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Contra a Malicia e a Tirania

Hijacker


A noite já ia longa, as ruas estavam desertas e penas alguns deambulavam entre as ruelas... O céu estava escuro como carvão, a lua sumida apenas deixava deslumbrar a grande polar..

Na penumbra da noite umas sombras são desvendadas pelo som das suas passadas, que discretamente iam avançando em direcção ao centro da vila... No centro da vila podia se vislumbrar a casa do povo... Nas suas imediações nem uma alma guardava o bem mais precioso da cidade era como se ninguém se importasse com a verdadeira alma da cidade...

Avançando pela rua num movimento rápido a sombra é revelada por um vulto que parecia uma pessoa encapuçada que sem oposição entra pela casa do povo conquistando a...

Ao entrar na casa do povo o vulto remove o seu capuz revelando a sua verdadeira identidade... Hijacker remove o seu capuz e acende um candeeiro discreto, dirige se para uma janela especifica e passando abanando gentilmente a candeeiro dá o sinal para que mais entrem para a casa do povo...


Entrem, entrem... Rápido, rápido
Disse Hijacker abanando com a mão para que outros entrassem.

Uma vez todos dentro da casa do povo Hijacker encerra a porta, e com a ajuda empurram uma velha estante de madeira para a frente da porta.

Muito bem, até agora um verdadeiro sucesso..
Sussurrava Hijacker... Mantenham os sons no mínimo possível, assim como as luzes, não nos pudemos denunciar antes da alvorada até termos a casa do povo verdadeiramente protegida.

Apontando para alguns dos membros sussurra lhes... Dividam se em grupos e vasculhem em todos os cantos por guardas ou defensores, temos de ter a certeza que temos o interior seguro... Vão vão..

Enquanto estes membro se afastavam Hijacker vira se para os restantes.. Temos de garantir que estamos prontos para uma eventual contra revolta, protejam todas as entradas, portas, janelas... Barriquem tudo o que for necessário, mas façam no com calma e silenciosamente.

Dadas todas as ordens Hijacker pode agora focar se no verdadeiro objectivo do assalto à casa do povo de Aveiro... Subindo ao primeiro andar Hijacker dirige se ao escritório do perfeito... Entrando no escritório a primeira coisa que faz é correr as cortinas da janela..

Pousando o seu candeeiro na mesa do perfeito começa a procurar por documentos nas prateleiras, eram muitos os livros sobre politica e leis, escrituras e rascunhos de novas leis e decretos, até mesmo o que parecia ser uma cópia da constituição... Legislação sem dúvida era o tema de eleição naquele escritório...

Frustado por apenas encontrar metade do que queria Hijacker senta se na cadeira do perfeito... Olhando para a mesa de carvalho repara numa pequena gaveta do lado direito... Sem hesitar tenta abri la, mas obviamente que estava trancada... Puxando o seu punhal do cinto usa o para forçar a gaveta e abri la...
Rrrgsrrssssgrsss Abrir aquela gaveta fizera imenso barulho, Hijacker só podia esperar que não tivesse sido denunciado... No seu interior documentos de transacções que mostravam fundos da cidade a serem transferidos para a casa de privados... Inadmissível Disse Hijacker batendo com o punha na mesa... Os rumores que circulavam de um cofre na casa da árvore eram verdade.

Procurando uma folha em branco Hijacker senta se e começa a redigir com a própria pena do perfeito uma mensagem que possa afixar na casa do povo para que todos possam perceber o porquê do ataque.


Quote:
Aveirenses e todos os PORTUGUESES,

A liberdade finalmente aportou nesta cidade e com ela novos ventos de mudança cuja força até a mais agarrada das árvores desenraizou.

Aquilo que muitos segredavam na surdina da noite, aquilo que até as almas mais intrépidas temiam enfrentar finalmente viu a luz do dia. A tirania que grassa no condado de Coimbra pode ser combatida! Se não foi possível com argumentos que peguemos em armas e enfrentemos aqueles que nos oprimem, calam e impõem a sua vontade e não os desejos do Povo!

Esta tirania e abuso de puder deu asas à morte da nossa amada Rainha Ana Catarina Monforte. O povo procurava mudanças nos organismos que geravam a tirania e a vontade própria em vez da vontade de todo um Portugal!! E numa pacifica busca de mudança a tirania deu lugar a abusos que levaram ao incidente que acabou com a morte da nossa Monarca!!

