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[RP Privado] O Avanço da Raposa

Filipe_3


Filipe tinha pedido para levarem Leo para um local à parte, e que deixassem dois criados e Raquel com ele. Foi dar ordens aos criados e chamar alguns mercenários que estavam ilesos para ficarem ali, não fosse o diabo, ou os italianos, tecê-las. Depois foi falar com o primo:
-Então? Não se agradece!? Hehehehe. Isso não está tão mau quanto eu pensava que estava, a princípio vais ficar bem. O outro, morreu não morreu? Pareceu-me que era o merd, perdão, vá, o " italiano-mor", que chamava ... Ildefonso, não era? Eles devem ter batido em retirada quando viram que ele estava morto, e foram até aos portões quando eu te ia levar dali para fora ... malditos. Mas o Anton não perdeu a oportunidade de se divertir e matou-os a todos hahahaha! Mas olhem, ficam-me os dois a dever uma, hoje fui o vosso anjo da guarda: ajudei a Raquel quando estava a ser atacada por um doido qualquer e salvei-te a ti, totó , haha ... - disse, tentando transmitir calma, alegria (dentro do possível) e segurança ao primo.
Sir_anton


O sol ja havia se erguido anunciando um novo dia.A vila estava mais barulhenta do que de costume naquela manhã.Entre recolher corpos,consertar muros,casas e outras construções,todos pareciam atarefados.Anton não dormiu após a batalha.Passou a noite fazendo curativos,bebendo e vendo como estavam os feridos.
Quando o sol ja aquecia a manhã,Anton saiu do Solar acompanhando por Hagfish e por Raquel.Eles caminharam até a casa de Anton na Vila.Anton usava aquele espaço mais como um escritório sendo o lugar onde guardava mapas,armas,documentos e qualquer outra coisa que quisesse deixar escondida.A sala também possuía um porão cujo o único acesso era uma escada escondia atrás de um fundo falso em um guarda-roupa.Anton usava aquele porão como sua prisão particular.
Ao chegarem na casa,Jean Dubois,o homem que auxiliava Anton com a parte suja do trabalho,apesar de se apresentar como guarda-costas do Torre,estava os aguardando.
Dubois tomou a frente e se dirigiu até o o guarda-roupa com fundo falso e desceu até o porão.Haviam outros soldados Torre ali de guarda e os quatro prisioneiros venezianos estavam presos lá.
Assim que chegaram Hagfish largou uma bolsa sobre uma mesa,de onde retirou e começou a distribuir sobre uma toalha uma coleção dos mais variados tipos de lâmina.Após isso o britânico levantou as mangas da camisa e vestiu um avental de açougueiro.Dubois e os outros soldados levantaram os italianos,os colocando um ao lado do outro.
Anton se aproximou de Raquel:
- Você não precisa assistir se não quiser.

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Raquel_


Raquel estava mais tranquila com a recuperação do primo, e tinha decidido acompanhar seu irmão Anton e ver o que arrancava da boca dos italianos presos. Ela tinha um pressentimento de que não seria muito amigável, visto o aparato de Hagfish.

Ela respondeu Anton, decididamente.

- Pode deixar, acompanho vocês. E caso precisem de ajuda estarei perto. Vamos ao que interessa.

