Afficher le menu
Information and comments (0)
<<   <   1, 2, 3, ..., 5, 6, 7   >   >>

[RP] Vila Torre - Domicílio de Raquel Torre

Raquel_


- Sempre gostei do seu estilo, prima. Creio que a bagunça é a nova tendência na França.

Raquel deu uma risada descontraída e foi ajeitando a bagunça que estava espalhada pelas cadeiras para que ele se sentasse.

- Ah, é tanta coisa para arrumar que fui deixando de lado, mas como você voltou, acho que me sinto na obrigação agora de arrumar. Sente-se, vou na cozinha.


Raquel se lembrou que uma chaleira estava no fogo e correu para a cozinha para fazer o chá. Logo ela trouxe uma bandeja com duas xícaras para a sala, e perguntou a Leonardo se ele queria.

- Depois de uma longa viagem, pelo menos aceita um chá? Fica aqui essa noite, você deve estar cansado. Como foi sua viagem?

_________________
Leonardodavinci


- Depois de uma longa viagem, pelo menos aceita um chá? Fica aqui essa noite, você deve estar cansado. Como foi sua viagem?

Leonardo aceitou o chá de bom grado. Aproximando a xícara da boca, sentiu o aroma envolvê-lo. O líquido quente desceu por sua garganta e o calor se espalhou pelo seu corpo. Após sorver todo o chá, ele depositou a xícara de volta na bandeja.

Fitou a prima por alguns instantes,em silêncio, ele a admirou, sentira falta da risada dela e da forma como ela o olhava. Se deleitava mais ao olhar nos olhos dela do que em qualquer outra paisagem que houvesse visto entre o Tãmega e o Arno.

- Bem, a morte de meu pai biológico me levou de volta a Firenze, após tantos anos distante. Tive muitas dificuldades para assegurar minha herança, bem, devido a minha condição...
- quebrou o silêncio - Pra falar a verdade, eu achei que um dia a morte de Messer seria a minha maior alegria. Contudo, Florença guarda segredos escuros. Escavei mais deles do que eu queria, mas estou feliz de estar de volta, aqui com os Torre, com você...

Leonardo, então, pousou os olhos sobre uma estante de livros.

- Eu lhe trouxe um título para integrar sua coleção, a Divina Comédia, de Dante Alighieri. Soube que ela é famosa por insultar os reis da França.
- disse sorrindo.-

_________________
Raquel_


- Eu lhe trouxe um título para integrar sua coleção, a Divina Comédia, de Dante Alighieri. Soube que ela é famosa por insultar os reis da França.

Raquel ficou exultante ao ouvir que ele tinha trazido um livro. Fazia tempo que não adquiria um livro para a sua estante.

- Ah..você lembrou de mim. Fico tão feliz por isso...

Raquel tomou um gole do chá, e o fitou por um longo tempo. Sentiu muita falta da sua companhia, e ainda não acreditava que ele estava na sua casa. Leonardo mencionou sobre segredos, e sabia que seu passado o deixava conturbado. Ela titubeou em perguntar e aprofundar sobre o assunto, mas preferiu tentar.

- Leo... algo de ruim aconteceu a você nessa viagem? Esses segredos... lhe fizeram mal?


Ela segurou a mão de Leonardo com firmeza e disse:

- Se não quiser falar, tudo bem.

_________________
Leonardodavinci


- Leo... algo de ruim aconteceu a você nessa viagem? Esses segredos... lhe fizeram mal?

Leonardo abaixou a cabeça, seus olhos se moveram de um lado a outro, como se lessem um manuscrito antigo e embotado. Raquel se aproximou dele e segurou sua mão. Seus músculos se retesaram por um momento ao sentir o toque dela.

- Se não quiser falar, tudo bem.

- Alguns segredos não são meus para que eu possa revelá-los, você entende. Eu gostaria que esses segredos fizessem mal apenas a mim. As mortes de Bartolomeu, pelas mãos de Bacamarte e Iredia pelo "medico della peste" me lembram constantemente de que a minha família corre perigo. Sinto que uma nuvem negra me segue desde de que saí de Firenze e cheguei a Portugal. Só o que quero é derrubar essa ameaça de uma vez.

Leonardo observou as mãos de sua prima em contraste com a dele, a pele dela era como um manto de seda, mas ele sabia, que sob aquele manto delicado, se escondia uma força incomum.

- São muitas as questões e a noite já está avançando. Com o tempo você saberá tudo, isso eu lhe asseguro. Por agora, estou contente com a sua companhia, se importa se eu beber um pouco mais de chá?

