Em poucos minutos, de acordo com o que Vivian tinha pedido, o casalzinho de honra já estava ali diante dela com as instruções do que devia ser feito: Celinho carregaria a almofada aveludada que continha as preciosas alianças e Celly, por sua vez, carregaria uma cesta de pétalas de flores, que seriam jogadas ao longo do percurso.
- Então, meus lindinhos, estão preparados? Não tarda a hora de entrarmos... - embora nervosa, disse com voz serena tentando passar tranquilidade às crianças.
Ainda do lado de fora da igreja, Vivian escutou o início da marcha nupcial. Estava tudo pronto e ela sabia que era a hora de entrar. Seu coração começou a bater mais forte, um calor começou a percorrer-lhe o corpo e sentiu um misto de emoções inexplicáveis. Subiu os degraus restantes e se posicionou em frente à porta. Antes de começar a andar, fez o sinal de Christos, respirou fundo e prosseguiu.
- Será que meus pais ficariam orgulhosos hoje? - disse baixinho, em tom quase inaudível.
A noiva usava um
vestido branco de seda pura com decote quadrado com bordados em dourado na altura do busto, bem como nas mangas e ao longo da saia. Em seu cabelo, foi feito um coque, outrora escondido pelo véu que lhe caía pelos ombros. O véu, também de cor branca e de tecido delicado, estava preso por uma tiara dourada com pérolas, que também combinavam com o colar.
Sentia todos os olhares voltados para si, o que fez suas bochechas ficarem levemente rosadas, mesmo na presença de amigos e familiares, pessoas com as quais convivia. Entretanto, não estava acostumada a ser o centro das atenções... Mas aquele momento era dela, era único. Natural que fosse assim.
Com a postura ereta, caminhava e não enxergava a ninguém, pois mantinha os olhos fixos em Rich, que estava de pé no altar observando seus movimentos. Sorria de tanta felicidade, que parecia que o coração ia explodir. Por um segundo, conseguiu ver Monsenhor Guido, seu grande amigo de longa data, que presidia a cerimônia.
Instintivamente, conseguia manter boa distância de Celly e Celinho, que seguiam a sua frente. Sentia o perfume das pétalas das flores que eram jogadas e reinava a ausência de pensamentos. Quando se deu conta, já havia chegado. Curvou o corpo levemente fazendo uma vênia a Richelieu, que segurou-lhe a mão. Naquele momento, seus olhinhos, muito traiçoeiros, estavam marejados...