[Feira Condal] O I Festival do Vinho

A entrada na feira era já possível. Dois guardas haviam sido destacados para a entrada. Tinham uma armadura equipada e uma lança na mão. Estavam ali como Guardas Condais. Mais alguns como eles patrulhavam pela feira, para assegurar a segurança em toda a feira.
À medida que locais iam chegando, os guardas iam dando indicações simples.
- Guardem as vossas armas, ou estas serão retiradas - aconselhava o guarda responsável.

Dentro da tenda-taverna já se iam acumulando locais, que se dirigiam a Maria, a jovem trabalhadora e filha de Afonso, o taverneiro responsável pela tenda.
Quando Triplel já bebia da sua caneca, o taverneiro aproximou-se.
- Está muito frio lá fora, não acha? Dizem que esta vaga de frio tem feito inúmeros mortos por todo o condado - disse enquanto ajeitava o seu casaco velho - Mas creio que aqui em breve aquecerá. Ainda é apenas de manhã, mais chegarão e a taverna animará - sorriu.

Assim que acaba de falar, a Baronesa de Vilar entra na tenda. O taverneiro ergue a sua cabeça e vê-a dirigir-se para ali.
- Nobre dama, seja bem-vinda - diz ao fazer uma pequena vénia com a cabeça - Deseja beber algo? Ou servir-se de uma boa sopa de pedra quente?

Após tratar do pedido da dama, o taverneiro volta com o chá. Recebe as duas moedas de pagamento de Nebulla e olha para o jovem sentado na mesma mesa. Reconhecendo a sua cara, dirige-se a ele.
- O senhor é um dos onze conselheiros da nossa Condessa, não é? - indagou - Tem cara de cavaleiro. Ouvi dizer que em breve anunciarão um torneio no campo de justas. Não estaria interessado, senhor?

Simonn chega a Feira Condal.
Entra na taberna, cumprimenta todos os seu amigos e vai até o taverneiro:
-Um café bem quente por favor.
Depois fica a olhar o salão...

Entretanto Simonn havia já entrado. O taverneiro deixou a entrada, e veio receber o pedido.
- Senhor, são dois cruzados - informou.
Afonso foi atrás do balcão e colocou uma caneca em cima.
- Sirva-se, homem! - sorriu.

Triplel depois de acabar o seu café, levanta-se e dá 5 cruzados ao taverneiro.
Fique com o troco!- disse Triplel-Até logo a todos, vejo-vos mais logo!
Dito isto, Triplel levantou o tecido e voltou à rua com o vento gelado de Inverno a lhe bater na cara. Olhava para um lado e para o outro e reparava que a feira começava a encher aos poucos e poucos.
O sol já estava um pouco mais alto a emitir os quentes raios tão bons numa manhã gelada e Triplel parava no meu da rua para sentir-los a lhe baterem na cara. Depois de uns momentos, Triplel decide retomar o seu passeio pela feira.
Chegando a tenda do comércio via imensa gente já à espera dos primeiros clientes. Depois de olhar para todos, Triplel reconhecia um comerciante, o Sr. Zé Miguel, vendedor ambulante para ganhar uns trocos para poder comer.
Então Zé, como vai o negócio por aqui? Meio fraco hun?- perguntou Triplel ao homem.

Entretanto, na tenda-taverna iam entrando mais habitantes locais. Afonso responde ao pedido de Legolas. Após entregar o pedido, desenvolve conversa.
- Cinco canecas são cinco cruzados, senhor! Não vai partilhar com quem partilha a mesa? - ri-se depois de perguntar.
Mais pessoas surgem e um ambiente mais animado começa a instalar-se.

Finda a viagem desde o Porto até Chaves, Sccm chega finalmente à Feira Condal. O trajecto, já de si longo, tinha sido dificultado pela espessa camada de neve que cobria as estradas do Condado.

Ao entrar no recinto, e depois de cumprimentar os guardas, dirige-se para a taberna onde já se encontravam alguns familiares e amigos.

Dirigindo-se ao taberneiro, entrega-lhe umas moedas, pede uma rodada para todos e senta-se junto à lareira.

Interpelando o Taberneiro, Sccm faz um novo pedido:


- Caro Senhor, a viagem foi longa e abriu o apetite. Prepare-nos uns queijinhos, pão e presunto por favor.


Dito isto, ergueu a sua caneca e fez um brinde.