_________________
Raquel_


Resignada, Raquel olhou Leonardo como se quisesse descobrir o que lhe atormentava. Às vezes o observava, e percebia seu olhar distante e um nervosismo fora do comum. Leonardo gostava de ficar sozinho muitas vezes, e daria quantos cruzados fossem para adivinhar seus pensamentos. Raquel não gostava de vê-lo com algum tipo de perturbação, e queria fazer o possível para que ele se sentisse confortável.

- Não se preocupe, Leo. Nós temos tempo para colocar tooooodo o assunto em dia... - Raquel caminhou em direção à cozinha para pegar mais chá, dessa vez ela faria um chá experimental com as rosas do jardim. Foi até a parte de trás da casa buscar as rosas, e preparou a infusão com a água quente para levar até a sala.

- Experimente esse chá. Talvez você goste. - serviu a xícara para Leonardo, e sentou-se novamente. Prosseguiu.

- Bem, dá para notar que você está cansado, fica essa noite por aqui? Um dos quartos é para você mesmo, lembra?


_________________
Leonardodavinci


- Não se preocupe, Leo. Nós temos tempo para colocar tooooodo o assunto em dia...

Raquel se afastou, foi a cozinha buscar o chá e Leonardo ficou por alguns momentos sozinho na sala de estar. Ele ajustou a posição que estava sentado. Sentia uma dor aguda nas costelas, provavelmente uma distensão muscular. Imaginava que devia estar com uma aparência horrível.

Quando Raquel voltou com o chá, ele disfarçou o incomodo que a dor lhe causava. O chá que ela trouxera dessa vez tinha um aroma diferente e ele sentiu uma leve salivação na boca, ansioso pela bebida quente. O chá era delicioso, ligeiramente adocicado e novamente Leonardo sorriu.

Ele se sentia leve e logo aquele ambiente aconchegante arrancou dele um longo bocejo.


- Bem, dá para notar que você está cansado, fica essa noite por aqui? Um dos quartos é para você mesmo, lembra?



- Minha prima, você é a pessoa mais gentil que eu conheço. Preciso mesmo de um descanso, mas pretendo agradecê-la ajudando a organizar a casa, se você não se incomodar, é claro.


Leonardo ficou contente em saber que a prima havia mesmo preparado um quarto pra ele. Quando ela o conduziu até lá e se despediu, ele não reparou muito na mobília, arrancou parte das roupas, contribuindo para a bagunça ao jogá-las no chão e se deitou sobre o colchão de penas e feno, sentindo o revestimento de brocado roçar-lhe gentilmente nas costas. O modo como o colchão afundou ao lançar sobre ele o peso do corpo o assustou numa leve vertigem, mas ele logo se reacostumou ao conforto.

Sentia ainda o aroma do chá quando adormeceu. Naquela noite Leonardo sonhou com a linda paisagem, que ele só encontrou ali.

_________________
Raquel_


Ainda era cedo, e Raquel trouxe do Solar bolo e mel para o desjejum. Tinha deixado os pães assando no forno à lenha, e quando retornou à sua casa os pães já estavam prontos, o aroma forte indicava. Preparou a mesa, mas nenhum sinal do primo dorminhoco.

Era melhor deixá-lo dormir o quanto quisesse, pensou. A viagem deve ter sido muito cansativa, pois deu para perceber seu ânimo em tomar o chá que tinha feito. Sua fisionomia aparentava cansaço, e...bem. Vai saber se ele dormia em estalagens na Itália e na volta para casa.

Volta para casa. Raquel queria realmente que ele trouxesse suas coisas do Solar para sua casa. Aquele menino estava largado na vida, desde a morte da tia Ines. Não queria ver o primo assim, e não foi à toa que quis um terceiro quarto na casa. Ansiava por ele decidir sobre a mudança.

Raquel pegou um chapéu e foi até o jardim de rosas para colher algumas. Regava as roseiras displicentemente, e quando se virou para buscar mais água com o balde no poço, avistou Leonardo na soleira da porta, olhando para ela. Enfim, ele acordou.

- Bom dia, dorminhoco! Dormiu bem? - Deu uma risada descontraída.

_________________
Leonardodavinci


Leonardo levantou-se num sobressalto. Um feixe de luz atravessava a janela e iluminava diretamente nos olhos. Ele rolou para o lado e desceu da cama de uma vez, o corpo ainda entorpecido de sono.

Ele sentiu o aroma de pão. Do outro lado da porta, ouvia os passos ligeiros de sua prima e por um momento pensou ter ouvido ela cantarolar uma modinha. Ele soltou risos esporádicos enquanto se vestia, sem motivo aparente.

Passou pela porta do quarto e ficou perdido por alguns segundos entre os cômodos. Por fim, a fome o conduziu a cozinha, onde ele logo avistou o belo café da manhã que sua prima prepara pra ele. No entanto, não havia mais sinal dela na casa.

