[Feira Condal] O I Festival do Vinho

Triplel ao ler o anúncio do guarda coça o queixo e põem-se a pensar.
Ao entrar na taverna, Triplel puxa um banco e senta-se. Ao analisar a taverna, Triplel repara no seu adversário Gabrieltaboao. Ao fazer sinal ao taverneiro, Triplel manda uma cerveja ao seu adversário e ao levantar a sua caneca diz-lhe:
Que ganhe o melhor meu caro!

Depois de uma bela refeição e de uns quantos brindes, Sccm sai da tenda taberna e observa a floresta de Chaves, totalmente coberta de neve









Apressa o passo e dirige-se para o recinto onde irão decorrer as justas.

Ainda com pouca gente nas arquibancadas construídas a partir de madeira da floresta de Chaves, que ficava ao lado da feira, o juiz, olhando a posição do sol, calculou que já deveriam ser horas para o torneio começar. Sabia que ambos os cavaleiros já tinham sido guiados até às suas tendas para se prepararem. Por isso, aproximou-se da bancada, onde membros da organização se encontravam sentados a discutirem a actual situação social no condado.
- Este Inverno arrasou com as nossas populações, caro barão. Em breve ...
- Desculpe, senhor - interrompeu o juiz - penso que seja altura para começar o torneio.
O homem olhou o juiz por momentos e voltou-se para o lado.
- Senhores, estais preparados para verem um bom torneio? - dirigiu-se aos nobres que estavam a seu lado - Dê início ao torneio, bom homem!
O juiz deu uns passos atrás, ainda virado para a bancada.

- Senhoras e senhores, sejam bem-vindos ao I Torneio dos Nobres Cavaleiros do Porto! Aqui e agora vos apresento Triplel Vaz Teixeira, jovem cavaleiro de Braga, montado no seu puro-sangue lusitano, de pelagem baio. Dizem que a sua armadura demorou dez dias e dez noites a ser forjada! E que a sua lança comprida é feita de uma madeira de uma árvore centenária da floresta de Chaves!
Fez uma pausa para respirar e olhar o público.
- Do outro lado temos Gabrieltaboao, também ele um jovem cavaleiro, mas da Cidade do Porto. Vem montado num lusitano negro, com o seu elmo negro contrastando com a sua armadura cinzenta reluzente e com o seu escudo branco com borda negra. O seu olhar demonstra confiança na vitória. Parece animado. Nenhum dos dois possui experiência, mas vêm para vos impressionar!

Nisto o juiz virou-se e levantou a bandeira que tinha na mão direita. Ao baixar a bandeira, os dois cavaleiros avançaram, à medida que iam baixando as suas lanças. O momento do confronto chegou.
A lança de Gabrieltaboao acerta no escudo de Triplel e estilhaça-se. Triplel aguenta-se em cima do cavalo, mas o seu escudo fica em muito mau estado. Parece afectado pelo embate.


Os dois cavaleiros voltam à posição inicial. Um guarda aproxima-se e entrega uma nova lança a Gabrieltaboao, visto que a sua havia sido estilhaçada no último embate.
O juiz torna a baixar a bandeira. Os dois cavaleiros retomam o duelo. O confronto aproxima-se.
No momento, a lança de Gabrieltaboao bate na armadura de Triplel e este cai, desamparado, no chão. O duelo termina.


Guardas aproximam-se de Triplel, que permanece no chão. Apesar do forte embate, Triplel levanta-se. Os mesmo guardas que se aproximaram, por ordem do juiz, levam-no até à enfermaria, apoiando o jovem cavaleiro nos ombros.

O juiz volta-se para as bancadas.
- Senhoras e senhores, temos vencedor! Uma ovação ao nosso cavaleiro do Porto, Gabrieltaboao.

Com o terminar do combate e mal viu o seu noivo cair do cavalo, Nebulla levanta-se da bancada e desce a correr até junto dele. Quando finalmente se abeira já Triplel estava a ser auxiliado por dois guardas.
Sobressaltada pelo possível estado do seu noivo acompanha-o até à enfermaria.

Gabriel meio atordoado e confuso olha para Triplel e vai em sua direcção faz uma vénia ao nobre cavaleiro e diz:
-Foi uma honra lutar contigo!

Depois dirige-se a arquibancada e faz outra vénia a todos e agradece a Jah pela vitoria.