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Sir_anton


Anton ouviu a resposta da irmã.De certo modo,ele ficou satisfeito com ela.
Limitou-se a responder cordialmente:
- Como preferir.
Anton virou-se para os venezianos,começou a andar de um lado para o outro na frente deles,tranquilamente,discursando:
- Vejam,eu quero saber onde Volpone está escondido.Nós podemos pular a parte que vocês negam trabalhar para ele.Negam saber de quem se trata.Porque eu sei que foi ele quem mandou vocês.Agora,vejam que engraçado,nós temos quatro de vocês-Anton deixou quatro dedos de sua mão direta erguidos- E a minha parte favorita de ter quatro reféns.É que eu só preciso de um.-Anton abaixou três dedos,deixando apenas o indicador levantado.Logo ele parou em frente ao primeiro italiano da esquerda para direita,e apontou o dedo para o rosto dele- Será que é você o refém certo?O que vai me falar onde Volpone está?
O italiano permaneceu em silêncio,encarando Anton com odio nos olhos.
- Nada?Nem uma palavra?Bom,eu tenho outros três...
Anton sacou a adaga que trazia no lado esquerdo do cinto e cortou a garganta do italiano.Os soldados o seguraram enquanto o sangue dele jorrava,os venezianos olharam assustados para o companheiro,enquanto Anton limpava a lâmina da adaga com um lenço.
Parando em frente ao segundo veneziano ainda limpando o sangue,Anton perguntou com uma grande tranquilidade:
- E você? Tem algo para dizer?
O italiano hesitou por um momento,engoliu seco,porém permaneceu em silêncio também.
Anton olhou para ele com um ar de decepção.
- Eu esperava um homem inteligente.
Anton guardou a adaga e sacou sua espada.
- Dei ao outro uma morte bem rápida.Você não terá esse direito.
Anton cravou a espada na altura do diafragma do homem atravessando-0.Os soldados o seguraram e Anton permaneceu segurando a espada enquanto o homem caia.Quando o mesmo estava no chão,Anton retirou a lâmina e pegou novamente o lenço,limpando o sangue enquanto parava na frente do terceiro homem:
- Você!Você parece ser um homem inteligente.Você é um homem inteligente?
O italiano estava assustado mas respondeu:
- Há um armazém próximo ao rio.Sigam o Tâmega após sair da cidade,algumas horas de cavalgada.Não tem erro.
Anton sorriu olhando para todos os presentes:
- Viram? Um homem inteligente!
Anton sorriu cordialmente por algum tempo olhando para os venezianos e então se dirigiu aos soldados,adotando um tom mais sombrio imediatamente:- Matem-os.
Após ouvirem a ordem de Anton,os soldados sacaram suas adagas e cortaram as gargantas dos venezianos.Anton subia as escadas acompanhado por um Raquel,Hagfish e Dubois enquanto dizia:
- Jean:Encontre o armazém.Quero saber a localização exata,quantos guardas,se é movimentado.Tudo.
- Como ordenar,senhor!

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Leonardodavinci


-Então? Não se agradece!? Hehehehe. Isso não está tão mau quanto eu pensava que estava, a princípio vais ficar bem. O outro, morreu não morreu? Pareceu-me que era o merd, perdão, vá, o " italiano-mor", que chamava ... Ildefonso, não era? Eles devem ter batido em retirada quando viram que ele estava morto, e foram até aos portões quando eu te ia levar dali para fora ... malditos. Mas o Anton não perdeu a oportunidade de se divertir e matou-os a todos hahahaha! Mas olhem, ficam-me os dois a dever uma, hoje fui o vosso anjo da guarda: ajudei a Raquel quando estava a ser atacada por um doido qualquer e salvei-te a ti, totó , haha ...

Leonardo estava repousando sobre uma cama em cômodo pequeno e soturno do Solar. Ele ouviu tudo o que o Filipe lhe tinha a dizer, que não era pouca coisa, mas ficou contente por saber que por trás do ar folgazão de seu primo havia um ar de preocupação.

-Eu agradeço por sua assistência, meu primo... -
ele se interrompeu, tentando arrumar posição mais confortável no leito. - ...você, assim como seus irmãos, tem o dom das armas, um dom que infelizmente eu não possuo e cujo a ausência me reduz a situações como essa...Contudo, fico feliz que tivemos êxito, mesmo que com um alto custo...

O primo sorria nervosamente e aparentava não saber muito bem como reagir. Leonardo então pensou que o talento que Filipe tinha com as armas, lhe faltava no trato social, coisa que não os diferenciava, com exceção de que Leonardo não tinha talento com a espada também. Por fim, ele se despediu e retirou-se do quarto rapidamente, num jeito que fazia Leonardo relacionar seu primo com uma personalidade intempestiva como a de Anton, mas ainda menos trabalhada.