Que esta acção dê coragem a muitos outros cidadãos inconformados com as raízes podres deste poder! O futuro de Portugal está nas nossas mãos, não temais as consequências das vossas acções, lutai por um futuro melhor.


Saudações a todos,

Hijacker Monforte



Finalizada a mensagem Hijacker deixa a secar durante uns instantes para que a tinta pudesse assentar. Descendo as escadas dirige se para a porta e afastando a estante com a ajuda abre uma pequena greta na porta... Colocando de novo o seu capuz esgueira se e sai para a rua e dirige se ao sitio onde são afixados os anúncios da casa do povo... Retirando tudo o que lá estava pega de novo no seu punhal e crava a mensagem no quadro para que na manha todos pudessem perceber o que se havia passado... Voltando a correr para dentro da casa do povo voltam a barricar a porta.

Agora é esperar por um novo amanhecer!!


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Jonas


Entrem, entrem... Rápido, rápido

O chamamento que esperava. Ao ouvi-lo começa a correr ate a porta onde Hijacker os aguardava.

Que facilidade tivemos companheiro. sussurra-lhe ao aproximar-se dele. E agora?

Dividam se em grupos e vasculhem em todos os cantos por guardas ou defensores, temos de ter a certeza que temos o interior seguro... Vão vão..

Era isso mesmo que eu esperava ouvir. Sentia meu sangue quente e com vontade de luta. Os guardas provavelmente iriam satisfazer-me a vontade. corre então até a caves em busca de algum ser que enverga-se a cor dos defensores da vila. Passado um bocado farta-se de procurar sem encontrar quem lhes pode-se parar.

Amigos, acho que os soldados nesta vila fizeram gazeta. Medrosos e Preguiçosos

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jonas
Auren
Auren encostou-se à soleira de uma residência próxima à Casa do Povo de Aveiro e enroscou-se na capa que Ellinha lhe oferecera dias antes. A noite cerrada e o tom escuro do tecido que a envolvia deu-lhe alguma segurança.
Devido à sua fragilidade e pequena estatura fora-lhe relegado o papel de vigia. A pequena não estava nada satisfeita com isso, ela podia fazer tanto como um adulto! Que injustiça!
Contrariada, Auren cruzou os braços debaixo da capa e sentou-se no degrau da entrada. Os seus companheiros já tinham entrado no edifício há largos minutos e até àquela altura nenhuma viva-alma passara pelo local.

- Não estou a fazer nada... - resmungou a petiz.

Por baixo da capa encontrou a sua fiel adaga e rodeou o punho com os dedos. Retirou-a lentamente só para ouvir aquele doce som do aço sobre metal e couro. Observou a lâmina com um fascínio mórbido, desejava mais que tudo que naquele dia lhe pudesse dar uso.
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Ellinha


Ellinha, vestindo sua capa preta linda de brocados, espera em frente a Casa dp Povo de Aveiro, pois a idade já avançada não lhe permitia pular janelas com tanta facilidade.

Vou esperar aqui fora, querido Hij, vão vão... espero até abrirem as portas...

Ficou pensando em seu amado esposo...nas barbáries que lhe fizeram...isso tinha que ter uma revanche...aqueles Queques ..teem que pagar por tudo que a mim fizeram...a mim e meu amado...
Ouve a porta abrir ... olha para trás e Hij lhe dá um sinal para que entre sem fazer barulho....
Spot


A noite tinha chegado e a lua cheia só podia ser um bom presságio para aquilo que ia acontecer. Nas ruas de Aveiro, apenas se ouvia o uivar de lobos e som de cada passada do grupo que se dirigia ao centro da vila.

Entrem, entrem... Rápido, rápido, disse Hijacker abanando com a mão para que outros entrassem

Spot passa por Auren e dirige-lhe uma palvra Cuidado aí com as árvores, miúda. Não vais querer tropeçar-lhes nas raízes, Spot dá um calduço à rapariga.

Depois de entrar no edifício pensa na ingenuidade de quem controlava aquela Casa do Povo Como é que deixam uma Casa do Povo desprotegida?, até aquele momento, desde as imediações do terreno até ao interior, não se ouvir um som, um ranger, um guarda. Nada. Parece que o chamamento da natureza deixou os guardas em casa

Apontando para alguns dos membros, Hijacker sussurra lhes... dividam-se em grupos e vasculhem em todos os cantos por guardas ou defensores, temos de ter a certeza que temos o interior seguro... Vão vão..