Após o último combate, e depois de Triplel ser guiado à enfermaria, o juiz do torneio voltou-se para as arquibancadas.
- Um belo combate, uma ovação aos bravos jovens!
E dando três passos curtos atrás, introduziu os próximos cavaleiros.
- Senhoras e senhores, ao vosso lado esquerdo entra agora Biat Brisa da Gama, Cavaleira de Miranda, montada num impressionante cavalo árabe, onde uma manta com as cores do Condado cobrem a pelagem negra.
Com uma armadura cinzenta, uma lança comprida decorada com vários símbolos e um escudo onde é possível ver o brasão da Cidade de Miranda, a cavaleira coloca-se na sua posição quase ao mesmo tempo que Jpcf, do outro lado do campo, pega na lança e se prepara.
- Ao vosso lado direito, montado num Lusitano, de cor negra escondida pela cota de malha, vindo de Braga, apresento-vos Jpcf da Gama Vaz Teixeira. Ele parece determinado, os seus olhos mostram vontade de vencer.
O cavaleiro aproximou-se, exibindo uma armadura em ferro, cinzenta e lisa, um escudo em ferro, com adornos em ouro e uma lança preta, de comprimento e espessura média, facilmente utilizada devido à sua leveza. Nunca nenhum dos dois se haviam defrontado.

Foi então que o juiz se voltou para o campo e ajeitou a sua posição, para evitar levar com alguma lasca de uma lança quebrada. Levantou a sua mão direita, onde tinha uma bandeira e olhou para ambos os cavaleiros. Mexeu um pouco a bandeira e baixou-a repentinamente.
Os dois cavaleiros avançaram e baixaram as suas lanças. No confronto, a lança de Jpcf bate no escudo de Biat e desfaz-se, fazendo a cavaleira cair do seu majestoso cavalo.


Apesar da aparatosa queda, Biat aparenta estar bem e levanta-se pelo seu próprio pé, pegando na sua lança caída e domando o seu cavalo.
O juíz volta-se para bancada e anuncia o vencedor, o cavaleiro natural da Cidade de Braga, o jovem Jpcf. O público ovaciona ambos os cavaleiros, e por entre os nobres e plebeus que assistem ouvem-se elogios a Dama Biat, pela sua coragem no confronto, e força ao levantar-se depois do embate.

Coração Valente deixa enfermaria apos constatar que Triplel seu querido irmão esta bem deixando o mesmo aos cuidados da amada noiva e da enfermeira.
Assustada retorna ao local do torneio e encontra Legolas, seu amigo e lanceiro e sussurra em seu ouvido ...

- Orelhudo, nao sei se isso é esporte pra mim, vou quebrar muito mais que as unhas, estou com medo de quebrar o pescoço ...

Ao ouvir aquelas palavras Legolas apercebe-se que Coraçao está um pouco assustada por causa do que aconteceu a Triplel.
Legolas olha Coraçao nos olhos e diz:
- Não tens que ter medo, já travaste muitas batalhas em defesa do Reino e conseguiste sair sempre vitoriosa. Apenas pensa que estás a lutar por alguém e perderás o medo. Eu sei que saíras vitoriosa e como viste o teu irmão não está tão mal, são só uns arranhões.

Com o término do segundo duelo, mais Portuenses se aproximam para verem o torneio. E pelo início do terceiro duelo as pessoas sentadas nas arquibancadas anseiam.
É então que aparecem os cavaleiros, após a saída dos dois últimos. O juiz volta-se de novo para o campo e vê os dois a colocarem-se em posição.
- Senhoras e senhores, ao vosso lado direito, Sccm da Gama, Condessa do Porto, brava guerreira do Condado, montada num belo Puro Sangue Lusitano negro, coberto com uma cota de malha, a quem ela carinhosamente apelida de «Relâmpago».
O juiz estende então o seu braço direito e continua o discurso.
- Ao vosso lado esquerdo, Anjo.noturno, II Conde de Belmonte, cavaleiro templário, montando um árabe branco, também coberto por uma cota de malha. Condessa contra conde, um duelo fenomenal será!

O juiz volta-se para o campo e ergue a bandeira no ar. Os dois cavalos relincham. A bandeira é rapidamente baixada e os cavaleiros avançam um contra o outro à medida que baixam as lanças. No momento decisivo, a lança de Sccm bate na armadura de Anjo.noturno, estilhaçando-se, projectando-o para o chão com alguma violência.


A armadura de Anjo.noturno é danificada e um pequeno ferimento surge na sua cara, proveniente do embate de uma lasca da lança. No chão, o cavaleiro parece não se conseguir se levantar. Três guardas aproximam-se o mais rapidamente possível e ajudam-no, para ser imediatamente levado à enfermaria.
- Que o Conde receba o melhor tratamento possível - ordenou aos guardas. E voltando-se para as bancadas, proclamou - A vencedora é Sccm da Gama!
Ouviram-se os aplausos.

Findo o duelo, Sccm aproxima-se rapidamente de Anjo.noturno, tentando avaliar a gravidade dos ferimentos, e acompanha-o até à enfermaria. Queria certificar-se que recebia todos os cuidados.

