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A Herdeira

--Julia_campos
Júlia estava sentada numa das poltronas, aguardando pacientemente a chegada do homem que estaria com ela naquela noite.

Mantinha as costas direitas, o olhar firme e as mãos calmamente repousadas sobre o colo, treinara aquela pose semanas a fio, e nem agora, ante o nervosismo, vacilava. Pensava e repensava com cuidado todas as palavras que lhe haviam sido ditas, todas as lições e segredos acerca do corpo masculino que desconhecia, tinham-lhe afirmado que devia dar prazer àquele homem, que as vontades não eram suas, ela seria apenas um mero receptáculo, um meio para que ele se libertasse. A sua acepção daquelas palavras não era completa nem perfeita e, agora que o momento se aproximava, as dúvidas e os receios surgiam em fiadas, tornando a espera uma agoniante tortura.

O medalhão que lhe fora entregue naquela manhã estava guardado no seu quarto, escondido numa caixa que Júlia mantinha debaixo de uma tábua solta do soalho, o homem dissera-lhe que aquele medalhão lhe poderia salvar a vida, sentiu-se nua e desprotegida, devia levantar-se para o ir buscar. Os seus pensamentos quase ganharam forma, não fosse o leve movimento por trás da cortina vermelha e espessa que dava para as traseiras, e Júlia ter-se-ia levantado nesse mesmo momento. O coração dela pareceu parar e a cadência do tempo tornou-se ainda mais lenta.

Um homem alto, de tez alba e vivos olhos azuis saiu detrás da cortina, lançando-lhe um olhar inquisitivo.


- Vossa Graça… - apressou-se a dizer ao adquirir uma posição erecta, os olhos timidamente fixos nos dele.

Júlia fez-lhe uma pequena indulgência, segurando delicadamente o vestido e erguendo-o com ligeireza apenas o suficiente para que a ponta dos sapatos ficasse visível. O movimento ensaiado vezes suficientes para que não se enganasse.
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Vaughn Casterwill, roleplayed by Maria_madalena
Ao abrir a porta, Vaughn deparou-se com uma espessa cortina de veludo vermelho, estendeu a mão esquerda tentando puxa-la e retira-la do caminho, mas não foi bem-sucedido, com a outra mão fechou a porta atrás de si e ficou quieto por instantes. O cómodo estava silencioso e o herdeiro Casterwill julgou-se sozinho acabando por erguer descontraidamente a cortina e passar por baixo dela.

De imediato os seus olhos recaíram sobre a mulher sentada na poltrona que mantinha o corpo firme e as mãos pousadas no colo, os olhos de negrume dela observaram os seus brevemente, mas com tal intensidade que poderiam ter passado minutos. Levantou-se, o gracioso vestido em tons de branco e rosa conferia-lhe um ar inocente e os cabelos negros de azeviche estavam presos com delicados ganchos.


- Vossa Graça… - a voz dela aguda e constante um trinado delicado que lhe agradou sem dúvida alguma.

Determinado, aproximou-se dela o suficiente para poder sentir-lhe o odor almiscarado, ela não se retraiu nem vacilou, manteve a postura altiva, embora as suas mãos tremessem ligeiramente, um ténue sinal do nervosismo que certamente a acometia.

- Como te chamas?perguntou segurando-lhe o queixo delicadamente com uma mão e forçando-a a enfrentar o seu olhar.
--Julia_campos
Os negros olhos de Júlia estavam presos ao azul gélido dos dele, sentia-se atemorizada e encantada ao mesmo tempo, o rosto pálido dele era imaculado, coberto por uma ligeira pelugem de um tom tão negro quanto os cabelos que lhe chegavam aos ombros.

Ele aproximou-se, determinado e dominante, Júlia sentiu vontade de fugir, mas os seus membros estavam incapazes do menor movimento, tentou desviar o olhar, mas apenas conseguiu perder-se mais naquele azul sem fim. Tentou disfarçar o tremor nas suas mãos, estava nervosa, não tardariam a formar-se pequenas gotas de suor na sua testa.