Spot segue as escadas que iam dar ao andar superior e na ala da direita do edifício encontra uma sala de estar com a lareira acesa. Pelas costas da poltrona ouve-se um leve ronco... Spot pára, mete a mão à espada e começa a puxa-la e um leve ZZZZZZZZZZZZ paira no ar. Spot dá mais três pares de passos e espreita por cima da cabeça que está a dormir. Olha-me este hein. Estou a ver que em Aveiro eles têm uma definição diferente de "Proteger Casa do Povo", pensa Spot. O Monforte num rápido golpe dá com o punho da sua espada na nuca do guarda dorminhoco.

Depois de se aquecer um pouco da lareira, Spot desce as escadas, salta de novo pela janela por onde entrou e esgueira-se atrás de um Salgueiro e observa a miúda a olhar para o seu punhal. Spot parte um ramo de propósito e a atenção da rapariga virou-se agora para a árvore e dirigi-se para esta de punhal na mão. Spot esgueira-se agora para trás de um arbusto e num rápido movimento põe-se atrás da rapariga e dá-lhe um leve empurrão

Bu!
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Auren
Ahhhhh! - guinchou Auren assustada.

A pequena deu um salto e puxou da sua adaga na direcção do barulho. O quer ou quem quer que fosse ela estava armada e prestes a fazer uso da sua lâmina.
Para sua surpresa não passava de Spot a fazer das suas.

- Spooot! - o seu olhar era recriminador - Pensei que fosse algum guarda, ia já esburacar-te com ela - apontou para a adaga.

Só então percebeu que estavam a fazer demasiado barulho. A petiz arrumou a adaga e olhou em redor em busca de qualquer movimentação estranha. Estava tudo igual, nada acontecia naquela cidade, pensou com claro aborrecimento.

- Eles conseguiram entrar? Mataram alguém? Posso também matar alguém? - os seus olhinhos brilhavam de esperança.
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Furybunda


Vítima de insónia pela segunda noite consecutiva, Furybunda olha pela janela da casa de seu tio Zemanuel, situada na praça principal da cidade.

Durante um momento, a lua ilumina a rua. Furybunda esfrega os olhos, não querendo acreditar no que vê... um grupo de meliantes a entrar na Casa do Povo!!!

Corre a chamar o tio, que acorda estremunhado. Hummm, que dizes? Assaltaram a Casa do Povo?

Zemanuel sai para a rua com a camisa de dormir e a touca. Espere tio, não se constipe! Atira-lhe um sobretudo pela janela e fica a observar as movimentações.

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Spot


Spot sorri ao ver o ar assustado da moça.

Sim, conseguimos entrar. Vem comigo. Tenho uma coisa para te mostrar , disse Spot.

Spot dá uma olhadela pelas ruas e vê uma luz numa janela distante. Não deve ser nada, pensou para si.

Depois, entrou pela segunda vez pela janela e ajudou a rapariga a trepar. Vem, lá em cima, disse Spot.

Depois de chegarem ao andar superior, Spot apontou para a sala de convívio onde a lareira ainda ardia.

Olha para isto enquanto saía da frente da poltrona e onde se passou a ver um gordo guarda agarrado a um pau do salgueiro. Será que és capaz de fazer aquilo que tanto queres, miuda? Spot afastou-se da poltrona e deixou Auren, a rapariga de 7 anos, com o guarda.

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Zemanuel


José Manuel ia no seu sétimo sono, a sonhar com as mulheres que não o amam mas que ele considera bem atraentes, quando é interrompido com o chamamento da sua querida sobrinha.

José boceja e diz meio ensonado, a olhar para a sua sobrinha, que está ao pé da janela, avistando a casa do povo: -Que se passa, queres que te leia um conto para adormecer?

-Hummm, que dizes? Assaltaram a Casa do Povo?

José sai a correr, sem se dar conta que ainda estava com a camisa de dormir e com o seu barrete dos sonhos felizes.

-Espere tio, não se constipe! - avisa a sua sobrinha que lhe atira um sobretudo pela janela.

José veste o sobretudo e chama a sua sobrinha: -Tu que andaste lá nos Cratos - nesse momento José lembra-se quando não pode passar de Santarém aquando das batalhas do Crato e passa-lhe um arrepio na espinha - não queres vir comigo ver se vão ao saque ou ao que quer que seja?