Sccm paga ao Taberneiro e começa a cortar umas fatias de queijo, pão e presunto para todos se servirem.

Pedidos para aqui, pedidos para ali. A taverna começava a encher. Triplel voltara e sentara-se junto aos familiares. Era sem dúvida a mesa mais animada.
- Olha Maria! - e estendeu a mão, mostrando um monte de moedas - Já fizemos mais de cinquenta cruzados, filha! Se continuar assim, conseguiremos sobreviver a este Inverno rigoroso.
Sorriu e voltou a atender os pedidos. Numa pequena pausa, espreitou fora da tenda. O Sol já ia bem alto no céu e já era de tarde. Voltou para dentro e continuou a servir os clientes.

Anadu chega à taverna, vê os familiares bebendo e comendo e aproxima-se da mesa:

-Cheguei!Quem vai me pagar uma boa caneca de vinho?Está a fazer muito frio lá fora e vou congelar-me assim!- Diz animada a jovem senhora.

A moça senta-se ao lado da avó na esperança de que ela pague umas boas canecas de vinho e avista o amigo Brunobrasil bebendo sozinho numa mesa.

-Opa!O Brunobrasil!Ele mesmo que vai pagar uma caneca de vinho para mim! - a jovem senhora pensa consigo.

Em seguida, ela levanta-se, vai até Brunobrasil, faz uma venia, senta-se a seu lado e começa a conversar na esperança de que ele pague o vinho.

- Taverneiro!Um pedaço de queijo e uma caneca de vinho, na conta do senhor aqui!- a moça diz sorridente.

Dama Nebulla assiste ao atrevimento da filha e comenta com a mãe sorridente:
- Esta minha filha... Morre se estiver quieta! Não faço ideia a quem sai ela tão atrevida!
A baronesa, já mais quente e confortável, olha a porta da taberna improvisada e pensa duas vezes se vai ver o resto do recinto da feira, se continua a aproveitar a companhia e o calor do interior da tenda...

Após viajar algumas horas Vitor por fim chegara ao tão comentado Festival. Chegando pois ao local dirige-se prontamente à taverna onde, provavelmente, lhe esperava o melhor vinho de Portugal. O frio fazia com que ficasse mais lento, mas não tardou a chegar a taverna.
Vê os Gama em uma mesa e acena para alguns conhecidos das ruas de Braga: Sra. Nebulla, Sr. Triplel e Sra. Anadu.
Dirige-se ao taverneiro:

- Boa noite, meu caro. Vamos, não tarde em servir-me um bom vinho, a viagem foi gelada, se é que me entende. E põe-se a rir. Imagino que irá ganhar dinheiro com tanto movimento...

Encosta sua pouca bagagem no balcão e põe-se a obervar a todos.

A tarde foi avançando e mais gente chegou. Um casal e dois jovens cavalheiros haviam aparecido na taverna. Largando as simpáticas conversas com os clientes, o taverneiro ocupou-se dos pedidos dos recém-chegados.
Depois de os servir, parou um pouco para descansar, e quando Maria passava, puxou-lhe o braço. Abraçou-a. A rapariga estranhou.
- Filha, mais gente começa a aparecer. A este ritmo, a nossa família terá o melhor Inverno de sempre, e poderemos chamar um médico para o teu irmão mais novo - uma lágrima rolou-lhe pela cara - Tudo correrá melhor!
A jovem sorriu. E depressa voltaram a interagir com a clientela.

Depois de finalmente encerrar a instalação dos equipamentos e comandar a limpeza e arrumação de sua nova oficina, Biat toma um bom banho, veste roupas limpas, apanha o agasalho e deixa a casa para ir à feira.

Logo na saída, a primeira e triste surpresa. Na frente da casa, nem o mais leve sinal do coche que contratara para levá-la ao campo da feira.

Enervada, anda de um lado para outro na pequena varanda, falando sozinha. Será que não há mais pessoas sérias nessa cidade, capazes de cumprir com os acordos feitos? E agora?

Passados alguns minutos, cansada de esperar e lançando mentalmente impropérios e maldições contra o cocheiro e pelo menos as próximas três gerações de sua família, decide enfrentar o frio e andar até o local, cortando caminho pelo bosque, indiferente aos perigos que possam esconder-se atrás das árvores e dos montes de neve.