A noite não demorou a cair e com ela veio os horrores. Leonardo não pôde dormir, suava e sentia seus ferimentos tornarem todas as posições desconfortáveis. Seu corpo lutava para se curar, ele podia sentir isso, mas a agonia e a febre se apossaram dele. Ele se negou a chamar as criadas, deixaram ao lado dele sobre o criado-mudo um jarro e um copo de madeira para que ele se refrescasse durante a noite. Ele chegou a tentar alcançar o copo, mas acabou derrubando-o e desistiu da ideia.

No fim, o cansaço venceu e ele caiu em sono profundo.

Leonardo acordou no dia seguinte com o som de um pássaro em sua janela, mais exausto do que estivera antes e ficou alguns momentos refletindo e olhando para o teto, até que ouviu o som de batidas suaves na porta.

- Entr..e - ele disse, tentando erguer o corpo e se sentar sobre a cama.

A porta se abriu discretamente e a cabeça de uma criada muito jovem se esgueirou pelo vão.

- Senhor, Leonardo. Espero que não se incomode, mas há alguém aqui que deseja vê-lo.

O pensamento de Leonardo passou rapidamente por sua prima Raquel, sentira a ausência dela, mas entendia que ela deveria estar ocupada com outros feridos.

- Deixe entrar. - respondeu laconicamente.

A porta se fechou e ele tentou melhorar a postura, não queria que sua prima se preocupasse a toa. Ele ajeitou os pés para a fora da cama, ficando sentado na borda do colchão. O braço esquerdo estava imobilizado por uma tala, enfaixado e pendurado por uma bandagem que passava no lado oposto de seu pescoço, para que não forçasse os movimentos. A porta então tornou a abrir, mas a figura que entrou o espantou.

- Lionardo, signore! - exclamou um jovem que aparentava ser apenas uma primavera mais jovem que Leonardo e que acabara de entrar no cômodo.

- Giorgio, o que faz aqui? - indagou Leonardo.

- Eu soube do ataque ao Solar dos Torre e vim o mais rápido que pude para vê-lo.

- Cometeu um erro, não deve optar por ficar sozinho. - Leonardo lançou ao garoto um olhar de reprovação. - É necessário que eu lembre você do que aconteceu a sua família, ou a minha?

- Não, signore. - O rapaz olhou para baixo, relutantemente.

Leonardo se levantou com grande esforço, Giorgio se precipitou para ajudá-lo, mas ele o repeliu. Caminhou até a janela e a abriu gentilmente, o pássaro que estava lá se assustou e voou.

- O que você quer, Giorgio?

- Quero saber se vocês mataram Volpone durante o ataque.

- Para que? - Leonardo fitou-o.

- Para eu cuspir na cova dele. -
o rapaz falou entre os dentes, o semblante preenchido de uma raiva devota. - Eu não irei deixar que aquele maldito viva impune por seus pecados enquanto nós fomos exilados pelos nossos.

- Volpone não sujaria as mãos dessa maneira, mas eu vi Ildefonso de Pino, ontem, o que significa que ele de fato estava envolvido nisso, mas não tenho certeza se ele foi o mandante da ação. - Leonardo respondeu pausadamente. - Pegue o copo pra mim...ali...

Giorgio pegou o copo, impaciente, e o entregou a Leonardo que encheu o recipiente com a água cristalina do jarro.

- Por que não acha que Volpone foi o mandante? - indagou o rapaz - E quanto a Ildefonso, ele morreu em combate?

- Isso não te interessa. - Leonardo ia levando o copo a boca, mas parou subitamente, ouvindo o som do pássaro que pousava novamente no beiral da janela.

Era um belo pardal, um pássaro atarracado e de bico curto, as penas de suas asas eram pintadas de um castanho tal como a lama o que concedia ao animal ares de simplicidade natural. Leonardo estendeu o indicador e o pequeno animal subiu sobre ele. Provavelmente já estava acostumado com o contato humano, devia ser visita constante as janelas do Solar, sempre a procura de um criado para lhe dar uma migalha de pão. Leonardo deixou que o pardal bebesse com golpes de seu bico um pouco da água que havia em seu copo, que ele segurava com o que podia mexer da mão esquerda.

