acordado há algum - se não bastante - tempo. Notava-se na sua cara e na sua maneira de falar a sonolência com que estava.

    Disse-me que não tinha conseguido caçar nada, que não estava capacitado e que precisava de se libertar daquela sonolência que lhe tirava a pontaria. "Eu caço" foi a minha reacção.

    Peguei no arco e no saco das flechas - minha companhia diária - e dirigi-me para o sítio onde o Sr. Afonso havia caçado ontem. Pelo caminho deparei-me com uma águia, no topo de uma árvore. No seu bico tinha carne, fresca, pois notava-se ao longe. Corpulenta, a águia ocupava pouco menos que metade do espaço que o ramo onde estava oferecia. Não estava longe do lugar de caça.
    Cheguei a um descampado, onde não se via qualquer animal. Não sabia onde mais procurar. Caminhei mais um pouco e deparei-me com umas perdizes e aproveitei a oportunidade. Voltei ao acampamento.

    Quando cheguei, estava o Sr. Afonso a dormir, sentado no chão, apoiado no saco que tinha consigo. Para não o incomodar, preparei eu as perdizes, seguindo os ensinamentos da minha madrinha. Ficaram uma maravilha. O Sr. Afonso acordou pouco depois e achou o mesmo.

    Pouco tempo depois arrumámos as tendas e partimos. Paramos agora para descansar e eu aproveitei para escrever mais um pouco. Mais logo volto a estas folhas para as preencher mais um pouco.




Partiram pouco depois. Avançaram sob vegetação densa até à montanha. Iriam subi-la. Sr. Afonso havia-se enganado no caminho e iriam agora tomar outro caminho, talvez para não se perderem. Levava consigo um mapa, grande, velho, com as bordas desgastadas. No verso tinha um cabeçalho escrito, e uma data: 1398. Aquele mapa tinha 50 anos e resistia ao tempo. Apesar das suas bordas estarem desgastadas, o seu conteúdo continuava fiel e inalterado. Poderia estar manchado, queimado em algumas partes, como a maioria dos mapas, mas aquele parecia esculpido em madeira, resistente.

Manul sabia que não poderia escrever naquele mapa. Era valioso demais para tal...

Quote:
    . . .

    Subimos a montanha, seguindo o barulho da corrente de um riacho. Escureceu pouco depois. Paramos numa clareira, pouco depois do Sol se ter posto.
    Montamos as tendas e acendemos uma fogueira. Percorremos pouco caminho desde a última vez que escrevi.

    Preciso de descansar. Termino o dia de hoje por aqui.






Manul


Quote:


    Quarto dia de viagem - Quarta, 20 de Janeiro de 1458

    Hoje acordei cedo. Os barulhos que me acordaram na Segunda-feira voltaram a acordar-me desta vez. Mas ainda mais intensos, como se estivessem mais próximos. Quando me levantei, não vi nada. O Sr. Afonso também acordou cedo, com os mesmo barulhos. Verificamos se havia pegadas ou outras marcas, mas não encontramos nada. Mas era certo que estávamos a ser seguidos por alguém, ou por algo.

    O Sr. Afonso disse-me que podíamos estar a ser seguidos por habitantes da floresta. Eu ri-me, porque contavam-me esta história quando tinha os meus doze anos e sempre acreditei que não passasse de uma história para adormecer. Mas o Sr. Afonso estava convicto. E contou-me um episódio raro, que o levou a acreditar em tais mitos.

    Um vez, quando estava a tratar da taverna, num Sábado à tarde, entrou pela porta um sujeito que nunca tinha visto antes naquela cidade. Pensou que fosse um forasteiro, alguém vindo de fora. Mas nos dois dias seguintes, o sujeito retornou à taverna. O taverneiro, curioso, perguntou-lhe se se tinha mudado para a cidade. O homem, com vestes castanhas, de capuz, respondeu-lhe que sempre tinha vivido por lá, sem o verem. O taverneiro estranhou e numa noite de Verão, ao sair da taverna para arrumar o lixo, viu o encapuçado passar rapidamente para o Pomar. Seguiu-o. Ao chegar ao Pomar, o encapuçado atravessou-o rapidamente para entrar na floresta de uma maneira alucinante: rapidamente, saltou de árvore em árvore até desaparecer na floresta. O Sr. Afonso ficou estupefacto e começou a entender os mitos e histórias à volta dos habitantes do Bosque. Passou a acreditar neles.