Ele não lembrava a última vez que tinha comido, mas ao avistar um movimento no jardim contornou a mesa e foi até lá.

Leonardo a viu ali no meio das rosas, mas não conseguia decidir qual era mais bonita. Raquel estava iluminada pelo sol fraco, típico das manhãs, ela se movia com certa agilidade pelo jardim, mas mantendo ainda uma elegância ímpar. O chapéu não escondia o sorriso dela, os cabelos bem presos, deixavam parte do pescoço alvo dela desnudo.

Leonardo se recostou na soleira e ficou ali degustando aquela sensação de paz. Uma beleza harmoniosa, entre as cores do céu, da luz solar, das rosas do jardim e do sorriso de Raquel.

Ela estava distraída regando as rosas, demorou a percebê-lo, mas assim que o viu soltou um gracejo.

- Bom dia, dorminhoco! Dormiu bem?

Ele inclinou de leve a cabeça.

- Foi minha melhor noite em meses. Há algo especial em se estar em casa, não acha?


Ele caminhou para fora da casa, pisou na terra fofa, sentindo o calor suave do sol o revitalizar.

- Você talvez queira ajuda com o jardim?


_________________
Raquel_


- Foi minha melhor noite em meses. Há algo especial em se estar em casa, não acha?

Enquanto Raquel caminhava até o poço para deixar o balde, seus olhos brilharam. Era um indicativo de que Leonardo veio para ficar, e morar com ela. Isso a tranquilizava e a deixava mais animada.

- Não quero nem imaginar por onde você andou dormindo, Leonardo. Meses? Oh, céus...


- Você talvez queira ajuda com o jardim?


Raquel deixou o balde próximo ao poço e foi andando em direção a Leonardo até pegar em sua mão.

- Por enquanto acho que não, agradeço. Venha, você deve estar com fome...

Raquel conduziu Leonardo até a mesa posta. Leonardo se sentou e Raquel procurou um jarro para depositar as rosas colhidas e depositar na mesa. Durante o desjejum conversaram sobre a Itália, suas novidades, os novos hábitos e a efervescência cultural. Quando estavam quase satisfeitos, Raquel tocou no assunto sobre a mudança do Leonardo.

- Leo... como voltaste, não queria que você ficasse perambulando sozinho pelo Solar. Por que não vem morar comigo? Afinal, tenho um quarto vago para você. - prosseguiu antes que ele respondesse. - Tenho algo para mostrar a você.

_________________
Leonardodavinci


Leonardo finalmente sentiu o peso da fome que tinha ao perceber o quão fracas estavam suas pernas devido a fome. Ele sentou a mesa, sentindo o saboroso odor de farinha e mel trazer-lhe água a boca. Teve que se controlar mais do que imaginava para manter um grau mínimo de civilidade enquanto devorava o seu desjejum.

Raquel a sua frente não parecia tão interessada na comida quanto ele, fazia perguntas sobre a Itália, sobre como o lugar se desenvolvia em termos de arte. Leonardo gostou do rumo que a conversa tomara, gostava de conversar sobre arte e admirava o interesse que Raquel tinha por esses assuntos.

Quando chegaram ao fim da refeição, Raquel deixou que um outro assunto surgisse.

- Leo... como voltaste, não queria que você ficasse perambulando sozinho pelo Solar. Por que não vem morar comigo? Afinal, tenho um quarto vago para você.

Leonardo levantou os olhos pra ela em vista do convite, mas não houve tempo para responder, ela se levantou e falou.

- Tenho algo para mostrar a você.

_________________
Raquel_


Leonardo assentiu com a cabeça e acompanhou Raquel pela casa até chegarem no atelier, que se compunha de um pequeno cômodo organizado com dois cavaletes ao centro, as armas que pertenciam ao Shokan penduradas na parede figurando com prateleiras ao redor abarrotados de objetos, um pequeno tapete que cobria o chão, duas poltronas e dois bancos de madeira. O lugar era o mais organizado da casa, era ali que Raquel passava um tempo considerável retomando seu gosto pela pintura.

Leonardo observou o cômodo e sem dizer uma palavra entrou e começou a tocar os objetos dispostos nas prateleiras, o que fez com que Raquel um pouco impaciente fizesse uma pergunta, titubeando pela resposta.

- Esse lugar aqui não é somente meu, é seu também...fiz pensando um pouco em você. O que me dizes?

Raquel se aproximou de uma das poltronas e tentando disfarçar o nervosismo, tamborilou os dedos no topo da poltrona.