Num movimento rápido, suas mãos se moveram pelo corpo do pássaro e o imobilizaram. Leonardo repousou o copo sobre o criado mudo novamente e se voltou para Giorgio, que o observava curiosamente.

- Fique longe de Volpone. Ontem, aqui neste solar, os Torre experimentaram a força bruta dos venezianos e os repeliram. Meus primos pensam que isso é uma vitória, eles ainda não entenderam que italianos não jogam como os portugueses. - Leonardo sentenciou acariciando gentilmente a cabeça de seu pequeno refém. - Os pecados dos pais são os pecados dos filhos. Essa é a nossa maldição, Giorgio.

O pardal então começou a se aviltar, movendo o que havia de livre de seu corpo desesperadamente. Giorgio se espantou vendo o animal agonizar, acreditando que Leonardo o segurava com força demais. No entanto, não havia sinais de que ele houvesse aumentado o aperto. A ave apenas convulsionava, inexplicavelmente.

- Solte-o! - ordenou o garoto, mas o rosto de Leonardo não esboçou qualquer emoção.

O pardal então ficou inerte e Leonardo ficou a observá-la, curioso.

- Aconitum é um veneno mortal e os italianos o amam. Eu tive sorte, dessa vez a substância estava na água, mas podia estar nas bandagens ou nos unguentos com os quais me trataram ontem.
- Leonardo explicou ao rapaz surpreso. - Entende o que eu digo, agora, Giorgio? Fique longe de Volpone e não venha me encontrar uma segunda vez. Quando isso tiver acabado, eu te procurarei.

O rapaz estava mortificado. Olhou para os lados, subitamente paranoico. Procurava palavras com as quais pudesse responder Lionardo, mas tudo que conseguiu fazer foi assentir com um movimento tímido. Assim como ele, tinha um desejo de vingança que crescia e o remoía por dentro, mas não tinha os mesmos conhecimentos do bastardo e isso o irritava. Ele não acreditava ser correto que Leonardo e não ele, executasse a vingança de seus pais.

Leonardo se deixou levar pelos seus próprios pensamentos, enquanto depositava o animal morto sobre o criado-mudo, a única coisa que vinha a sua mente era a visão de Ildefonso agarrado ao próprio pescoço, tentando estancar sua ferida mortal. Foi tomado de um intenso desconforto, como se sentisse uma ressaca da vingança.

Leonardo se aproximava de seu sinistro portal.

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Raquel_


Raquel ouviu a ordem de Anton para matar os venezianos e ficou indignada. Em sua cabeça não tinha necessidade de matá-los, bastava soltá-los que eles levariam a quem estavam procurando.

- Anton, qual a necessidade de matar? Se eles fugissem iam direto para o Volpone sem precisar derramar sangue. Mas você tem que matar!

Saiu bufando da casa de Anton e foi verificar a situação dos feridos pela Vila Torre. Alguns se encontravam em situação mais grave, outros estavam se recuperando bem. Passou uma tarde inteira a andar pelas casas que tinham sobrado e que serviram de apoio para cuidar dos enfermos. Após o sol se pôr, Raquel se dirigiu ao Solar para verificar seu primo, o último ferido a visitar.

Abriu a porta lentamente do quarto e viu que Leonardo estava dormindo. Silenciosamente sentou em uma poltrona no canto do quarto, e esperou que ele despertasse naturalmente. Passou longos minutos a observá-lo. O quarto estava silencioso, e com muito cuidado acendeu uma lamparina para iluminar e viu que tinha um pardal morto na cabeceira ao seu lado. Voltou a sentar e fitou Leonardo, esperando.

Os olhos dele se abriram lentamente, pousando o olhar em Raquel sem dizer uma palavra.

- Vim visitar meu enfermo preferido.