    Fiquei, sem dúvida, impressionado com tal conto. Mas uma coisa era certa: estávamos mesmo a ser seguidos.

    Depois de comermos algo de manhã, partimos pela Montanha para Oeste. O Sr. Afonso queria apressar-se ao máximo, de maneira a que chegássemos o mais longe possível.

    De facto, chegamos. E fiquei maravilhado. À nossa frente estava um lago, de dimensões não muito grandes, mas que deixavam um citadino como eu obcecado pela sua beleza. Ficamos acampados numa das suas margens, onde estou agora a escrever.

    O Sr. Afonso, quando montamos tudo, foi caçar, mas não conseguiu nada. Mas tivemos um bom jantar. Ele teve uma brilhante ideia: percorreu a vegetação que nos rodeava e encontrou um ramo, flexível e resistente, e com ele fez uma cana de pesca. Não era uma cana de pesca das melhores, mas valeu-nos quatro peixes, bem saborosos por acaso...

    Mas o que me está a inquietar, é a situação que se passou há um bocado. Depois de jantarmos, ouvimos barulho na vegetação oposta à margem do lago. E de repente, do nada, uma flecha atinge uma árvore bem perto de nós. Trazia enrolada, uma mensagem em pano: "Vão-se embora!"

    Veremos o que se sucede em breve.

    Não vou já dormir, pois vou ficar de guarda, mas termino aqui a escrita. Até amanhã.

Manul


Quote:

    Quinto dia de viagem - Quinta-feira, 21 de Janeiro de 1458

    Não dormi. Estou cansado. Não se passou nada de noite, ao contrário do que pensava, e portanto, ficar de guarda não foi necessário. Mas se tivesse sabido antes... Mas não sabia, certo?

    O Sr. Afonso também não conseguiu dormir e fez me companhia na guarda. Estamos ambos cansados. Já de manhã, quando o Sol apareceu pela primeira vez hoje, fomos pescar. A pescaria não igualou o sucesso de ontem e só conseguimos dois peixes para comermos ao meio-dia. Partimos logo após a pesca e continuamos o nosso caminho para Oeste.

    Continuamos pela margem do Lago até ao ponto em que a floresta recomeçava e o lago desaparecia para Norte. Então avançamos pela floresta. Estava receoso com o que poderia acontecer. Alguém andava a seguir-nos e já nos havia ameaçado com uma flecha. E eu fartava de pensar que aquela flecha poderia ter atingido um de nós e eu não teria qualquer capacidade de reacção, qualquer capacidade para me defender.

    Encontramos uma clareira. Ainda estávamos na montanha. No entanto, já tínhamos descido mais um bocado nessa altura. E a vegetação era mais intensa à medida que descíamos. Por isso, aquela clareira era o local ideal para ficarmos.

    Os barulhos estão por aqui outra vez, e cada vez mais intensos como se fossem mais a fazer barulho. Não sei o que se pa...


A escrita interrompe-se aqui. Vindos de todos os cantos, homens com arcos avançam sobre eles. Sem capacidade para se defenderem, eles rendem-se.


Manul


Quote:

    Cativeiro – Fevereiro de 1458

    Bem, caro diário, meu passatempo favorito, já te tenho de volta.

    Longos dias passaram. Para dizer a verdade, já não sei quantos. Perdi a noção do tempo. Sei que estamos em inícios de Fevereiro, pois um homem, que guarda o cubículo onde estou, me disse, depois de demonstrar interesse na festa que animava aquelas gentes. Fiquei estupefacto com a capacidade que o homem tinha para falar a minha língua. Cheguei a pensar que seriam indígenas que haviam decidido habitar aquele lugar, mas isso seria praticamente impossível, ainda por cima tão perto da cidade.