O vento frio que fustiga seu rosto faz com que apresse o passo e é quase correndo que chega ao local da feira precipita-se para dento da primeira tenda-taverna que vê, com a enorme esperança de conseguir um pouquinho de calor.

Ao entrar, seus olhos iluminam-se. Fogo e vinho, pensa, a união perfeita para esse momento...



Posta-se junto ao fogo por alguns minutos e somente depois de sentir novamente o sangue correndo e aquecendo seu corpo tira a capa, olha a sua volta e finalmente cumprimenta os presentes.

- Desculpem a grosseria, amigos, mas estava a ponto de virar um bloco de gelo.

E como para desculpar-se, dirige-se ao simpático taverneiro, estendendo-se uma pilha de brilhantes cruzados:

- Meu bom homem, serve uma rodada de teu melhor vinho para todos. Esta é por minha conta.

Vai até a Condessa Sccm e faz uma reverência, piscando-lhe discretamente um olho.

- Pouco vi da feira, Condessa, mas notei que mesmo com esse frio muitos estão vindo para cá. Creio que será um sucesso. Vem, vamos sentar ali com tua neta, a mesa é perto do fogo e ainda tremo de frio...

Dirige-se então até a mesa onde estão sua amiga Anadu e o conde Brunobrasil e depois de pedir licença acomoda-se para esperar o vinho.

-Boas, Anadu, como estais, senhor conde?

E após as constantes novas entradas, o tão aguardado fim de tarde chegou. Ao ver enorme concentração no centro da feira e junto à tenda-taverna, o guarda caminhou até lá.
Assim que chegou, executou a tarefa ordenada pela Condessa. Estendeu o rolo de papel que possuía e começou a ler em voz alto, de maneira a captar a atenção de todos.

- Dama Sccm da Gama, Condessa do Porto, e a organização, através de minha voz, anunciam que amanhã, ao principio da tarde, terá início o I Torneio dos Nobres Cavaleiros do Porto, um torneio de justas, onde o vencedor será reconhecido Paladino do Condado do Porto, pela Condessa do Porto, em público - afinou a voz e continuou - É sabido que o vencedor será premiado, com a possibilidade de escolha do prémio. Declaro, por fim, perante todos vós, abertas as inscrições a todos aqueles bravos e corajosos que aceitem o desafio aqui lançado - e enrolado de novo o papel, tornou a olhar os presentes - Obrigado.

Retirou-se por fim.
Ao fundo, junto ao campo, um outro guarda afixou um papel numa coluna das arquibancadas. Imediatamente abaixo do papel afixado estava uma mesa, onde dois guardas asseguravam as inscrições.

Biat, que acompanhara com atenção a apresentação do simpático cavalheiro desde que sua cítara lançara as primeiras notas no ar aplaude o artista e pede ao taverneiro que leve a ele uma garrafa de bom vinho.

Ao ouvir o anúncio do guarda, avalia se deve ou não increver-se no torneio. Afinal, com tantas desilusões nos últimos tempos sua moral anda um tanto pra baixo... Preciso decidir, pensa

Por fim, a noite chegara e o movimento na tasca era maior. Mais gente havia chegado até então. A pedido de Dama Biat, o taverneiro já tinha servido uma rodada à mesa onde se juntava a família Gama e preparava-se agora para levar uma garrafa de vinho a Vitor Pio, que com as suas trovas, animava as almas na taverna. Acercou-se do cavalheiro.
- A pedido da nobre senhora da mesa junto à lareira, trago-lhe esta garrafa de uma das melhores colheitas dos últimos anos - e pousando a garrafa, continuou - Espero que o ambiente seja do seu agrado.
Quando voltou ao balcão, guardou na sua bolsa a gorjeta que a Baronesa de Vilar lhe havia oferecido. E de novo voltou à mesa de Dama Biat, Dom Brunobrasil e Dama Anadu para os servir. Estava consciente do seu atraso.
- Lamento o atraso - desculpa-se à medida que vai pousando as canecas - está cada vez mais movimento. Reparo que já são horas para um bom jantar: vão desejar algo? Temos guisado e sopa quente.

O dia na taberna fora animado. Vendo que já era noite, Sccm despediu-se de todos e retirou-se para a sua tenda a fim de descansar. O dia seguinte iria ser longo.