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Filipe_3


Filipe, logo após de falar com o primo e com a sua irmã, foi descansar para os seus aposentos. A batalha foi longa, e teve de transportar Leonardo por bastante tempo, o que o deixara bastante cansado e dorido. Rapidamente adormeceu, o que não costuma acontece pois é muito irrequieto, de tão fustigado que estava. O único sentimento que tinha, nos últimos momentos do dia, era de alívio e felicidade pela vitória na batalha. Quando acordou, um pouco mais tarde que o habitual, estava mais fresco. Pediu que lhe preparassem o pequeno almoço. Lá em baixo não estava ninguém, parecia que os seus familiares não poupavam esforços para ajudar os feridos. Aproveitou e desfrutou da sua refeição e em seguida saiu para ver como tudo estava lá fora. Não havia um sítio de onde não viesse barulho. Então Filipe saiu e foi apanhar algum ar e espairecer. Fez-lhe bem e voltou alegre. Foi em busca de Anton para falar com ele. Encontrou-o num beco a dar ordens a uns mercenários. Esperou que acabasse a conversa, recostado numa esquina, e depois apareceu-lhe de frente, deixando-o espantado:
- Olá! Então já sabes do que fiz!? A história corre por Portugal ! Hahahaha ... e por Itália também! Ups, afinal tu não deixaste nenhum deles vivo, pois não! Hahaha!- proferiu Filipe num tom entusiasta e sarcástico, sobretudo sarcástico-Mas, bem, vamos ao que interessa ... o que se vai fazer? Estiveste a indicar-lhes o quê? Temos mais diversão?- falou de forma mais séria.
Leonardodavinci


Leonardo despertou sentindo-se tranquilo. Havia uma luz no seu quarto e seus olhos logo se dirigiram a fonte dela: Uma lamparina sobre o criado-mudo. Iluminada pela luz lourejante estava Raquel, sua prima, que o contemplava com um semblante gentil.
Quando seus olhares se encontraram ele esboçou um sorriso.

- Vim visitar meu enfermo preferido.

A voz dela lhe transmitiu serenidade e ele se riu ao receber a alcunha de "preferido". Ficou observando ela ainda alguns momentos, apreciando a tranquilidade na qual se encontrava. A presença dela aliviou sua dor, mas intensificou um sentimento que ele remoeu durante todo aquele dia.

- Você demorou.- ele não perdeu a oportunidade de gracejar e então se ajeitou na cama - Fico feliz que você tenha ficado bem, não sei se haveria perdão para mim se você se machucasse.

Ele então se ergueu até ficar sentado sobre seu leito. Estendeu sua palma direita a Raquel até que ela colocou seus dedos suaves sobre ela, ele então envolveu a mão dela com seus dedos ainda feridos.

- Eu preciso te dizer uma coisa...-
ele suspirou e então lançou as palavras - Eu vou embora, minha prima. Vou embora do Solar, de Chaves e de Portugal. Vou deixar os Torre enquanto eu ainda posso me perdoar pelas marcas que eu deixei nessa família. Daqui eu não posso fazer nada além de ver as pessoas que me são queridas serem atacadas e mortas...

Leonardo sentiu dor ao ver sua prima atordoada pelas suas palavras.

- Me perdoe, minha prima, por tudo isso...

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Raquel_


Raquel ficou perplexa com o anúncio do seu primo. Não imaginava que ele desistiria de tudo depois de ter sobrevivido ao último ataque. Dentre todos os pensamentos que tinha sobre Leonardo, fugir não estava incluído. Raquel de desfez da mão de Leonardo e cruzou os braços, olhando com ar de reprovação.

- Leonardo, dentre todos os seus defeitos, não imaginava que covardia estaria incluída. Abandonar a família não é uma estratégia racional, depois desse ataque que aconteceu. Mesmo você fugindo, agora qualquer um pode ser alvo dos seus inimigos, até para procurar o seu paradeiro. Não acho que largando de mão uma vida você tenha condições de vencê-los.

Raquel se levantou e prosseguiu com a reprovação.