_________________
Leonardodavinci


Leonardo entrou no cômodo que Raquel destinara ao ateliê. O local tinha um elegância ímpar e poderia-se dizer que Raquel dispensara umas boas horas organizando e decorando o lugar. Ele se encantou com o lugar. Aos poucos ele se sentiu transportado para um outro tempo, quando recebera de presente um local com a mesma finalidade, mas de Bartolomeu III.
Seu pensamento se fixou por algum tempo na lembrança de seu falecido padrinho. Avaliava a qualidade dos materiais, ali dispostos quando ouviu a voz de Raquel atrás dele.

- Esse lugar aqui não é somente meu, é seu também...fiz pensando um pouco em você. O que me dizes?



Ele pensou por alguns momentos e caminhou na direção dela.

- Você é gentil, minha prima. Eu seria estúpido se negasse o seu convite.
- ele disse sorrindo. - Só espero poder te recompensar pelo que está fazendo por mim...

_________________
Raquel_


Raquel caminhou em direção a Leonardo.

- Você é gentil, minha prima. Eu seria estúpido se negasse o seu convite. Só espero poder te recompensar pelo que está fazendo por mim...

Raquel segurou as duas mãos do primo, e sorrindo com o olhar, se dirigiu a ele.

- Aqui não há sistemas de recompensas. Quero ver você bem, e se tivesse que escolher pelo Solar também faria algo por você... mas aqui posso ajeitar como eu quero.

Raquel começou a balançar os braços e sua fisionomia mudou para um olhar infantil, e o tom de voz também mudou.

- Aliás... tem um monte de coisas nessa casa para organizar. Que tal se me ajudar a ficar com um aspecto mais ... nosso?


Disse as palavras com uma ligeira perturbação. A casa não era somente para ela, havia outra pessoa, e esta pessoa era um parente seu. Mas a entonação cobriu com um aspecto de intimidade. Raquel corou de vergonha.

_________________
Leonardodavinci


- Aqui não há sistemas de recompensas. Quero ver você bem, e se tivesse que escolher pelo Solar também faria algo por você... mas aqui posso ajeitar como eu quero.

Leonardo se confortou com as palavras de sua prima. Não queria lhe dar trabalho, mas mesmo assim não queria ficar distante dela por mais tempo. Durante sua longa viagem, sentira mais falta dela do que ela poderia imaginar, mas não poderia dizer isso a ela.

- Aliás... tem um monte de coisas nessa casa para organizar. Que tal se me ajudar a ficar com um aspecto mais ... nosso?

Ele percebeu o rosto de Raquel corar, mas não entendia bem o porquê. Ele sentiu que sorria como um bobo e tentou emendar a situação.

- Claro, sem sistema de recompensas, não é?. - gracejou beijando a mão dela e partindo para o cômodo vizinho.

O trabalho de organização, se provou muito mais cansativo do que Leonardo esperava. Mesmo antes de poder começar a tirar o pó da mobília, teve que movê-la toda de lugar, afim de permitir a limpeza do chão. Ele sentiu que talvez Raquel tivesse mais quinquilharias do que iria realmente precisar.

Sua prima, como uma infanta francesa, usando uma vassoura como cetro lhe apontava para onde mover os móveis e onde colocar os objetos mais pesados. Mesmo quando ele tinha por várias vezes de realocar uma peça da mobília e protestava com os olhos, ela devolvia um olhar gracioso, que o desarmava e que fazia Leonardo, apesar do esforço se sentir ligeiramente recompensado.

_________________
Raquel_


O trabalho de arrumação levou quase um dia inteiro. Entre a mobília, a louça e os pertences pessoais, Raquel e Leonardo foram ajustando no espaço disponível até que ficasse com aspecto de organizado. Leonardo ainda pendurou nas paredes da sala mais algumas armas que pertenciam ao pai de Raquel, Shokan.

Exausto, Leonardo procurou um lugar para sentar, e Raquel foi à cozinha esquentar água. Um tempo depois Raquel passava com baldes de água quente pela sala até o seu quarto, o que deixou Leonardo intrigado, impelindo-o com uma pergunta sobre o que Raquel estava fazendo.

Raquel respondeu que estava a preparar o seu banho, já que depois de um dia cansativo atrás do outro, era o melhor a se fazer naquele momento. Explicou que em seu quarto havia um boudoir e que por exceção consentiria que ele tomasse banho ali.

Depois de algumas indas e vindas com baldes, Raquel chamou-o e o conduziu até seu quarto. A porta que levava ao boudoir estava entreaberta, e ela o convidou para entrar.

_________________
See the RP information <<   <   1, 2, 3, ..., 5, 6, 7   >   >>
Copyright © JDWorks, Corbeaunoir & Elissa Ka | Update notes | Support us | 2008 - 2024
Special thanks to our amazing translators : Dunpeal (EN, PT), Eriti (IT), Azureus (FI)