Um novo dia amanhecera, igualmente frio. Sccm agasalhou-se bem e, caminhando um pouco, foi até ao local onde decorriam as inscrições para o Torneio dos Nobres Cavaleiros do Porto.
Havia um escriba, que registava o nome dos concorrentes, ladeado por dois guardas.







Interpelando o escriba, disse:

- Bom dia. Quero inscrever-me nos duelos. Sccm da Gama, Condessa do Porto.

Finado estava o primeiro dia do magnânimo festival. Depois de muita diversão, música e bebedeira. O jovem senhor bracarense não era nobre e portanto teve que se hospedar na estalagem de Chaves onde fora recebido com afeição e hospitalidade pelos anfitriãos. Passara uma adorável noite por lá. Na refinada manhã que traz-nos o sol, Vitor Pio já estava de pé. Comera um naco de pão e pusera-se a contemplar as pessoas e o festival.
Não haveria de participar do torneio de justas, julgava-se despreparado para tal, mas deduziu que seria interessante acompanhar os resultados, ainda mais se o futuro Paladino fosse algum conhecido seu.

Depois de um sono reparador, Biat acorda na tenda da Condessa Sccm, que muito gentilmente lhe oferecera abrigo. Enquanto espreguiça-se, juntando coragem para sair das cobertas quentinhas e enfrentar o frio da manhã, observa a simplicidade e o bom gosto do espaço.




Certamente a Condessa tem um gosto refinado e a delicadeza de evitar ostentações, pensa, dando razão a sua mãe que, em seus diários, destacara entre os traços positivos de Sccm a discrição e a elegância.

Biat finalmente pula fora das cobertas, veste-se, apanha o agasalho e deixa a tenda estremecendo levemente ao sentir no rosto a primeira rajada do vento gelado que sopra neste início de manhã. A neve que caíra durante a noite formara como que um espesso tapete no qual seus pés afundam a cada passo



Biat agradece a si mesma pelas botas que comprou para enfrentar os caminhos do inverno e aconchega a capa em redor de seu corpo para melhor se abrigar do vento gelado. De repente, a surpresa.



Uma raposa sai do bosque a cruza o caminho bem na frente de Biat, que embora encantada com a beleza do animal não deixa de lamentar ter deixado seu arco e suas flechas na tenda.

- Tivessem comigo e logo virarias uma linda e quentinha estola, minha amiga...

Indiferente ao som da voz da jovem, a raposa cruza o caminho e perde-se entre as árvores.

Ao dar-se conta que estava a falar com um animal, Biat pensa que o frio está mesmo mexendo com suas idéias e trata de acelerar o passo, disposta a cobrir os poucos metros que ainda precisa percorrer no menor tempo possível. E em poucos minutos, finalmente chega à frente do escrivão.



- Bom dia, senhor, quero apresentar minha inscrição para o torneio.
E estende ao homem um leve pergaminho onde anotara seus dados.

Depois de mais uma bela noite passada na casa de sua mãe Dama Nebulla da Gama, Jpcf veste-se e prepara-se para uma longa caminhada até a Feira. Toma o pequeno almoço e dirige-se para a porta da saída. Pega no seu casaco de inverno e segue o sentido do local da feira Condal.
À chegada da entrada da Feira dirige-se aos dois guardas que foram destacados para garantir a segurança deste invento. Depois de alguma conversa um dos guardas informa Jpcf do torneio que irá decorrer. Ao saber da novidade dirige-se directamente ao escrivão e diz:

-boa tarde meu senhor, gostaria de me inscrever para o torneio dos nobres cavaleiros do Porto. Aqui estão os meus dados:

Anjo Noturno espera na entrada da cidade a chegada de uma amiga de longa data, ancioso para logo rever a amiga e correr para inscrição no torneio de justas.

Faz muito frio velho amigo, logo encontro um local quentinho para descansar fora da nevasca que cai impiedosamente ( fala com seu bravo cavalo Ferrari).

Ouve uma voz que não é estranha e olha paro lado.

Coração, Coraçãovelente, sou euseu velho amigo Anjo Noturno

Reks sai da Casa do Povo de Chaves e vê muitas tendas e pessoas no horizonte e corre para lá.

- É uma feira!

A primeira coisa que vê da feira é a mesa de inscrições para o torneio de justas.

- Que giro, um torneio de justas, vou me inscrever, estou a precisar de uns belos açoites.

Dirige-se à mesa.