A mão fria dele deslizou-lhe pelo rosto, segurando-lhe o queixo delicadamente e forçando-a a manter o contacto visual. Tinha medo, tinha curiosidade, os actos dele eram desprovidos de calor, mas a proximidade levou-a a entreabrir ligeiramente os lábios, precisava de respirar.


- Como te chamas? - a pergunta pareceu-lhe de pouca importância.

- Júlia... - murmurou sem deixar de o olhar.
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Vaughn Casterwill, roleplayed by Maria_madalena
Vaughn sorriu.

- Júlia… - demorou-se propositadamente em cada sílaba, pronunciando-as com veemência, trazendo um novo significado e importância a um nome em tudo comum.

O polegar da mão que lhe segurava o queixo afagou-lhe lentamente a bochecha rósea. Os seus olhos não largaram os dela, atentos a qualquer reacção. Gostava daquele jogo de descoberta; apreciava a forma como conseguia intimida-la e surpreende-la com os gestos mais simples e acima de tudo gostava como os olhos negros dela faiscavam, não de medo, mas em desafio.

Lentamente retirou a mão do rosto de Júlia, deu um passo atrás, observando-lhe o corpo esguio e jovem coberto por um vestido de delicada confecção. Soltou um suspiro aprovador, as formas femininas já haviam desabrochado, mas estavam ainda cobertas pela inocência e candura da idade. Mal podia esperar por corrompê-la.

Sorriu novamente, aquela era uma recompensa que o iria satisfazer de muitas formas.

Aproximou-se, envolvendo-lhe a cintura com um braço e encostando o corpo ao dela, inclinou o rosto até quase roçar com os lábios carnudos de Júlia e de seguida tomou-a num beijo possessivo e carregado de desejo. Notou-lhe a falta de jeito inicial, a inércia tímida que a impediu de ser tão calorosa como ele gostaria naquele contacto primordial, mas era exactamente isso que o excitava, a possibilidade de a introduzir a uma vida de prazeres carnais, dedilhar os primeiros trilhos de deleite no corpo dela.
--Julia_campos
Sussurrou-lhe o nome numa cadência lenta que lhe provocou arrepios na espinha e o polegar acariciou-lhe a bochecha, não se retraiu, na verdade, permanecia tão imóvel quanto lhe era possível. O ar ficou-lhe preso nos pulmões e o olhar negro sustido no dele vedava-lhe o acesso a pensamentos, não havia um laivo de coerência em si.

A mão retirou-se do seu rosto e de súbito sentiu em si a vontade de segui-lo e voltar sentir o toque quente da mão dele contra si, mas novamente permaneceu inerte, petrificada no lugar onde estava. Por um instante lembrou-se de respirar e o ar saiu-lhe violentamente por entre os lábios carnudos. O olhar dele, penetrante e intenso, intimidava-a de uma forma agradável. Ele suspirou e na sua inocência Júlia soube que era um suspiro de agrado.

O braço dele tomou-a pela cintura e o corpo masculino e tão mais experiente encostou-se ao seu de uma forma que lhe fez as pernas tremer. Os lábios dele tocaram os seus, atacou-a de forma possessiva e violenta e Júlia mal soube como lhe retribuir aquele desejo. Incerta, movimentou os lábios contra os dele e quando as línguas se tocaram tentou retribuir-lhe os toques com o mesmo vigor que lhe era mostrado.

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Vaughn Casterwill, roleplayed by Maria_madalena
Vaughn degustou-lhe a boca num beijo violento e carente ao mesmo tempo que as suas mãos se firmavam na cintura fina da jovem Júlia, mantendo-a próxima o suficiente. Conseguia sentir a avidez com que ela lhe retribuía o beijo, apesar da clara inexperiência, e isso apenas o deixava mais extasiado. Que perfeita recompensa era aquela? Necessitado de encontrar o fôlego que acabara de perder, afastou os lábios dos de Júlia e encostou a testa contra a dela. O quarto estava cheio pela respiração arfante de ambos.