Com os dois nobres cavaleiros na enfermaria, era já altura de avançar para o quarto duelo da tarde. O juiz, voltado a cabeça para o seu lado esquerdo, vê Coração Valente, envergando uma armadura e uma lança douradas, a entrar no campo com um majestoso Lusitano negro, enquanto o sol reflectia no escudo dourado com centro branco que portava no braço esquerdo.
- Senhoras e senhores, ao vosso lado direito, Coração Valente, que se aproxima confiante do campo.
Voltando agora a sua cabeça para a esquerda, não vê o que deveria ver: a imagem de Reks a aproximar-se do campo.
- Senhoras e senhores, Reks da Gama! - disse, na esperança que o cavaleiro aparecesse.
No entanto, não apareceu. O juiz aproximou-se das arquibancadas, junto aos bancos onde os nobres organizadores, tal como todos, esperavam o aparecimento de Reks.
- Senhores, penso que o cavaleiro de Chaves não aparecerá. Não sei... - não chegou a terminar a frase. Por entre as tendas, Reks surgiu.
Vinha montado num cavalo de pelagem castanha, mas pintada dourada. Na sua cabeça tinha equipado um elmo em que se podia ler «Coração, na cara não» em letras brancas, e na sua armadura dourada, também a branco, podia-se ler «Aqui está bom, mas abaixo disto não». Ao dar uma volta completa a cavalgar - não parecia bem cavalgar, já que ao mover-se o cavalo parecia um burro -, era possível ler, por instantes, nas suas costas: «Sou um filho de um "ganda" Jah». Quando o cavalo abanava a cabeça, dois pedaços de lã com um buraco cada, estrategicamente colocados à frente dos olhos do cavalo, quase saltavam fora. E por fim, a sua lança, decorada com estrelas, e com um objecto estranho amarrado na sua ponta, arrastava à medida que o pobre cavalo se deslocava.
Indignados, os nobres organizadores reagiram:
- Um ultraje! Como pode um mero plebeu desrespeitar um nobre jogo como as justas desta maneira?
- Um verdadeiro ultraje e uma enorme heresia, senhores! - reagiu também um nobre ao lado - Expulsem esse homem do campo, não aceitarei que ridicularizem este jogo assim.
- Guardas, levem-no! - ultimou o juiz.
Três guardas aproximaram-se do jovem rebelde e puxaram-no para baixo, fazendo-o cair do cavalo. Dois agarraram-lhe os braços e levaram-no para a tenda da guarda. O terceiro tentou levar o cavalo, que sendo teimoso, dificultou a vida ao guarda.
Quando já não se viam os guardas e o cavaleiro rebelde, o juiz anunciou o vencedor por desqualificação.
- Por desrespeito a este nobre jogo, desqualifico Reks do I Torneio dos Nobres Cavaleiros do Condado do Porto. Sendo assim, Coração Valente é a vencedora!
Um pouco desiludido com a atitude do último cavaleiro, o juiz voltou para junto das bancadas e sentou-se num banco.

Biat, que depois da fragorosa derrota fizera questão de cumprimentar seu adversário, Jpf, elogiando sua performance, permanece no local do torneio para acompanhar os demais duelos, lamenta profundamente a atitude de Reks.

O que ele pretendia com isso? Pergunta-se

Cumprimenta os cavaleiros vencedores e, ignorando o protocolo, dá um abraço na condessa Sccm, grande amiga de sua mãe que agora considerava também sua amiga, apesar da diferença de idade entre ambas.

Depois convida a todos para irem à tenda taverna comemorar o sucesso do torneio.

- Vamos lá, a primeira rodada é por minha conta.

Depois de se certificar que Anjo.noturno está a recuperar bem na enfermaria, Sccm regressa ao recinto do torneio, felicita o neto pela vitória e conforta a sua amiga Biat, retribuindo o abraço.

Ainda desiludido com a atitude incompreensível de Reks, o juiz tornou a levantar-se do seu banco a avançou em direcção ao campo. Olhou em volta e certificou-se que poderia dar início à primeira meia-final.
Voltou-se lentamente para a bancada.
- Senhores e senhoras, não estamos longe de conhecer o grande vencedor deste torneio.
Levantando o braço direito e apontando, introduziu o primeiro cavaleiro.
- Ao vosso lado esquerdo,vejam Gabrieltaboao, aproximando-se, montando o seu Lusitano negro.
Gabrieltaboao expressava vontade de vencer e parecia até animado.
- Ao vosso lado direito - disse levantando agora o braço esquerdo - está Jpcf, cavaleiro de Braga, que nos impressionou no seu primeiro combate contra Biat.

O juiz voltou-se e ergueu a bandeira vermelha que segurava na mão direita. Os dois cavaleiros pegaram nas lanças e ergueram-nas. Foi então que o juiz baixou o braço e os dois cavaleiros avançaram sem medo.
Quando o momento do confronto chegou, a lança de Jpcf bateu na armadura de Gabrieltaboao, fazendo-o cair do cavalo.


Apesar do forte embate, Gabrieltaboao levanta-se, apoiando-se na sua lança. Recompõe-se rapidamente, mas ainda assim, os guardas levam-no até à enfermaria por precaução.
- O vencedor é Jpcf - exclamou o juiz - Temos finalista!