- O mínimo que poderia ser feito é ir atrás de quem causou esse estrago, mas não sozinho. Não vou permitir que você abandone sua vida aqui, nem que eu tenha que prejudicar seu outro braço para continuar a se recuperar na cama. - Raquel mudou seu semblante e com um tom autoritário continuou - E não diga mais nada! Você está dizendo muitas besteiras para um dia só.

Raquel sentou na cama próxima ao seu primo e com um gesto firme, empurrou Leonardo para frente a fim de ficar afastado do encosto da cama e começou a desatar as ataduras de seu corpo rapidamente, num gesto impulsivo e raivoso para trocar seu curativo.

- Era só o que me faltava...um ferido fujão!

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Leonardodavinci


Leonardo escutou tudo o que Raquel tinha a dizer sem retrucar, ele não esperava uma reação diferente, sabia que ela se magoaria e a raiva era algo que ele podia compreender. Enquanto ela refazia as bandagens, continuou a soltar uma sorte de frases, reprovando o primo.
Ele viveu como um bastardo toda sua vida, a solidão e a ausência de um amparo familiar lhe foram frequentes e deixaram cicatrizes que não haviam sarado ainda. Temia perder aqueles que haviam sido gentis para ele. Não conseguia desassociar a si mesmo de uma figura maldita, condenado a atrair o mal a todos aqueles a sua volta. Era ainda um jovem e tinha dificuldade pra lidar com toda aquela culpa. Ele olhou uma vez mais para o pardal morto sobre o criado-mudo.

- Você não entende, Raquel. Não se trata de fugir, se trata de manter vocês seguros. Foi o meu desejo de vingança que trouxe esse terror para esta casa. É a mim que a Raposa quer. Se eu for embora ele deixará vocês em paz. Ninguém mais deve morrer por minha causa.


Ele rangeu os dentes de dor quando Raquel puxou as bandagens expondo suas feridas ao ar frio.

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Raquel_


Raquel puxou com mais força as bandagens com intuito de que Leonardo ficasse quieto. Ele não sabia do que estava falando. Enquanto trocava o curativo, Raquel foi incisiva na contra argumentação, com tom de severidade.

- Você que não entende. Não há mais ninguém seguro aqui. É por isso mesmo que neste momento o Hagfish já está no encalço dessa raposa, e Anton já está decidido a ir atrás dele. Só teremos paz depois que ele estiver morto. Já descobrimos onde ele está.

Raquel olhou para Leonardo, encarando-o decididamente, e finalizou, terminando o curativo.

- Não tem mais a sua vingança, agora é a nossa vingança.

Raquel se levantou, pegou o jarro d'água e foi em direção à porta. Virou para Leonardo antes de fechá-la.

- Agora trate de se recuperar para irmos atrás dele.


Raquel fechou a porta, deixando Leonardo sozinho.

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Sir_anton


Anton estava em seu escritório falando com alguns soldados quando Hagfish entrou acompanhado por Dubois que havia acabado de voltar.Anton mandou os soldados sairem e ficou a sós com os outros dois:
- E então Jean? O que você tem?
- A informação do veneziano estava correta.Um armazém próximo Tâmega,apenas algumas horas de cavalgada daqui.Há um conjunto de casas em frente ao armazém,aparentemente abandonadas.Contei seis guardas do lado de fora,mas deve haver mais.Não notei movimento.É um local isolado.
Anton pensou por um momento.
- Reúna outros nove soldados.Se equipem para batalha e peguem dez cavalos de batalha.
Anton virou-se para Hagfish
- Você fez o que eu pedi?
- Yes,my lord.Eu gostaria de saber o que o senhor planeja fazer com aquilo...
Anton sorriu
- Os venezianos acharam uma boa idéia usar arcabuzes contra nós.Também vou mostrar meu brinquedinho para eles.-Anton se levantou e se dirigiu a porta da casa - Resolvam tudo e me encontrem no portão da Vila em três horas.E avisem o meu irmão,ele provavelmente irá querer participar.
Anton saiu e caminhou em direção ao Solar.Enquanto caminhava,a visão da Vila não era agradavel.Construções queimadas,os ultimos cadavares ainda estavam sendo retirados.Soldados portugueses estavam sendo levados para cidade,para receberem funerais apropriados.Soldados venezianos eram queimados no pátio.Anton observa aquele cenário de guerra que havia tomado a Vila.Anton não costumava ser emotivo,mas ver a casa de sua familia daquele jeito mexia com ele,por mais que ele não demonstra-se.A maior parte do caminho até o Solar,Anton só pensava em maneiras de matar os venezianos que fizeram sua casa de campo de batalha.
Anton entrou no Solar e foi direto até o quarto onde Leonardo estava.Abriu tranquilamente a porta,com um sorriso no rosto:
- Nós estamos indo matar alguns italianos.Você vem junto?