- Honey lips… - Murmurou completamente fascinado pelos lábios e beijos da pequena Júlia.

Apoiou as mãos nos ombros de Júlia e depois desceu-as pelos braços, num movimento leve e fluído, até lhe alcançar as mãos. Entrelaçou os dedos nos dela e beijou-lhe o rosto repetidamente, beijos suaves que em tudo contrastavam com aquele primeiro beijo carregado de lascívia. Quando por fim a respiração de ambos se regularizou, afastou-se ligeiramente dela, desentrelaçou as mãos e com cuidado, retirou-lhe os ganchos que lhe prendiam os cabelos de azeviche. Observou enlevado como as mechas negras lhe caiam sobre o rosto e como os olhos dela estavam vidrados em si, em pleno fascínio.
Júlia, roleplayed by Maria_madalena
A inexperiência não a impediu de desejar sequiosamente os lábios de Vaughn e os beijos tímidos e castos rapidamente se tornaram famintos. As mãos dele, firmes na sua cintura, impediram-na de colapsar ante os instintos primitivos que afloravam em si. Gemeu baixinho quando ele se afastou, encarando-o e procurando no azul límpido dos seus olhos se o havia desagradado. Encontrou apenas uma tempestade de vontades. A respiração arfante dele arrepiava-lhe a pele do rosto e as palavras que sussurrou fizeram-na estremecer. Não entendeu o que significavam, mas havia enlevo e paixão no tom com que foram proferidas.

As mãos de Vaughn desceram pelos seus braços, provocando estremeceres de calor no corpo de Júlia, até lhe alcançarem as mãos. Os lábios dele afagaram-lhe o rosto em repetidas carícias e instintivamente fechou os olhos, privando-se da sensação visual que seria vê-lo debruçado sobre si. Era agora mais carinhoso e menos veemente, embora não lhe faltasse dedicação. Subitamente, afastou-se de si, deslaçando as mãos. Júlia abriu os olhos e encarou-o, tinha os lábios corados de um vermelho profundo de desejo e os seus olhos negros faiscavam. Ele estava fixo em si e a sua graciosidade masculina era suficiente para que Júlia perdesse o fôlego. Com cautela, Vaughn retirou-lhe os ganchos que lhe prendiam os cabelos e mechas negras emolduraram-lhe o rosto. A partir daquele instante não foram necessárias mais palavras.

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Narrador, roleplayed by Maria_madalena
A ingénua Júlia galgou num passo só a distância que a separava de Vaughn e segurou-lhe o rosto com ambas as mãos, colocando-se em pontas de pés para lhe mordiscar e beijar os lábios. Ele recebeu-a num abraço amplo, enlaçando o corpo no dela, preparando-a para os beijos famintos e desesperados com a iria devorar. Beberam sofregamente um do outro até os corpos arderem por mais. Nesse momento, as mãos mais hábeis de Vaughn ocuparam-se dos intrincados fios que sustinham o corpete libertando-a do aperto. Júlia não tardou a corresponder aos avanços dele e as peças de roupa encontraram sucessivamente o seu rumo até ao chão. Quando a pele por fim tocou em pele, os corpos mesclaram-se.

Encontraram o caminho até à cama, enquanto se degustavam e instigavam. Caíram sobre os lençóis suaves e frios ao toque de tecido acetinado, mas o fogo que ardia entre ambos apenas pareceu ganhar vigor. O quarto estava cheio pela respiração ofegante de ambos, por gemidos e suspiros de completo deleite e prazer. Não foram lentos, nem apressados, levaram o tempo necessário a silenciar aquela necessidade gritante. E quando o fizeram não se largaram, permaneceram abraçados como amantes de longa data, conhecedores mútuos dos segredos e ânsias mais secretos de cada um.

Poder-se-ia dizer que naquela noite se tinham amado tão completamente como dois estranhos algum dia poderão amar-se.
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