    Mas já pensava em tudo.

    Nos primeiros dias, foi difícil habituar-me à escuridão que reina nesta prisão. A prisão está virada para Oeste e portanto, devido à localização, a luz solar só chega aqui depois de passar o seu ponto mais alto. Isto fez-me dormir mais nos primeiros dias. Acordava com esses mesmos primeiros raios para mim, e já o guarda, sentado num tronco, comia um pedaço de carne bem suculento, só de vista. Mas isto fora os primeiros dias. Depois, foi fácil aguentar por aqui. Como não tinha mais nada para fazer, sentava-me no chão, e pensava. Bem, pensava quase sempre no mesmo: Porque estava ali? Quem são estes sujeitos? Onde e como estava o Sr. Afonso?

    Para ser preciso, ainda continuo sempre a pensar no porquê disto tudo…

    Mas agora tenho mais uma forma de passar o tempo: devolveram-me o diário depois de tantos dias.
    Entregaram-me o diário hoje, assim como o material de escrita, e comecei a escrever assim que encontrei um pouco de luz. A entrega do diário foi um acontecimento diferente. Bem diferente.
    Aconteceu hoje de manhã. Um homem, de pele escura, com um semblante de traços pesados, cheio de rugas aproximou-se do guarda e fez um gesto apontando para onde estava. O guarda aproximou-se e abriu a porta.

    Quase que poderia afirmar que aquele seria o homem mais velho daquela “tribo” – talvez tribo não seja a melhor palavra para descrever os poucos habitantes da floresta que vi. Mas, como disse antes, já penso em tudo.
    O homem velho aproximou-se com o livro nas mãos e entrou no cubículo onde eu permanecia dias a fio. Sem dizer uma única palavra, entregou-me o livro e virou costas. Antes de sair, eu reagi e agradeci. Nem sei porque agradeci. Afinal estava preso e a culpa era daqueles “indígenas”. O homem, lentamente, rodou o corpo, virou a cara e sorriu. Imediatamente perguntei-lhe onde estava o Sr. Afonso. Ele entendeu e respondeu-me, com português perfeito: “Ele está bem. Não receies pelo teu amigo”. Sorri, embora forçosamente. Aquela situação não me agradava, mas mantive a simpatia. E mesmo que tentasse uma fuga, fora das grades estavam dois guardas altos e fortes. Nem pensei em fugir sequer. Era certamente impossível.

    Mas agora tenho o meu diário e uma confirmação do simpático idoso de que o Sr. Afonso permanece bem.
    A noite aproxima-se. A luz começa a ser escassa e já não consigo ver nitidamente as letras.
    Vou descansar…

Nebulla


Entretanto, na cidade...

Nebulla procurava incessantemente pelo afilhado. Perguntara a amigos, conhecidos, habitantes ou a meros furasteiros... Ninguém... Ninguém vira Manul nos últimos tempos!
O pânico começara a estampar-se-lhe no rosto! Percorrera a cidade, perguntando-se onde andaria o rapaz e acima de tudo se estaria bem! Não era comum no sensato rapaz, andar silenciado e imóvel dias afim...

Deparara-se com a entrada da floresta, enerte nos seus pensamentos, começa a ponderar se a resposta do paradeiro do afilhado não se encontra ali...

Olha para o estado do Sol, que já vai baixo, já não daria tempo para o procurar... se ali estivesse estaria com certeza perdido no denso e imaranhado arvoredo.

Olhando para traz, decide refazer o caminho até ali percorrido e regressar a casa

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Manul


Quote:

    Cativeiro – Fevereiro de 1458

    Hoje acordei cedo com o barulho que os “indígenas” faziam. Da cela podia ver tendas novas a serem montadas. Mas não umas tendas quaisquer. Eram tendas enormes, coloridas.
    Mas não foi a única coisa que me chamou a atenção. Perto dessas tendas estava montada uma mesa, e aos poucos, e um a um, os “indígenas” iam colocando enfeites.