- Sr.Escrivão, gostaria de participar neste torneio. Os meus dados:

Pelo caminho, avistam um pastor com o seu rebanho, caminhando com alguma dificuldade sobre o manto branco.

Triplel chegando-se à tenda das inscrições para o torneio, com uma voz segura, diz ao escrivão:
-Triplel Vaz Teixeira de Braga!
Depois de inscrito, Triplel voltou à tenda-taverna para comer mais alguma coisa

Gabriel depois de andar dias até chaves finalmente chega ao Festival.
- ufa! será que cheguei a tempo de se inscrever.

vai até o escrivão e diz:
Por favor posso me inscrever?
Gabrieltaboao Furtado de Mendonça
Local de origem: Porto

Anjo Noturno e Coraçãovalente segue em direção a feira...

Com tanto tempo distante tem muito o que falarem, ao passar por um rebanho de ovelhas entre a neve abrindo caminha encontram-se com Sccm.

Anjo faz uma venia para sua mestra e amiga de longa data depois um abraço terno de saudade.

Este torneio veio para trazer bons amigos que a tempos não encontrava, para renovar minha simples vida.

Estamos indo comer e beber algo quente nos faz companhia?

Sorri com ar de felicidade ao estar com pessoas mercante em sua vida.

O taverneiro voltou ao trabalho. Acedeu ao primeiro pedido de Dama Biat, mas quando ia a meio caminho, retornou para atender o novo.
- Com certeza! Mas duvido que descubra o que de mistério tem ele - retorquiu animado.
Pelo caminho desapertou o casaco, já que dentro da tenda fazia menos frio. Passou breves minutos na cozinha improvisada. Ouviam-se os barulhos tópicos. Em pouco tempo voltou com o pedido da dama.
- Tenha um óptimo apetite, senhora! - desejou.
Ainda sentido que o ambiente poderia estar mais quente, pegou em dois feixes e colocou-os na lareira.

Passeando pela Feira, Sccm observa a actividade dos artesãos e mercadores, que buscam uma oportunidade de negócio.







Os tintureiros







Os talhantes:






E, como não poderia deixar de ser, os tanoeiros:





Dirige-se então para a tenda-taberna, a fim de reconfortar o estômago com uma refeição quente. Pede uma deliciosa sopa, enquanto troca dois dedos de conversa com os familiares e amigos.







Fazendo sinal ao Taberneiro e entregando-lhe algumas moedas, diz-lhe:


" - Caro Senhor, traga-nos um bom vinho e uma porção generosa do tão afamado guisado. "

Entretanto, junto ao campo, guardas limpavam a neve e o chão arenoso revelava-se. Seriam travados bons duelos ali. Um dos organizadores havia dado ordens claras. O campo haveria de estar nas melhores condições, pois só assim se teria um torneio marcante. O começo deste avizinhava-se e não havia tempo a perder.
Junto à arquibancada montada poucos dias antes da feira abrir, um dos guardas afixou mais um cartaz, com informações relativas aos duelos.
Ao mesmo tempo, dois guardas haviam-se colocado à entrada do campo, já a prever as pessoas que chegariam.

Triplel ao ler o anúncio do guarda coça o queixo e põem-se a pensar.
Ao entrar na taverna, Triplel puxa um banco e senta-se. Ao analisar a taverna, Triplel repara no seu adversário Gabrieltaboao. Ao fazer sinal ao taverneiro, Triplel manda uma cerveja ao seu adversário e ao levantar a sua caneca diz-lhe:
Que ganhe o melhor meu caro!

Ainda com pouca gente nas arquibancadas construídas a partir de madeira da floresta de Chaves, que ficava ao lado da feira, o juiz, olhando a posição do sol, calculou que já deveriam ser horas para o torneio começar. Sabia que ambos os cavaleiros já tinham sido guiados até às suas tendas para se prepararem. Por isso, aproximou-se da bancada, onde membros da organização se encontravam sentados a discutirem a actual situação social no condado.
- Este Inverno arrasou com as nossas populações, caro barão. Em breve ...
- Desculpe, senhor - interrompeu o juiz - penso que seja altura para começar o torneio.
O homem olhou o juiz por momentos e voltou-se para o lado.
- Senhores, estais preparados para verem um bom torneio? - dirigiu-se aos nobres que estavam a seu lado - Dê início ao torneio, bom homem!
O juiz deu uns passos atrás, ainda virado para a bancada.

