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[RP] A Casa da Colina

--Julia_campos
Júlia esfregava as mãos impacientemente no colo, não era uma mulher de delongas nem de grande paciência. Gostava de ir directa ao assunto, estudar as respostas, os olhares surpresos. Afinal, palavras bem ditas cortam mais do que facas.

Ora, ora... O negócio num tenhe tado grande coisa, querida. As moças já num são moças, são mulheres e a clientela gosta delas mais jobens, com as carnes firmes. Pra piorar a situação, algumas delas ficaram prenhas... Benhe lhes disse pra tomarem cuidado! - confidenciou algo indignada.

Embora tentasse manter a compostura, Júlia esbracejava e elevava constantemente o tom de voz.

Sem moças jobens, num há negócio Madalena... Já quasi só te temos a ti... - suspirou exasperada.

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Maria_madalena
Raras haviam sido as ocasiões em que Madalena vira Júlia tão nervosa. A mudança comportamental da meretriz era realmente um mau presságio e Madalena sentia-se inquieta.

Que acha que podemos fazer Dona Júlia? - inquiriu no fiapo de voz que lhe restava.
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--Julia_campos
Ora, ora... o ca gente precisa é de moças... moças nobas. - dito isto debruçou-se sobre a mesa e colocou as suas mãos sobre as de Madalena incitando-a a aproximar-se de si.

Júlia cravou os seus olhos azul profundo nos de Madalena e, numa voz baixa, quase ciciada, disse-lhe:


Ora, ora... tenho uma missão pra ti piquena...
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Maria_madalena
O coração de Madalena batia desenfreadamente e as suas mãos começaram a suar ante o abraço assustador das de Júlia.

Madalena não gostava da resolução estampada no rosto de Júlia, gostava ainda menos do seu olhar feroz.

A meretriz era demasiado calculista, demasiado cruel. Apesar de ter crescido ao seu lado, ainda hoje Júlia tinha o poder de lhe incutir medo.


Que missão Dona Júlia? - cuspiu por fim as palavras, baixando de imediato os olhos para a mesa.[/i]
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--Julia_campos
Ora, ora... um passarrinho disse-me que há uma jobem de cabelos ruibos nas vizinhanças... - Júlia sorriu abertamente, apertando a mão de Madalena e procurando o seu olhar quando esta a enfrentou - Moça noba aquela... Já a vi com estes dois olhos que a terra há-di comer um dia, piquena. Sozinha... rapariga solitária. Deve precisar de dinheiro.

Júlia levantou-se e circundou a mesa, colocando-se atrás de Madalena. Num gesto sorrateiro, apoiou o seu corpo sobre os ombros da jovem e sussurrou-lhe ao ouvido:

Ora, ora piquena... Porqui lá não bais fazer uma visita? Oubi dizer que mora na Casa das Cirejeiras... Torna-te sua amiga, promete-lhe recompensas... Oh, ela precisa de dinheiro, oh se precisa... e tu também.
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Maria_madalena
Madalena fechou os olhos quando sentiu Júlia atrás de si. O coração estava a pontos de lhe sair pela boca fora e o seu estômago estava num nó.

Cada palavra de Júlia era um golpe baixo e Madalena susteve a respiração até esta acabar de falar. Só voltou a inspirar quando ouvi a porta bater com força.

Tal como chegara, Júlia partira.

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Maria_madalena
Sentada no banco de madeira, Madalena contempla a cidade a seus pés. Àquela hora da manhã a povoação renasce. Algures lá em baixo, levanta-se o burburinho da vida e as pessoas perdem-se na sua azáfama rotineira.

Madalena sentara-se ali antes do sol nascer, assistira à chegada da luz e ouvira os primeiros cânticos primaveris dos pardais.

Agora, observava atentamente a Casa da Cerejeira. Àquela distância pouco mais era do que um vulto e as silhuetas humanas não passavam de pequenas formigas atenuadas pela paisagem.

Quando uma das silhuetas abandonou a habitação, Madalena levantou-se, trancou a porta de casa e saiu em passo acelerado.

Tomara que tenha sido a ruiva a ficar... - pensou enquanto descia a colina.

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Cientista


Cientista passa bem cedo pela humilde casa, bate à porta na esperança de encontrar a sua amiga mas de lá não obtém resposta, e intrigado questiona-se se ela estará a trabalhar já tão cedo. Cauteloso para que ninguém veja esconde nos arbustos, uma algibeira onde se ouve o tilintar de frascos cheios de algo misterioso. Sem mais demoras escreve num papel as indicações do local da sua encomenda, e deixa o bilhete de papel amarrotado e letra pouco legível por baixo da porta.

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Antonieta


Antonieta fora expulsa de casa e não sabia para onde ir. Desesperada, encaminhou-se para a Colina. Sentou-se numa pedra e perscrutou o Porto adormecido lá embaixo. O rio Douro espreguiçava-se entre as casas, correndo inevitavelmente para o mar. Suspirou e levantou-se. Madalena era a sua única esperança.
Era cedo, ainda, naquela manhã de Abril. Provavelmente Madalena estaria no primeiro sono. Encaminhou-se para a porta e bateu.