    Da floresta apareciam caçadores com veados à costa e perdizes. E na fogueira criada, iam assando o que caçavam. Foi certamente um bom almoço, para eles. Eu cá me contentei com um pão – e contentei-me porque era a única coisa que podia comer. E sentado, encostado às grades frias, via-os sentados na grande mesa, a devorarem enormes assados.
    Este banquete levou-me a viajar pelas minhas memórias: lembrei-me dos tempos em que andava pelas tavernas. Estas memórias deixam-me saudade. Deixam-me com vontade de sair daqui e voltar para a cidade, para minha casa, rever os meus amigos, beber enormes canecas de cerveja… Hei-de voltar, a qualquer custo.

    De tarde tudo mudou. Já não a passei naquela cela fria e húmida. Depois do banquete que fizeram, o homem velhinho e simpático que veio à minha cela ontem, voltou a fazê-lo. Aproximou-se e mandou abrir as portas. Mas mal senti a liberdade, puseram-me correntes. O velhinho simpático – alcunha que sempre lhe atribui – aproximou-se de mim e disse-me para o seguir. Assim foi.
    Passei a tarde toda na pequena aldeia. Mas não foi tão desagradável como seria de imaginar. Ele passou a tarde a explicar-me o que se passava na cidade, o porquê de todo aquele movimento, o porquê da festa. E eu gostei do que ouvi.

    Disse-me que uma grande festa era realizada todos os anos naquela altura e que banquetes eram preparados durante 15 dias de festa. Fiquei animado com toda aquela maneira de viver, sempre divertidos. Explicou-me que a enorme fogueira não era só para assar mas também para adorar a um Deus em que depositavam a sua fé. Estava cada vez mais impressionado com aquela aldeia. E quando o velhinho se aproximou para me explicar o porquê do jantar, vi-o. Era José, o Rufia. Era ele. Um pouco mais velho mas estava lá. Abstraí-me da voz do velhinho e pouco depois perguntei-lhe sobre José, apontando para a figura. Ele sorriu ligeiramente e pediu-me para me sentar à mesa. Ele também se sentou e começou a explicar-me.

    O José, quando ia a fugir da cidade, entrou pela floresta e desapareceu entre a vegetação. Foi então que um vigia da aldeia o encontrou a correr pelo Bosque dentro. Seguiu-o, e pouco tempo depois deparou-se com o José rodeado de linces. Os linces estavam prestes a atacá-lo quando o guerreiro da aldeia o resgatou. E trouxe-o para aqui. “Sabes, pouco tempo depois de estar entre nós, ele provou estar connosco, como se estivesse numa nova vida” – palavras do velhinho simpático.

    Sem dúvida uma vida nova ele merecia. Ser perseguido o resto da sua vida era algo tortuoso, e como tal, nunca estaria em paz. E, ao juntar-se aos “indígenas” passou a viver uma vida nova. Quando acabou o que estava a contar, o velhinho simpático perguntou-me se queria jantar com a tribo. Agradeci-lhe e ele sorriu. “Todos são bem-vindos” disse.
    Escureceu pouco tempo depois e as tochas foram acesas. Quando estava sentado no meu lugar, uma mão tocou-me no ombro. Virei-me para trás e vi o Sr. Afonso. Estava bem-disposto e trazia consigo um sorriso agradável e contagiante, que me fez sorrir também.

    Sentou-se ao meu lado e comecei a bombardeá-lo com perguntas. Ele começou a rir e disse-me para ir com calma. “Uma de cada vez, rapaz!” Depois disse-me que talvez fosse melhor jantar-mos primeiro e contar-me a sua parte da história depois. Quando acabei de jantar pedi ao velhinho para me levantar da mesa. Ele concordou. Saí e fui para a cela buscar o meu diário. Voltei para a mesa e agora estou a escrever. Daqui a pouco vou sair da aldeia. O velhinho simpático quer-nos mostrar um lugar que considera sagrado. E o motivo pelo qual não se mostram às pessoas da cidade.
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