- Senhoras e senhores, sejam bem-vindos ao I Torneio dos Nobres Cavaleiros do Porto! Aqui e agora vos apresento Triplel Vaz Teixeira, jovem cavaleiro de Braga, montado no seu puro-sangue lusitano, de pelagem baio. Dizem que a sua armadura demorou dez dias e dez noites a ser forjada! E que a sua lança comprida é feita de uma madeira de uma árvore centenária da floresta de Chaves!
Fez uma pausa para respirar e olhar o público.
- Do outro lado temos Gabrieltaboao, também ele um jovem cavaleiro, mas da Cidade do Porto. Vem montado num lusitano negro, com o seu elmo negro contrastando com a sua armadura cinzenta reluzente e com o seu escudo branco com borda negra. O seu olhar demonstra confiança na vitória. Parece animado. Nenhum dos dois possui experiência, mas vêm para vos impressionar!

Nisto o juiz virou-se e levantou a bandeira que tinha na mão direita. Ao baixar a bandeira, os dois cavaleiros avançaram, à medida que iam baixando as suas lanças. O momento do confronto chegou.
A lança de Gabrieltaboao acerta no escudo de Triplel e estilhaça-se. Triplel aguenta-se em cima do cavalo, mas o seu escudo fica em muito mau estado. Parece afectado pelo embate.


Os dois cavaleiros voltam à posição inicial. Um guarda aproxima-se e entrega uma nova lança a Gabrieltaboao, visto que a sua havia sido estilhaçada no último embate.
O juiz torna a baixar a bandeira. Os dois cavaleiros retomam o duelo. O confronto aproxima-se.
No momento, a lança de Gabrieltaboao bate na armadura de Triplel e este cai, desamparado, no chão. O duelo termina.


Guardas aproximam-se de Triplel, que permanece no chão. Apesar do forte embate, Triplel levanta-se. Os mesmo guardas que se aproximaram, por ordem do juiz, levam-no até à enfermaria, apoiando o jovem cavaleiro nos ombros.

O juiz volta-se para as bancadas.
- Senhoras e senhores, temos vencedor! Uma ovação ao nosso cavaleiro do Porto, Gabrieltaboao.

Gabriel meio atordoado e confuso olha para Triplel e vai em sua direcção faz uma vénia ao nobre cavaleiro e diz:
-Foi uma honra lutar contigo!

Depois dirige-se a arquibancada e faz outra vénia a todos e agradece a Jah pela vitoria.

Coração Valente deixa enfermaria apos constatar que Triplel seu querido irmão esta bem deixando o mesmo aos cuidados da amada noiva e da enfermeira.
Assustada retorna ao local do torneio e encontra Legolas, seu amigo e lanceiro e sussurra em seu ouvido ...

- Orelhudo, nao sei se isso é esporte pra mim, vou quebrar muito mais que as unhas, estou com medo de quebrar o pescoço ...

Com o término do segundo duelo, mais Portuenses se aproximam para verem o torneio. E pelo início do terceiro duelo as pessoas sentadas nas arquibancadas anseiam.
É então que aparecem os cavaleiros, após a saída dos dois últimos. O juiz volta-se de novo para o campo e vê os dois a colocarem-se em posição.
- Senhoras e senhores, ao vosso lado direito, Sccm da Gama, Condessa do Porto, brava guerreira do Condado, montada num belo Puro Sangue Lusitano negro, coberto com uma cota de malha, a quem ela carinhosamente apelida de «Relâmpago».
O juiz estende então o seu braço direito e continua o discurso.
- Ao vosso lado esquerdo, Anjo.noturno, II Conde de Belmonte, cavaleiro templário, montando um árabe branco, também coberto por uma cota de malha. Condessa contra conde, um duelo fenomenal será!

O juiz volta-se para o campo e ergue a bandeira no ar. Os dois cavalos relincham. A bandeira é rapidamente baixada e os cavaleiros avançam um contra o outro à medida que baixam as lanças. No momento decisivo, a lança de Sccm bate na armadura de Anjo.noturno, estilhaçando-se, projectando-o para o chão com alguma violência.