- Ó da casa!
Alffred


Nos primeiros raios de sol, Allfred ajustou a cela no garanhão que havia ganho de sua patroa e saiu para uma volta na cidade do Porto.
O trote era sereno e o homem ia vez ou outra conversando com algum conhecido.
Gostava de andar pelas ruas menos movimentadas e foi em uma que percebeu uma senhora a bater em uma casa.
Levando uma mão ao queixo pensou:" Oras, mas ali não mora uma alma viva."
Já ia a uns bons metros, quando sua conciencia o fez dar meia-volta e parando por completo o movimento do cavalo disse:

- Senhora... esperou a dama nota-lo e continuou- Desculpe meter-me no alheio, mas creio que nesta casa não more alguem. Cá passei diversas vezes e nunca vi...

Dizendo isto, o homem de face gentil esperou ajudar de alguma forma.
Maria_madalena
A noite fora curta para Madalena.Os velhotinhos bêbedos e de mal com a vida, não a tinham demorado. Pudera! Já mal seguravam as pálpebras quando entraram no quarto. Porém, eram os preferidos da meretriz pois pagavam bem e não a maçavam com longas horas entre lençóis.

Já no alto da colina, Madalena estica o corpo e fecha os olhos, sentindo a fria aragem. A cabeça pesa-lhe de sono e o corpo está mole e estafado. Arrepiada, caminha para a porta e abre-a, tirando conforto da visão familiar. Em passos rápidos caminha até a pequena esteira e senta-se, relaxando. É então que os seus olhos vêem o pequeno papel amarrotado, mesmo por baixo da porta já fechada. Levanta-se para lhe pegar e tenta ler o que lá está escrito. A letra apressada e gatafunhada torna-lhe a tarefa muito mais difícil, e os olhos lacrimejam do esforço. Por fim, sorri satisfeita:


Já com a algibeira na mão, a meretriz volta a entra em casa, fechando a porta e colocando a sua camisa de noite. De novo sentada na esteira, bebe metade do conteúdo de um dos frasquinhos.

Oxalá que resulte, não quero ficar de esperanças.

No momento seguinte estava a dormir.
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Maria_madalena
Já seria manhã? Quantas horas teriam passado? Que vozes eram aquelas? Estaria em casa? Madalena acorda sobressaltada e leva as mãos ao peito sentindo o bater irregular. Uma subtil claridade espalha-se pelo chão em madeira e a meretriz olha para os lados procurando não sabe bem o quê.

Antonieta? Será ela? - pensa acometida por uma súbita preocupação. Parece-lhe ouvir a voz da rapariga... e de um homem.

Madalena levanta-se num salto e agarra no punhal que esconde debaixo da almofada. Em cautelosos e silenciosos passos, caminha até à porta e abre-a de uma só vez, surpreendendo os intrusos. Reconhece Antonieta, mas não o homem a cavalo.

Instintivamente, o seu braço livre rodeia Antonieta e o punhal permanece levantado e apontando para o homem em cima do cavalo.


O que quer?! - pergunta confiante, apesar do medo inesperado que a toma. É naquele momento que Madalena vê os bondosos olhos do homem e o reconhece. Como poderia esquecer aquele olhar meigo? Aquela gentil alma? O punhal é atirado ao chão.

Desculpe senhor, não o reconheci. Pensei que viesse por mal. - a meretriz aproxima-se cautelosamente do cavalo e faz uma pequena vénia, nada incomodada pelo facto de permanecer em camisa de noite.
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Antonieta


Antonieta respirou de alívio e olhou Madalena com admiração. Não sentira medo do cavaleiro, mas a reacção rápida da amiga assustara-a. Aquela mulher era de ferro, pensou! Ah, um dia gostava de ter a força e o carisma dela.
Não reconheceu o homem a cavalo, mas Madalena decerto o conhecia porque largou o punhal e cumprimentou-o.
Antonieta permaneceu calada. Tinha muito para contar a Madalena, mas certamente não o faria em frente ao desconhecido. Só agora reparava o quão transtornada e perdida estava, mas iria aguardar. Tinha tantas dúvidas. Tantas incertezas. Tanta confusão.
Alffred


Fora tudo muito rápido. A porta a abrir-se e uma moça com feições conhecidas apareceu lhe ameaçando com um punhal que em segundos soltou.
Não movera-se, era acostumado a nunca recuar... Mas estava surpreso, retomou a memória e soube quem estava diante de si.
Ao ouvir as palavras e notar, claro, que esta ainda vestia trajes de dormir. Lhe sustentou o olhar e iria desmontar involuntariamente. Mas ao olhar a segunda mulher, viu seu rosto e a sombra de duvidas e aflições que ali pairavam.
Sorrindo retribui a venia curvando levemente a cabeça passando as mãos pelo pescoço de seu garanhão o acalmou.
Apenas disse, vendo que estava em momento improprio:

Bom dia e perdeu-se em suas palavras ao contemplar os olhos da moça, tossindo voltou o assunto - Bem, vendo que esta tudo bem... Peço desculpa pela intromissão.

Deu as costas a elas e voltou ao seu passeio matinal pelas ruas da cidade, que já pareciam mais movimentadas.
Maria_madalena
Madalena ainda abriu a boca para o chamar. Aquele homem intrigava-a das formas mais profundas e sombrias. Por vezes, julgava ver nele o fulgor de uma atracção, no momento seguinte apenas o frio desprezo. Ficou a olhá-lo partir, divagando em pensamentos, perdida em contemplações...

Um pigarreio discreto de Antonieta chamou-a de volta e a meretriz aproximou-se, tomando-lhe as mãos frias entre as suas:


O que aconteceu? Porque estás aqui? - inquiriu preocupada.
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