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Leonardodavinci


Leonardo passara a maior parte do dia em seu quarto absorto em um dos livros dos Elementos de Euclides. Precisava se distrair e os livros em latim lhe haviam permitido isso, embora causassem dor de cabeça, ele estava determinado a usar seu tempo de fraqueza física para fortalecer seu intelecto.
Após horas de estudos, buscando entender os teoremas propostos na obra, o suor lhe descia pela testa quando ele foi retirado de seu estado de análise pelo primo que entrou no cômodo com um sorriso. Não costumava bater na porta.

- Nós estamos indo matar alguns italianos.Você vem junto?


Leonardo sorriu com a oferta do primo feita com naturalidade como um convite para um passeio matinal. Ele ficou observando os manuscritos espalhados pelo chão do quarto, visto que ele não tinha uma escrivaninha e não se preocupara em requisitar uma e já cansado do período prolongado de instrução, se levantou e passou pela porta sussurrando para o primo:

- Só se for pra garantir que aqueles arcabuzes que eu sei que você está louco para usar não vão explodir no seu rosto.

Pensava também em sua conversa com sua prima. Talvez se eles pegassem o Volpone, o jogo mudaria o suficiente para que ele não precisasse mais ir embora. Se aquilo tinha de acontecer, então ele precisava tentar.

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Sir_anton


- Só se for pra garantir que aqueles arcabuzes que eu sei que você está louco para usar não vão explodir no seu rosto.
Anton sorriu
- Lá no fundo você quer matar eles até mais do que eu.-Anton se virou para sair do quarto - Coloque alguma armadura e pegue um cavalo,me encontre no portão em duas horas.Nós vamos retribuir a visita dos italianos.

Anton foi o último ao chegar até os portões.Encontrou lá Dubois e outros nove cavaleiros fortemente armados.uma carroça onde Charlie havia colocado seu pedido especial,Leonardo e para sua surpresa,sua irmã.Anton montou em seu cavalo Hermes,se deslocou calmamente até perto da irmâ:
- Eu não vou nem me opôr dessa vez.Eu sei que você não iria me dar ouvidos...
O Torre se deslocou até a frente dos demais e iniciou um trote com Hermes sendo seguido pelos outros.A carroça ia atrás dos cavaleiros.
Após algumas horas de cavalgada.Eles encontraram o armazém.O grupo de cavaleiros avançou mas não encontrou nenhum guarda.O armazém e as casas pareciam estar abandonados.Anton estranhou e ficou preocupado com aquilo:
- Espalhem-se!Vasculhem por algum sinal dos italianos!
Os soldados se espalharam procurando,
entretanto eles não encontraram nada.
- Para onde diabos eles foram?

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Raquel_


Raquel avistou um pequeno celeiro próximo ao armazém e cavalgou até ele para vasculhar. Na lateral do celeiro encontrou uma jovem caída no chão, segurando uma das pernas. Raquel então resolveu desmontar do cavalo e socorrer a jovem, perguntando o que tinha acontecido, porém foi surpreendida quando a jovem sacou uma faca e a encostou em seu pescoço, com a chegada de alguns homens a cavalo que as rodearam.

- É melhor ficar quieta, senão morre.


Raquel não ofereceu resistência, e um dos homens a levantou para sua garupa, levando-a do local do armazém, junto com a garota que havia fingido estar ferida, a galope rápido.

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