A armadura de Anjo.noturno é danificada e um pequeno ferimento surge na sua cara, proveniente do embate de uma lasca da lança. No chão, o cavaleiro parece não se conseguir se levantar. Três guardas aproximam-se o mais rapidamente possível e ajudam-no, para ser imediatamente levado à enfermaria.
- Que o Conde receba o melhor tratamento possível - ordenou aos guardas. E voltando-se para as bancadas, proclamou - A vencedora é Sccm da Gama!
Ouviram-se os aplausos.

Com os dois nobres cavaleiros na enfermaria, era já altura de avançar para o quarto duelo da tarde. O juiz, voltado a cabeça para o seu lado esquerdo, vê Coração Valente, envergando uma armadura e uma lança douradas, a entrar no campo com um majestoso Lusitano negro, enquanto o sol reflectia no escudo dourado com centro branco que portava no braço esquerdo.
- Senhoras e senhores, ao vosso lado direito, Coração Valente, que se aproxima confiante do campo.
Voltando agora a sua cabeça para a esquerda, não vê o que deveria ver: a imagem de Reks a aproximar-se do campo.
- Senhoras e senhores, Reks da Gama! - disse, na esperança que o cavaleiro aparecesse.
No entanto, não apareceu. O juiz aproximou-se das arquibancadas, junto aos bancos onde os nobres organizadores, tal como todos, esperavam o aparecimento de Reks.
- Senhores, penso que o cavaleiro de Chaves não aparecerá. Não sei... - não chegou a terminar a frase. Por entre as tendas, Reks surgiu.
Vinha montado num cavalo de pelagem castanha, mas pintada dourada. Na sua cabeça tinha equipado um elmo em que se podia ler «Coração, na cara não» em letras brancas, e na sua armadura dourada, também a branco, podia-se ler «Aqui está bom, mas abaixo disto não». Ao dar uma volta completa a cavalgar - não parecia bem cavalgar, já que ao mover-se o cavalo parecia um burro -, era possível ler, por instantes, nas suas costas: «Sou um filho de um "ganda" Jah». Quando o cavalo abanava a cabeça, dois pedaços de lã com um buraco cada, estrategicamente colocados à frente dos olhos do cavalo, quase saltavam fora. E por fim, a sua lança, decorada com estrelas, e com um objecto estranho amarrado na sua ponta, arrastava à medida que o pobre cavalo se deslocava.
Indignados, os nobres organizadores reagiram:
- Um ultraje! Como pode um mero plebeu desrespeitar um nobre jogo como as justas desta maneira?
- Um verdadeiro ultraje e uma enorme heresia, senhores! - reagiu também um nobre ao lado - Expulsem esse homem do campo, não aceitarei que ridicularizem este jogo assim.
- Guardas, levem-no! - ultimou o juiz.
Três guardas aproximaram-se do jovem rebelde e puxaram-no para baixo, fazendo-o cair do cavalo. Dois agarraram-lhe os braços e levaram-no para a tenda da guarda. O terceiro tentou levar o cavalo, que sendo teimoso, dificultou a vida ao guarda.
Quando já não se viam os guardas e o cavaleiro rebelde, o juiz anunciou o vencedor por desqualificação.
- Por desrespeito a este nobre jogo, desqualifico Reks do I Torneio dos Nobres Cavaleiros do Condado do Porto. Sendo assim, Coração Valente é a vencedora!
Um pouco desiludido com a atitude do último cavaleiro, o juiz voltou para junto das bancadas e sentou-se num banco.

Depois de se certificar que Anjo.noturno está a recuperar bem na enfermaria, Sccm regressa ao recinto do torneio, felicita o neto pela vitória e conforta a sua amiga Biat, retribuindo o abraço.

Ainda desiludido com a atitude incompreensível de Reks, o juiz tornou a levantar-se do seu banco a avançou em direcção ao campo. Olhou em volta e certificou-se que poderia dar início à primeira meia-final.
Voltou-se lentamente para a bancada.
- Senhores e senhoras, não estamos longe de conhecer o grande vencedor deste torneio.
Levantando o braço direito e apontando, introduziu o primeiro cavaleiro.
- Ao vosso lado esquerdo,vejam Gabrieltaboao, aproximando-se, montando o seu Lusitano negro.
Gabrieltaboao expressava vontade de vencer e parecia até animado.
- Ao vosso lado direito - disse levantando agora o braço esquerdo - está Jpcf, cavaleiro de Braga, que nos impressionou no seu primeiro combate contra Biat.