José fica então a olhar a situação desde a porta de sua casa.
Auren
Pela primeira vez naquela noite Auren sentiu-se insegura consigo mesma. Olhou para a sua adaga. A mão esquerda que a segurava estava a tremer.
"Eu consigo!", pensou a pequena. Só precisava de sangue frio e que toda a humanidade, se é que se alguma vez aquela criança a teve, se esvaísse até nada restar senão rancor. Rancor por aqueles que haviam matado a sua mãe. A pequena nunca a conhecera... Fernão contara-lhe a verdadeira versão, não fora a pedra que a derrubara e matara. Fora Auren. A sua mãe morrera para que ela nascesse. Com a sua morte morreu toda a misericórdia de Auren, a sua vida seria dedicada à vingança daqueles que apressaram a morte da sua mãe. À sua frente não estava um desses, mas só o facto de os servir era justificação suficiente para a salaciense lhe retirar aquilo que lhe era mais precioso. A vida.
A pequena voltou a olhar para a sua mão. Já não tremia. Sorriu, de orelha a orelha. Nada lhe iria dar mais gosto... mas ainda assim, não havia honra em tirar a vida a um sujeito desmaiado.

- Podes acorda-lo Spot? - perguntou num fio de voz quase inaudível e vazio de sentimento.

Spot deu-lhe uma pancada com a bota e o homem aos poucos foi recuperando a consciência. Quando este percebeu o que havia acontecido a pequena puxou da sua capa e enfiou parte do tecido na boca dele para o impedir de gritar e chamar por auxílio.
Preso ao salgueiro por Spot um pouco antes, Auren aproximou-se do ouvido do homem e arrancou-lhe a maior parte da orelha com um único movimento da adaga. O homem remexeu-se de dor mas o tecido da capa abafou-lhe os gritos. Do local onde antes existia uma orelha nada mais restava que um feio buraco sangrento. A imagem do sangue a escorrer lento pelo pescoço do homem motivou ainda mais a pequena.

- Está afiada não está? - sorriu para o homem - Todos os dias amolo a sua lâmina enquanto imagino que destino dar àqueles que no passado magoaram a minha mãe... - os seus frios olhos verdes faiscavam de entusiasmo - Não duvido que sois um bom homem... pena que servis a causa errada.

Auren ergueu novamente a adaga e dirigiu-a ao peito do homem. Podia perceber o terror a passar-lhe nos seus olhos, aquilo só a fez desfrutar ainda mais do momento. Sem um segundo de indecisão a salaciense mergulhou lentamente a lâmina no peito do homem. Podia sentir a carne a ser trespassada, o sangue a jorrar e a alma do homem a perder-se.
Estava feito, pensou com um brilho doentio nos olhos.

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Aryaaaa, és a minha fonte de inspiração =p

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Spot


Só ao terceiro pontapé é que o homem acordou. Segundos depois, Spot ou gemidos vindos da poltrona e momentos depois esses cessam. Quando Spot se aproxima vê um buraco onde antes era uma orelha e sangue a jorrar do peito.

- Parece que sempre tiveste a coragem de cortar a garganta a alguém... Bem... não foi bem curtar a garganta, mas tu percebeste. Aliás, isto nem foi matar alguém. O pobre do guarda tinha acabado de acordar e estava sentado.
- Não é que a tua super-força ao agarrar-lhe tenha sido o necessário para evitar que ele se levante. Mesmo que não o tivesses a agarrar ele não se conseguia levantar. Olha para isto. O pau de salgueiro do gordo ficou encharcado de sangue. Toma
, apontou para o pau pega nisto e pendura-o em cima da porta da entrada da Casa do Povo. E despacha-te. Se alguém entrar à socapa porque tu não estás a vigiar ponho-te limpar os meus estábulos durante um mês

Depois de Auren sair, Spot atirou o homem para o chão e enrolou a carpete em volta do seu grande corpo. Isto vai ser difícil de mover...

Antes de começar a "limpeza", aqueceu-se mais um pouco à lareira e observou como as chamas e por momentos pareceu reparar na cara de alguém. Parvoíces, pensou Spot e depois começou a arrastar a carpete com o pesado corpo até à sala dos arquivos e deixou-o lá, encostado a uma estante. Bem, tu vais ter imenso com que te entreter antes de te encontrares com sua santidade, disse Spot para o morto.

Spot fecha a porta e continua a sua vigia e agora no corredor da ala direita olha por uma janela discretamente e observa claridade vinda de uma casa A mesma casa de à bocado... Parece que temos espectadores. Bem, desde que não se intrometam, nada lhes acontecerá.

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Jonas


estava sentado na sala comum da casa do povo. Meio desiludido por nao ter visto nenhum guarda, até que a menina Auren passa por si com seu punhal.

