Anton foi provavelmente o último a chegar a arena. Ele não estava preocupado, sabia que podia dar conta do irlandês facilmente, o que realmente lhe interessava, era ver novamente a jovem dama. Ele tinha certeza que ela estaria lá.
Ao entrar na arena, caminhou vitorioso, trazendo um sorriso no rosto como um rei que se dirige ao seu trono diante de sua corte.
Anton caçava com os olhos a bela jovem que havia o levado a aceitar aquele duelo, que para ele nada mais era que uma oportunidade de lhe proporcionar um belo show. Quando finalmente a avistou, sorriu e tocou o chapéu, exatamente como na taverna.
Finalmente, foi em direção a seu oponente, na claridade do dia, ele parecia ainda menor do que na taverna.
- Senhor... Qualquer coisa, bom ver que compareceu. - Anton não fingiu fazer uma vênia ao jovem nobre, mas trazia um sorriso debochado em seu rosto.
- Zombe enquanto pode, hoje Sir Aidan lhe dará uma boa lição.- Sir... Aidan?!- Anton ficou confuso, mas tudo se esclareceu quando um dos cavaleiros que acompanhavam o nobre se ergueu. Com cicatrizes pela parte de baixo do rosto, dividindo espaço com a barba, um nariz quebrado e uma altura considerava. Ele parecia um gigante ao lado do nobre irlandês.
- Ele será meu representante...Não esperava que eu sujasse minhas mãos com alguém da ralé como você, esperava?Nesse momento, foi como se Anton fosse atingido pro algo. As coisas não seriam tão facéis, agora seu oponente era um guerreiro de verdade, não que não pudesse derrota-lo, mas não teria a folga esperada.
Ainda assim, Anton caminhou confiante alguns passos para longe do oponente, enquanto sacava a espada e a girava na mão, demonstrando habilidade.
Com suas espadas em punho, os combatentes se encararam por alguns momentos. Eles analisavam o adversário? O almadiçoavam? Ou apenas tinham um pequeno momento de respeito mútuo? As perguntas deveriam ser respondidas com aço e logo os dois se lançaram um contra o outro,seguidos pelos sons metálicos de duas lâminas se chocando.
Anton podia sentir que o inimigo era um guerreiro habilidoso, após alguns minutos trocando golpes, tudo que Anton acertava era o aço e o vento. Não havia derramado ainda uma gota de sangue. Ele tentava analisar o oponente enquanto os relâmpagos dos choques entre as espadas continuavam. O oponente era bastante forte,mas não era lento. Tinha maestria com defesa baixa para proteger as pernas e atacava com força e precisão. Em outra situação, Anton teria adorado o contratar para seus mercenários.
A platéia não se importa com motivos em sua maioria, não se importa com honra ou com habilidade, ela se importa com sangue. Ela anseia por ele, e vibrou quando ele voou.Contra tudo que havia esperado, Anton foi o primeiro a se ferir. Um corte no peito, por sorte superficial, se fosse alguns centímetros mais profundo, ele estaria morto. Era hora de fazer algo.
Em uma brecha que conseguiu visualizar em uma fração de segundo, Anton rolou sobre seu ombro esquerdo para o flanco do oponente e realizar um corte na altura da sua costela.
O irlandês grunhiu como um animal ferido e chutou Anton o derrubando. Anton se levantou rápidamente com um rolamento. Mas derrubou seu chapéu, o qual foi pegar sorrindo para o inimigo.
Sir Aidan também sorriu, um sorriso sádico, um sorriso de quem esta prestes a cometer um ato de violência que vai adorar.
Aidan foi para cima de Anton com a ferocidade de um leão, desferindo uma infinidade de golpes, Anton não foi capaz de bloquear todos sendo ferido no ombro, braço e costela.
Anton se enfureceu com os ferimentos, como sempre ,a dor era sua melhor amiga durante as lutas. E atacou Aidan como se um demônio tivesse o possuído. Um corte razoavelemente grave na altura do estômago desestabilizou o cavaleiro e um golpe bem aplicado nas pernas o derrubou.
Anton se abaixou próximo ao oponente, com o joelho esquerdo pressionando seu peito e a lâmina da espada pronta para perfurar seu crânio. O cavaleiro percebeu que havia sido derrotado e não havia o que fazer:
- Eu me rendo.- Foi o que pensei. - Anton levantou e cuspiu o sangue.Pronto para saborear o doce gosto da vitória. Quando algo que lhe deixaria ainda mais satisfeito aconteceu, um jovem e insensato irlandês entrou na arena com uma espada em sua mão e ódio em seu coração.
- Eu vou matar você!Se Aidan era um desafio considerável, seu chefe era o oposto: realizando um ataque sem precisão ou postura contra seu alvo, muita raiva e pouco controle. Sem dificuldade Anton desviou o ataque e desarmou o oponente, com a lâmina da espada agora rente ao pescoço do jovem Sean, perguntou satisfeito:
- Você se rende?O jovem ficou furioso, furioso como nunca havia ficado na vida, tamanha humilhação, Sean pensou em ordenar que seus cavaleiros fossem todos para cima de Anton, mas com uma lâmina em sua garganta, ele seria a primeira vítima de sua ordem, era melhor aceitar a derrota e seguir vivo.
- Eu... Eu me rendo! Maldito seja!Anton largou o nobre e prestou uma vênia aos que assistiam, mas com os olhos apenas na jovem que havia o inspirado durante o combate.
Caminhou triunfantemente, até a ela, com um sorriso no rosto e pegando em sua mão uma rosa vermelha que trazia consigo, oferencendo-a a garota.
- Senhorita. Anton prestou gentilmente um cumprimento
Espero que a luta tenha lhe agradado.Após entregar a rosa para jovem, Anton sabia que devia aproveitar a oportunidade de ser tua atenção ali, do que esperar outro encontro e, se o destino seguisse brincando com ele, outro duelo.
- Porto é uma cidade linda durante o inverno, a senhorita caminharia comigo?