O juiz voltou-se e ergueu a bandeira vermelha que segurava na mão direita. Os dois cavaleiros pegaram nas lanças e ergueram-nas. Foi então que o juiz baixou o braço e os dois cavaleiros avançaram sem medo.
Quando o momento do confronto chegou, a lança de Jpcf bateu na armadura de Gabrieltaboao, fazendo-o cair do cavalo.


Apesar do forte embate, Gabrieltaboao levanta-se, apoiando-se na sua lança. Recompõe-se rapidamente, mas ainda assim, os guardas levam-no até à enfermaria por precaução.
- O vencedor é Jpcf - exclamou o juiz - Temos finalista!

Entre as meias-finais o juiz não fez uma pausa. Imediatamente a seguir ao fim do outro duelo avançou com a segunda meia-final.
Voltou-se para as bancadas e vendo o pouco público que assistia - talvez pelo frio que se fazia sentir naquela tarde - anunciou o confronto que se seguia.
- Senhoras e senhores, regressando ao campo, Sccm e Coração Valente defrontar-se-ão agora mesmo pela final do torneio - e nisto, voltou-se para o campo - Avancem cavaleiras!

O juiz levantou a bandeira e quando viu que poderia dar início ao duelo, baixou-a. Ambos os cavalos avançaram até atingirem uma velocidade elevada no momento do confronto. Ao passarem uma pela outra, a lança de Coração Valente rasou o escudo de Sccm, desequilibrando-a.


No entanto, Sccm aguenta-se em cima do cavalo e as cavaleiras voltam de novo para as posições de origem. Retomando o combate, tornam a avançar uma contra a outra, sem medo. No momento de confronto, a lança de Coração Valente embate na armadura de Sccm, levando-a ao chão.


O combate termina e os guardas apressam-se a verificar se a Condessa se encontra bem.
- Senhoras e senhores, Coração Valente avança até à final!
Das bancadas ouvem-se aplausos.

Triplel espantado com a vitória da sua irmã, aproximou-se para lhe felicitar.
Parabéns mana, estás a ficar uma autêntica cavaleira-disse Triplel enquanto apertava o bícep da irmã.

E a final do torneio chegou. Antes de avançar para o duelo, o juiz parou junto da bancada.
- Senhores e senhoras, aquilo por que esperavam chegou! - pigarreou - Aqui, perante vós, Jpcf da Gama e Coração Valente Vaz Teixeira desafiar-se-ão pelo título de Paladino do Condado do Porto.
Deu três passos atrás.
- À vossa direita, vindo de Braga, temos Jpcf. Já à vossa esquerda, vinda do Porto, temos Coração Valente.
O juiz voltou-se para o campo e levantou a sua bandeira.
- Preparados, cavaleiros?
Não tiveram nem tempo para responder. A bandeira foi baixada e os cavalos avançaram a toda a velocidade. No momento do confronto, a lança de Coração Valente bate no escudo de Jpcf e, desequilibrado, cai do cavalo, com poucos danos.


Não se demorou a levantar. Guardas ainda se aproximaram para auxiliar o jovem, mas este demonstrou estar bem.
O juiz voltou-se para o público.
- Senhoras e senhores, a vencedora do torneio é Coração Valente Vaz Teixeira, uma ovação! - exclamou a alta voz o juiz.
O público levantou-se, batendo palmas à cavaleira vencedora.
- Aproxima-te Coração Valente, para seres nomeada Paladina do Condado do Porto!

Assim se consagrou Coração Valente Paladina do Condado do Porto, naquela tarde fria e branca, coberta pela neve.
As tavernas foram ocupadas até às longínquas horas da madrugada, quando as sombras das nuvens que cobriam o luar, pairavam sobre as tendas. Com as candeias apagadas, a escuridão estava presente naquele lugar. Os caminhos de terra batida eram agora traiçoeiros, malévolos até, e talvez por isso, não havia vivalma que atravessasse a feira a seu próprio pé. Os que já não conseguiam voltar a casa, adormeceram na taverna. Aqueles que conseguiam, já o haviam feito.
No entanto, as frescas horas da manhã regressaram rápido, trazendo consigo o frio característico da época. Como previsto naquela manhã, algumas tendas começaram a ser desmontadas e os pobres camponeses e os mercadores voltavam para as suas terras, levando o pouco dinheiro que haviam conseguido daquela pequena feira. Voltariam, certamente, em breve, para a feira de Primavera, a alguns meses de distância.