Porque e que teu aço está vermelho? Dizes-me que tiveste mais sorte que eu?
E esse pau? Onde o levas

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jonas
Auren
Interpelada pelo amigo Jonas a pequena Auren parou a sua corrida e respondeu-lhe com um largo sorriso de dentes de leite.

- O Spot possibilitou-me o meu baptismo de sangue! - respondeu orgulhosa e mostrando a lâmina da adaga a Jonas - mas ele não deu muita luta... - lamentou-se ligeiramente amuada.

Voltando a sua atenção para o galho de salgueiro ensanguentado Auren encolheu os ombros e também o mostrou a Jonas.

- O Spot disse para o deixar à porta da Casa do Povo, não percebi bem para quê... deve querer transmitir alguma mensagem, vá-se saber...

E com um aceno a pequena despediu-se de Jonas e correu para junto da entrada da Casa do Povo onde prendeu o galho de salgueiro entre as pegas de metal das portas. De seguida correu para o seu posto original para retomar a sua tediosa vigia.
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Eudoxio


Eudóxio aprendera ,nos corredores do Paço da Ribeira , e enquanto era secretário real, a se deslocar rapida e discretamente, o que lhe era de vital utilidade naquela noite. Abrigado com uma enorme capa, que não só o protegia do frio de inverno, como também ajudava a ocultar a sua identidade, o Monforte percorria os corredores e as salas da Casa do Povo, certificando-se se o edifício se encontrava vazio. Mas guardas, nem vê-los... Nem sequer necessitara de desbainhar a espada que portava.

Revistado o edifício, regressou à entrada para junto dos outros. A situação era diferente daquela que ele deixara antes de se ter posto a explorar a Casa do Povo. O guarda que antes dormia encontrara agora um outro tipo de descanso, a título eterno. Eudóxio explodiu de fúria, o guarda já tinha sido desarmado e não constituía ameaça. Fora um derrame de sangue desnecessário... Não necessitava de perguntar pelo autor, já o adivinhava. Furioso, fitou Spot.

- Não a encorajes. - rosnou Eudóxio secamente e saiu do edifício, indo de encontro ao local onde Auren fazia a sua vigia e fechando com força a porta atrás de si.

A passo rápido avançou de encontro à jovem, agarrando-lhe com força a mão que segurava o punhal ensanguentado e fazendo com que o mesmo caísse.

- Achas que isto é uma brincadeira?! Tens noção do que fizeste? Estás sedenta de sangue e de demonstrar o teu valor, mas desconheces o que é uma batalha, desconheces os horrores e os medos de uma guerra! Jah, o erro foi meu... nem sequer devias ter vindo!

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Auren
Junto à porta e totalmente enrolada à volta da capa Auren olhou para o degrau de entrada daquela casa. Estava a pensar em sentar-se e, dado o pouco movimento da cidade, dormir um bocadinho. Mas eis que que uma força inesperada puxou a sua mão - aquela que segurava a adaga - e a encostou à porta com um ruído abafado. A adaga caiu-lhe da mão imediatamente e a face que lhe surgiu à frente era-lhe mais do que familiar. Soube de imediato que estava em sarilhos, Eudóxio era a única pessoa que lhe tinha mão ao seu espírito rebelde, a única pessoa que ela temia verdadeiramente.

- Achas que isto é uma brincadeira?! Tens noção do que fizeste? Estás sedenta de sangue e de demonstrar o teu valor, mas desconheces o que é uma batalha, desconheces os horrores e os medos de uma guerra! - rosnou ele aos seus ouvidos.

Auren encolheu-se à sua pequenez e baixou o olhar. Sabia que Eudóxio estava certo. Ele estava sempre certo.

- Mas ele merecia... ele estava do lado dos maus! - tentou justificar, inutilmente.

O Faro de Monforte desviou o olhar da pequena, visivelmente desiludido. Provavelmente a pensar como é que Auren tinha chegado àquele ponto em que mais nada restava nela que não fosse raiva e culpa.

- Jah, o erro foi meu... nem sequer devias ter vindo! - concluiu ele.

Aquelas palavras magoaram mais do que um golpe com um cutelo de carniceiro. A criança sentiu as lágrimas a formarem-se gordas nos olhos. Tentou em vão evita-las, afugenta-las, mas de nada adiantou. Escorregaram-lhe pelo rosto, denunciando a sua fraqueza. Com a voz embargada, a pequena não conseguiu pronunciar mais do que duas palavras.

- Desculpe pai...
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